Hodgson com o espírito do Liverpool
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
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O Liverpool não tem vivido tempos fáceis, mas com o treinador Roy Hodgson pronto para mais uma aventura na UEFA Europa League, o clube de Anfield tem tudo para voltar a mostrar o coração e a alma de sempre.
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Um dos aspectos em que o Liverpool saiu a ganhar com Roy Hodgson, além de talento e experiência, é o contagiante optimismo e espírito positivo do técnico. E os fiéis adeptos de Anfield Road bem precisam disso, depois de os "reds" terem falhado o apuramento para a UEFA Champions League, com as inevitáveis consequências em termos financeiros bem representadas na transferência de Javier Mascherano para o FC Barcelona.
Hodgson prefere concentrar-se nas coisas boas: a lealdade de jogadores de classe mundial como Fernando Torres, Pepe Reina, Jamie Carragher, Dirk Kuyt e Steven Gerrard, a UEFA Europa League que entende estar cada vez mais perto do prestígio da UEFA Champions League; e novos talentos na equipa como Joe Cole, Paul Konchesky, Christian Poulsen e Raul Meireles.
Depois de ter conduzido o Fulham FC à final da UEFA Europa League da época passada, Hodgson antecipa um inverno de grande qualidade futebolística na Europa do futebol, a começar com a visita de quinta-feira ao terreno do FC Steaua Bucureşti, em jogo do Grupo K. "Concordo plenamente com quem diz que a Europa League já é uma versão de muita qualidade da Champions League e que produz jogos extraordinários", disse o treinador do UEFA.com.
"Não podemos fingir que a Europa League já tem o prestígio da Champions League, que será sempre a maior competição da UEFA. No entanto, é agradável verificar que a Europa League já é uma excelente prova. Tem tantos clubes de grande qualidade presentes que, quando se chega à fase de grupos, facilmente podemos defrontar equipas de topo vindas de países como Itália, Espanha, Alemanha ou Inglaterra".
A derrota do Fulham contra o Club Atlético de Madrid, em Maio, não foi a primeira experiência de Hodgson numa final europeia, uma vez que o seu FC Internazionale Milano tinha perdido, nos penalties, contra o FC Schalke 04 em 1997. E a experiência do treinador inglês poderá ser fundamental na fase de grupos.
"Estamos num grupo com grandes adversários, mas, felizmente, não teremos de fazer viagens muito longas. Defrontámos o Trabzonspor no 'play-off', uma belíssima equipa que nos obrigou a uma enorme deslocação. E quando se está a meio de uma temporada, é bom que as viagens sejam um pouco mais curtas. Além disso, vamos ter o apoio de muitos adeptos em Nápoles e em Ultrecht", destacou o treinador.
"Os nossos adeptos podem ir lá facilmente e estamos ansiosos por esses jogos. O Fulham não é uma equipa que, por tradição, seja seguida por muitos adeptos quando joga fora. Mas a aventura europeia da época passada ficou no coração de todos e tivemos um enorme apoio sempre que jogávamos fora. O Liverpool sempre teve muito apoio seja onde for".
O treinador, de 63 anos, já treinou qualquer coisa como 16 equipas ao longo de 35 anos recheados de sucessos, incluindo nomes como Halmstads BK, Malmö FF, a selecção suíça e o Blackburn Rovers FC. Será que com o Liverpool vai conseguir, finalmente, um troféu europeu?
A memória da derrota do Fulham na final da época passada ainda está bem viva. "Suponho que na carreira de qualquer treinador, as últimas memórias pareçam sempre os maiores feitos. Não levei para casa a medalha de vencedor, mas estivemos muito perto de o conseguir. É cruel perder um jogo com um golo marcado a três minutos do final do prolongamento".
Hodgson foi considerado por Fernando Torres como a principal razão para o espanhol não sair do Liverpool, parecendo quase uma contratação para juntar às verdadeiras caras novas do plantel. "Konchesky é um defesa como não tínhamos outro", destacou o técnico. "O Meireles é um médio de topo, que complementa muito bem as características de Poulsen, enquanto o Joe Cole dá à equipa características que não tinha antes. Eles são novos no clube, eu sou novo no clube, mas continuamos a ter o coração e a alma de sempre do Liverpool".