Rotatividade embala Bayern
sexta-feira, 7 de março de 2008
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Vencer por cinco golos é sempre notável, mas o principal dado a extrair da vitória do Bayern no terreno do Anderlecht reside na política de rotatividade.
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Vencer por cinco golos, especialmente quando se trata de um jogo das competições europeias, é sempre muito bom, mas o triunfo do FC Bayern München no terreno do RSC Anderlecht, em partida da primeira mão dos oitavos-de-final da Taça UEFA, mostrou que a política de rotatividade do treinador dos bávaros, Ottmar Hitzfeld, continua a render importantes dividendos.
Benefícios da rotatividade
Seis jogadores do "onze" que começou o encontro com o FC Schalke 04 na jornada de sábado da Bundesliga, que o Bayern venceu por 1-0 - incluindo Lucio, Oliver Kahn, Franck Ribéry e Miroslav Klose -, perderam o estatuto na partida de Bruxelas, mas o gigante da Baviera não perdeu força. "Temos 20/22 jogadores preparados para jogar a este nível", assegurou Philipp Lahm, um dos elementos que regressou à titularidade no jogo da noite de quinta-feira. "E é por essa razão que enfrentamos a situação com tranquilidade", explicou.
Vitórias para a história
O Bayern não só venceu confortavelmente, como igualou o seu melhor resultado nas competições europeias. Há 30 anos, o clube alemão bateu o FC Lokomotiv Moskva pela mesma margem, também na Taça UEFA, e registara triunfos, por 5-0, no reduto do AS Jeunesse Esch, em 1975, e na deslocação ao Køge BK no ano seguinte, sendo que estas duas últimas goleadas foram obtidas na Taça dos Clubes Campeões Europeus. "Tenho que dar o maior crédito a todos", reconheceu o médio Mark van Bommel. "Realizámos uma grande exibição e desenvolvemos movimentações atacantes como já não via há muito tempo. Todos os que são chamados a jogar estão a fazê-lo de forma magnífica", rematou.
Vencer e convencer
À semelhança do que acontece com o Real Madrid, em Espanha, ou com o Manchester United FC, em Inglaterra, ao Bayern não basta apenas vencer - é preciso ganhar com uma grande exibição. O director-geral do clube, Uli Hoeness, estava particularmente satisfeito, uma vez que foi a pensar em vitórias como a conseguida em Bruxelas que, no Verão passado, gastou uma verba recorde de 67 milhões de euros em contratações. "Não só deixámos toda a gente satisfeita, como conseguimos uma vantagem que nos permite carimbar confortavelmente a passagem aos quartos-de-final no desafio da segunda mão", apontou Hoeness.
Entrada de Ribéry... aposta ganha
Todavia, como sempre, Hitzfeld não perdeu tempo a destacar um dado que atesta a importância da impressionante vitória. "Não foi tão fácil quanto o resultado pode sugerir", constatou o treinador, de 59 anos. Porém, ter a possibilidade de lançar jogadores de qualidade a partir do banco pode fazer toda a diferença - e a entrada de Ribéry mudou o jogo. O internacional francês justificou a aposta do treinador, ao efectuar duas assistências e marcar um golo espectacular, na cobrança de um livre, que deixou todos os jogadores do Bayern satisfeitos... excepto um: "Antes de transformar o livre, apostei com ele 100 euros em como não marcaria", explicou Van Bommel. "Mas ele marcou mesmo", contou o holandês.