Acabar uma era em grande estilo
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Sumário do artigo
Shakhtar e Bremen procuram tornar-se o 38º e último clube a conquistar a Taça UEFA na final de Istambul e os treinadores de ambas as equipas esperam fazer cair o pano de uma era da competição em grande estilo.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
Nas paredes da entrada do Estádio Şükrü Saraçoğlu, em Istambul, podem ver-se vários posters com os vencedores de todas as finais da Taça UEFA, desde o triunfo do Tottenham Hotspur FC na primeira edição da prova, em 1972. Tanto o FC Shakhtar Donetsk como o Werder Bremen procuram ser o 38º e último clube dessa lista de vencedores, antes de a prova ser substituída pela UEFA Europa League na próxima época e os treinadores de ambas as equipas esperam fazer cair o pano de uma era da competição em grande estilo.
"Desafio"
"Estou certo que iremos assistir a um jogo emocionante entre duas equipas com dois estilos diferentes", afirmou Mircea Lucescu, treinador do Shakhtar. "O Bremen é sempre uma equipa ofensiva e muito física. O nosso estilo assenta na técnica e vamos tentar usá-la para assumir o controlo do jogo". Do outro lado, Thomas Schaaf espera um teste à coragem. "Temos de ser assertivos. Vai ser um jogo quente, mas uma final nunca é fácil e estamos felizes por termos este desafio pela frente", explicou o técnico do Bremen.
"Sonho"
E coragem é atributo que não tem faltado aos finalistas desde o início da caminhada até esta final. Ambos foram testados até ao limite nas meias-finais pelos rivais internos FC Dynamo Kyiv e Hamburger SV e, já que chegou tão longe, Lucescu está a desfrutar o momento. "Estou feliz por voltar a Istambul", referiu o treinador romeno, que se sagrou campeão da Turquia como técnico do Galatasaray AŞ e do Beşiktaş JK. "Adoro esta cidade. Jogar a final da Taça UEFA é um sonho para qualquer jogador e fico feliz pelo facto de os meus jogadores irem concretizá-lo".
Em forma
A vitória é, obviamente, o objectivo final e um hábito a que o Shakhtar já se acostumou, tendo conquistado 23 dos últimos 27 jogos efectuados em todas as competições, incluindo dez dos últimos 11. Este registo é muito melhor do que o do Bremen, equipa bastante irregular e que ainda no sábado passado perdeu em casa por 3-1 ante o Karslruher SC, último classificado da Bundesliga. Não foi, certamente, o ensaio que Schaaf queria antes do encontro mais importante da época, mas o treinador tem mais com que se preocupar, tendo em conta várias lesões no plantel e a suspensão do talismã Diego.
Dilemas no "onze"
O ponta-de-lança português Hugo Almeida também fica de fora devido a castigo e o defesa-central Per Mertesacker está lesionado, pelo que as opções do treinador alemão são limitadas. Mesut Özil irá assumir as funções de médio-ofensivo, enquanto Alexandros Tziolis jogará no lado esquerdo do meio-campo. O capitão Frank Baumann irá efectuar um teste físico de última hora, mas os problemas físicos de Claudio Pizarro e Markus Rosenberg não deverão impedir os dois avançados de jogar. No eixo da defesa, Sebastian Prödl fará dupla com Naldo. "Não podemos substituir esses jogadores por outros iguais, mas tentaremos ao máximo tirar partido do nosso plantel. Existe muita qualidade aqui", referiu Schaaf.
Começo de uma era
Lucescu tem a equipa quase na máxima força. Jadson está recuperado e apenas o médio Tomáš Hübschman, castigado, ficará de fora, prevendo-se que seja substituído por Mariusz Lewandowski. Para o Shakhtar, chegar à final da Taça UEFA significa mais o começo de uma era do que o fim de outra. Esta será a estreia da equipa ucraniana na final e também a primeira vez que um clube do país disputa o jogo decisivo de uma prova europeia desde a independência em 1991. Por seu lado, o Bremen tentará voltar a conquistar um troféu europeu depois do triunfo na Taça dos Vencedores das Taças de 1992, no Estádio da Luz, em Lisboa. A Taça UEFA está a chegar ao fim, mas para estas duas equipas a emoção está apenas a começar.