Nas mãos de Schwarzer
sexta-feira, 7 de maio de 2010
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Finalista vencido na final da Taça UEFA de 2006, Mark Schwarzer conta com a experiência no Middlesbrough para evitar nova desilusão na quarta-feira, quando o Fulham defrontar o Atlético.
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Mark Schwarzer é um dos dois jogadores do plantel do Fulham FC a ter disputado uma final europeia, pelo que a sua experiência pode revelar-se valiosa quando os "cottagers" concluírem, na quarta-feira, a melhor campanha europeia da sua história na final da UEFA Europa League, frente ao Club Atlético de Madrid.
O guarda-redes fez parte da equipa do Middlesbrough FC que participou na Taça UEFA em duas edições consecutivas a partir de 2004/05, que culminou com uma derrota por 4-0 frente ao Sevilla FC na final de 2006. No caminho para Eindhoven, Schwarzer participou em alguns jogos memoráveis, nomeadamente frente ao FC Basel 1893 e ao FC Steaua Bucureşti. Em ambas as ocasiões, o Middlesbrough sofreu golos no início da segunda mão, em casa, mas contra todas as probabilidades marcou os quatro golos de que precisava para seguir em frente.
Emoção é coisa que também não tem faltado esta época ao emblema de Londres. Nos oitavos-de-final, frente à Juventus, a equipa de Roy Hodgson deu a volta a uma desvantagem de 3-1 na primeira mão e venceu por 4-1 em Craven Cottage. Nas meias-finais (depois de um empate a zero com o Hamburger SV, anfitrião da final) recuperou de um golo sofrido perante os seus adeptos e marcou dois na segunda parte, no espaço de sete minutos.
Ao longo da caminhada do Fulham até à Hamburg Arena, que também incluiu a eliminação de FC Shakhtar Donetsk (detentor da última Taça UEFA) e VfL Wolfsburg (campeão da Alemanha), Schwarzer tem-se feito valer da experiência vivida no Middlesbrough. Com outra final a aproximar-se, o veterano internacional australiano vai recorrer novamente às memórias mais recentes. "É inevitável pensar no que já vivi, especialmente na altura em que representei o Middlesbrough", disse ao UEFA.com o guardião de 37 anos, que trocou o clube de Teesside pelo Fulham no Verão de 2008.
"Numa noite de acerto, podíamos vencer qualquer adversário em casa e é assim que as coisas também têm corrido para o Fulham esta época", acrescentou. "Tentamos aplicar no futuro a experiência acumulada no passado. Usá-la para ajudar os companheiros de equipa, especialmente se nunca passaram por situações semelhantes."
Essa noite inesquecível frente à Juventus constituiu um dos momentos cruciais de uma odisseia europeia que começou há quase dez meses, na terceira pré-eliminatória, frente ao FK Vėtra, da Lituânia. "É o tipo de noites com as quais sonhamos", disse Schwarzer, que só não participou em um dos 18 jogos do Fulham na presente edição da prova. "Daria para escrever o guião de um filme, mas viver este acontecimento em primeira mão é muito especial. É algo que vai ficar na minha memória para sempre, tal como no resto dos jogadores. Vamos lembrar-nos disto com agrado."
Eliminar o clube bicampeão europeu da maneira que o fizeram foi, talvez, o momento que os jogadores de Hodgson sonharam adicionar ao triunfo dos "cottagers" na Taça Intertoto de 2002 – o único título no palmarés do Fulham em 131 anos de história. Afinal de contas, e como Schwarzer admite, vencer a edição inaugural desta nova prova era a última coisa que passava pela cabeça de todos no início da segunda campanha europeia do emblema de Inglaterra.
"No início, era fantástico disputar as competições europeias. Foi como uma viagem de descoberta, com alguma emoção, um desafio, em que pensámos 'vamos desfrutar enquanto pudemos'", acrescentou. "À medida que passávamos as eliminatórias, a crença em nós próprios e a confiança aumentavam, não só nos jogadores como também nos adeptos".
Com 12 golos somados entre si, Bobby Zamora e Zoltán Gera têm sido figuras de destaque na inesperada caminhada do Fulham até à final. No entanto, Schwarzer prefere realçar o desempenho colectivo, que deixou uma equipa que, no início do torneio, estava fora das favoritas, à beira de concretizar um sonho. "Até este momento os rapazes têm sido excepcionais; é muito complicado escolher um único jogador e dizer que se destacou dos demais", continuou.
"Como é óbvio, o Bobby tem marcado muitos golos esta época, e esse tem sido um dos factores decisivos para o nosso sucesso nas competições europeias, tal como no campeonato. Ele pode decidir um jogo, assim como outros jogadores do plantel. É esse um dos nossos pontos fortes actualmente; possuímos bastantes jogadores de qualidade, apesar de não termos nenhuma estrela mundial. Não entramos em euforias e toda a gente se dá muito bem, apoiando-nos uns aos outros durante todo o tempo no relvado."