Parma acredita na final
quinta-feira, 28 de abril de 2005
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Alberto Gilardino e Domenico Morfeo não passarão de dois espectadores atentos na recepção do Parma ao CSKA, na primeira mão das meias-finais da Taça UEFA.
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Por Paolo Menicucci e Pavel Gognidze
Alberto Gilardino e Domenico Morfeo não serão mais do que dois meros espectadores quando o Parma FC receber, no Estádio Ennio Tardini, o PFC CSKA de Moscovo, em jogo da primeira mão das meias-finais da Taça UEFA.
Fuga à despromoção
O técnico dos transalpinos, Pietro Carmignani, manteve-se fiel à sua palavra e prescindiu de alguns dos principais elementos do plantel, com os olhos postos na batalha terrível que o clube trava na Serie A, envolvido na luta pela fuga à despromoção. Gilardino e Morfeo juntam-se ao lesionado Alex Gibbs e a Damiano Ferronetti, Marco Marchionni, Stefano Bettarini e Vincenzo Grella, jogadores há muito afastados das quatro linhas devido a problemas físicos, mas Carmignani não se mostra menos confiante no sucesso.
"Jogos cruciais"
"Esta meia-final é muito importante, mas, infelizmente, surge num período muito difícil para nós", confessou o treinador do Parma. "Temos de vencer os próximos dois encontros em casa, frente ao [AS] Livorno e à [AS] Roma, dois jogos cruciais para evitar a despromoção. Portanto, decidi poupar jogadores como Gilardino e Morfeo. O CSKA é muito forte e está bem fisicamente, depois de o seu jogo da liga do último fim-de-semana ter sido adiado, enquanto nós teremos de os defrontar com uma equipa muito jovem. Todavia, conseguimos vários resultados surpreendentes esta época e esperamos voltar a fazê-lo".
Duo ausente
Ambas as equipas não poderão contar com um jogador devido a castigo, com Mark Bresciano de fora na equipa da casa e Evgeni Aldonin ausente do lado do CSKA, depois de ter visto um cartão amarelo em cada partida dos quartos-de-final, cujo desfecho se saldou por um 4-2, naturalmente favorável aos russos, que deixaram pelo caminho o AJ Auxerre. Elvir Rahimic, que deverá ser um dos dois médios defensivos do CSKA, ao lado de Deividas Semberas, não guarda boas recordações do último confronto entre as duas equipas, disputado há dois anos, na primeira ronda da mesma competição, quando, resolvendo o duelo nos instantes finais, o Parma seguiu em frente, com um triunfo por 4-3, no cômputo da eliminatória. "Quando jogámos com o Parma a situação era diferente, pois foram os primeiros jogos do CSKA nas competições europeias sob o comando de Valeriy Gazzaev".
Ventos de mudança
"Estávamos muito nervosos, muito mais do que agora. Presentemente, somos uma equipa tranquila e mais confiante nas nossas capacidades. Na altura, ficámos impressionados com o facto de estarmos a defrontar uma formação italiana tão grande como o Parma. Obviamente, não esquecemos o golo sofrido no derradeiro minuto da partida de Parma, que acabou por decidir a eliminatória. Ninguém pode esquecer uma coisa dessas. O [Adrian] Mutu rematou ao ângulo mais distante [da baliza à guarda de Ruslan Nigmatullin] e... estava feito. Pensávamos que nos tínhamos qualificado, pelo que se tratou de uma grande decepção. Fiquei imensamente desapontado. E se algo do género se repetir, ainda ficarei mais desapontado. Desta vez, a final está tão próxima..."
Só a vitória interessa
Semberas, que espera ajudar a sua equipa a tornar-se no primeiro clube moscovita a erguer um título europeu, acrescentou: "O empate não será o resultado ideal para nós. Não é o pior que nos pode acontecer, mas não vamos jogar para isso. Tal como perder em Parma, isso nem sequer me passou pela cabeça. Devemos afastar liminarmente essa ideia. Mesmo que seja na teoria, não devemos pensar em perder".