Fulham rendido a Hodgson
terça-feira, 4 de maio de 2010
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No Fulham há quem considere que Roy Hodgson é um "homem honesto", enquanto outros qualificam-no como uma "velha raposa", mas todos respeitam o treinador que levou o clube até uma final europeia.
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A transformação do Fulham FC demorou menos de dois anos, com a equipa a passar da luta pela manutenção para a disputa de um troféu europeu. Todos consideram que o grande responsável por esta mudança radical é o treinador Roy Hodgson, que para uns é um "homem honesto", mas para outros é uma "velha raposa", mas ninguém duvida que o técnico é o grande responsável por um período de ouro da história do clube de Londres.
Sir Alex Ferguson juntou-se na semana passada ao grupo crescente de admiradores confessos de Hodgson ao declarar que o londrino de 62 anos é o único candidato ao prémio de treinador do ano. "É um milagre", foi assim que o treinador do Manchester United FC qualificou a caminhada do Fulham até à final da UEFA Europa League que vai ser disputada na próxima semana. "É uma das melhores carreiras de sempre de uma equipa britânica". E Sir Alex é o homem indicado para falar sobre o sucesso nas competições europeias.
Hodgson também não é nenhum caloiro. A carreira de treinador começou há 34 anos, no Halmstads BK, e desde então acumulou tanta experiência como milhas de voo, tendo treinado equipas como o FC Internazionale Milano, para além das selecções da Finlândia e da Suíça. No final de 2007 o treinador aceitou o convite para regressar à sua cidade natal, pois é natural de Croydon. O Fulham lutava desesperadamente para não descer de divisão e esteve mesmo a 14 minutos da despromoção, mas renasceu como Lázaro, mostrando uma capacidade de superação que repetiu por várias vezes nesta campanha da UEFA Europa League.
O clube da zona oeste de Londres eliminou o FC Shakhtar Donetsk, que é o detentor da Taça UEFA, marcou quatro golos num encontro ante a Juventus e na semana passada conseguiu a reviravolta frente ao Hamburger SV na segunda mão das meias-finais, deixando pelo caminho os campeões europeus de 1983. O UEFA.com pediu a três jogadores do Fulham para conversarem sobre este homem com toque de Midas.
Danny Murphy, capitão e médio
È inacreditável aquilo que ele conseguiu dar a este clube num espaço de tempo tão curto. Ele transformou a equipa e conseguiu-o porque tem uma enorme experiência do futebol. Trata os jogadores com respeito e maturidade e embora estas coisas devessem ser normais em todos os treinadores, garanto-vos que não são. É um homem honesto. Está sempre disponível para falar com os jogadores e diz sempre o que pensa, quer tenha de ser elogioso ou crítico. Considero que isto é muito positivo, pois nem todos os treinadores são fortes na honestidade.
É um perfeccionista no seu trabalho de treinador. Trabalha muito intensamente com toda a equipa técnica durante os treinos para levar a que a equipa jogue da forma que ele quer. Cada um sabe a sua função, ninguém tem dúvidas sobre qual é o seu papel dentro de campo, e penso que isso é visível nos jogos, pois somos um conjunto organizado. Ele consegue tirar o máximo dos jogadores, em termos de empenho, ambição e ética de trabalho.
Mark Schwarzer, guarda-redes
Ele é uma raposa velha, não é? Tem uma enorme experiência em todo o mundo, especialmente do futebol europeu, e penso que isso de nota. Este estilo de futebol adapta-se bem à nossa equipa nas provas da UEFA, frente às equipas europeias. Queremos praticar um estilo de futebol eficaz, que passa pela pressão sobre o adversário e por mantermos a posse de bola. Talvez não seja sempre um estilo de futebol espectacular, mas é eficaz. O treinador é o grande responsável por esta forma de jogar. Ele incute uma grande confiança na equipa e usa toda a sua experiência para ajudar os jogadores.
Aaron Hughes, defesa
É um treinador muito experiente, já passou por todo o mundo, trabalhou em selecções e em grandes clubes, e já viu todos os estilos de futebol. Ele conhece o estilo de jogo das diferentes equipas e deu-nos uma boa base para trabalhar. Ele sabe o que quer e como conseguir que os jogadores o executem. Ele gosta de jogar futebol de uma forma positiva, com muitas trocas de bola. Por outro lado, jogar todas as semanas na Premier League, obriga a algumas adaptações, pois temos de praticar um futebol um pouco mais físico. Quando defendemos, defendemos bem em bloco, com uma grande entreajuda. No ataque, criamos sempre problemas aos adversários, e isso tem sido uma das razões do nosso sucesso.