Ambição motiva Srna

Com "um novo capítulo da história do futebol ucraniano a ser escrito", o capitão do FC Shakhtar Donetsk, Darijo Srna, alertou os companheiros de equipa que é chegada a altura de mostrarem o que valem.

Tensão e empenho 
Antes desta época, nenhuma equipa ucraniana havia passado dos quartos-de-final da Taça UEFA, mas, nesta sua última edição antes da passagem a UEFA Europa League, os clubes daquele país do Leste europeu pretendem recuperar o tempo perdido. O FC Dynamo Kyiv, que afastou o FC Metalist Kharkiv nos oitavos-de-final, é o adversário do Shakhtar, pelo que está garantida a presença de um representante da Ucrânia na final de Istambul. "Estes derbies ucranianos são sempre especiais, mas desta vez ainda mais, por se tratar de uma meia-final da Taça UEFA", disse Srna. "A tensão e o empenho serão ainda maiores do que nos jogos para o campeonato ucraniano".

Segurança defensiva
Somente no Verão passado, perante o propalado interesse do Liverpool FC, Srna reforçou a sua vontade em permanecer na Ucrânia, acrescentando que queria "conquistar um grande título pelo Shakhtar". Poderá não esperar muito mais tempo, pese embora o Dínamo seja um adversário de peso. Quase a recuperar o troféu de campeão ucraniano que, em três dos últimos quatro anos, ficou em Donetsk, o Dínamo tem sido irresistível em alguns períodos da temporada, tendo um ponto forte bastante evidente: marcou 61 golos para a Liga ucraniana. O Shakhtar tem o segundo melhor ataque, com 38 tentos. "O meu principal desejo para o jogo [de Kiev] é que o Shakhtar marque e não sofra. Não podemos sofrer golos", reforçou Srna. "Gostamos bastante de atacar, mas também somos fortes na defesa e não sofremos muitos tentos. Temos de assegurar que os atacantes do Dínamo não tocam na bola".

Elogio de Lucescu
Mesmo segundo os mais altos padrões, Srna, desde que chegou em 2003 à Ucrânia, proveniente do HNK Hajduk Split, como um lateral bastante ofensivo, tem tido uma época inesquecível. O jogador de 26 anos, cujo apelido significa "veado" na sua Croácia natal, tem sido um dos principais beneficiários da decisão do técnico Mircea Lucescu em reduzir a rotação do plantel, de forma a conceder maior consistência exibicional à equipa. "Uma vez estava a pensar se o colocaria ou não em campo e Srna disse-me, sem rodeios e de forma bem clara, que queria jogar", admitiu Lucescu. "A sua presença no campo une a equipa. Ele é um verdadeiro capitão". De facto, como um verdadeiro capitão, não abandonou o barco no Verão passado. Pode ser que tenha a sua recompensa dentro de pouco tempo.