Atlético volta a entusiasmar Gárate
quarta-feira, 12 de maio de 2010
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Antiga glória do Atlético de Madrid, José Eulogio Gárate mostra-se deliciado por ver a sua equipa de sempre de volta aos grandes palcos e a uma final europeia, pela primeira vez desde 1986.
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Ainda e sempre um fervoroso adepto de uma equipa que serviu com tanta dedicação, José Eulogio Gárate espera ver, quarta-feira, o Club Atlético de Madrid escrever mais uma gloriosa página na sua história, frente ao Fulham FC, na final da UEFA Europa League.
Avançado goleador da formação madrilena na dourada década de 1970, na qual conquistou três títulos de campeão espanhol e duas Taças de Espanha, Gárate viu o Atlético viver mais momentos baixos do que altos desde que pendurou as chuteiras, em 1977. Os "colchoneros", contudo, parecem estar, esta temporada, de volta ao seu melhor e encontram-se na corrida à conquista de dois troféus, com a final da Taça de Espanha, frente ao Sevilla FC, marcada para 19 de Maio, uma semana depois da final da UEFA Europa League. "É incrível", afirmou. "Depois de uma autêntica travessia no deserto ao longo dos últimos dez anos, em que não ganhámos nada, nunca fomos uma verdadeira equipa e chegámos mesmo a descer de divisão, estamos agora, e de forma algo inesperada, a lutar por algo".
"Esta equipa do Atlético vai disputar duas finais no espaço de uma semana. É algo em que ninguém acreditaria há dois ou três meses. Como é possível a equipa estar de volta a estes grandes palcos depois de tanto tempo sem ganhar nada? Mas, claro, é algo que o Atlético sempre nos habituou. A segunda mão das meias-finais, em Liverpool, foi um excelente jogo, que acabou por só se decidir no prolongamento. São encontros como esse que podem tornar qualquer um adepto do Atlético".
Agora com 65 anos, Gárate acredita que esta transformação na equipa se deve, em grande parte, à nova mentalidade introduzida por Quique Sánchez Flores, que assumiu o leme da equipa em Outubro, quando sobre esta pairava mesmo o espectro da descida. "Houve uma importantíssima mudança de mentalidade", salientou o antigo ponta-de-lança da formação madrilena que, em 1974, perdeu a final da Taça dos Campeões Europeus diante do FC Bayern München. "Quando se passa do oito para o 80, como está a suceder com o Atlético, isso só pode dever-se a uma nova mentalidade. Essa mudança a nível psicológico e motivacional foi fundamental para o Atlético poder estar na corrida a estes dois troféus e, mesmo que acabem por não os conseguir conquistar, será sempre vista como algo de muito positivo".
O antigo jogador sente, ainda assim, que a turma do Vicente Calderón tem a qualidade necessária para sair vencedora, destacando em particular o duo da frente de ataque, composto por Diego Forlán e Sergio Agüero. "São dois verdadeiros fenómenos, cada um com as suas próprias características", explicou Gárate, por três vezes consagrado melhor marcador da Liga espanhola ao longo da sua carreira. "Temos o trabalho, as desmarcações e os remates de Forlán, enquanto 'Kun' Agüero é muito forte com a bola nos pés. São dois excelentes jogadores e a verdade é que não me consigo comparar a nenhum deles. Têm qualidades que eu nunca possuí".
E, caso ambos se apresentem ao seu melhor nível, Gárate não espera outro resultado que não a vitória na Arena de Hamburgo. "O Fulham tem uma formação extremamente competitiva, mas ainda não é uma óptima equipa", lembrou. "Claro que, se vencer em Hamburgo, deixará a sua marca na história do futebol e tornar-se-á numa equipa de maior projecção, mas creio que o Atlético tem mais experiência, pois já disputou muitos jogos grandes, especialmente na Europa. Acredito no Atlético e o mais importante será mesmo ganhar, mesmo que seja apenas por 1-0, com um golo no último minuto".