Meriem gela San Siro
quarta-feira, 14 de abril de 2004
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FC Internazionale 0-1 Olympique de Marseille (total: 0-2)
Um golo de Camel Meriem premiou a concentrada actuação do Marselha.
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Carrasco do Benfica na ronda anterior, o FC Internazionale ficou pelo caminho nos quartos-de-final da Taça UEFA, depois de ter sido derrotado em pleno San Siro pelo Olympique de Marseille. A equipa francesa, que já havia vencido o jogo da primeira mão por 1-0, repetiu a dose em solo transalpino, graças a um golo de Camel Meriem.
Primeira derrota frente a franceses
O resultado, que marcou a primeira derrota do Inter em dez jogos em casa realizados contra equipas francesas, selou uma época europeia para esquecer da turma de Milão, que depois de ter sido prematuramente afastada da UEFA Champions League ainda na fase de grupos, concentrava todas as esperanças nesta competição.
Sem desculpas
Contudo, o treinador Alberto Zaccheroni e a sua equipa não precisam de arranjar desculpas para o desaire, pois o Marselha baseou o seu sucesso numa soberba prestação defensiva, que garantiu protecção máxima à baliza de Fabien Barthez. Com 26 minutos para jogar, Camel Meriem rompeu entre o último reduto "nerazzurri" e com um magnífico golo, facilitou a tarefa da sua equipa.
Golo de Meriem
Depois da defensiva do Marselha ter afastado o perigo da sua área na sequência de um livre, Meriem, que a semana passada perdeu uma soberana oportunidade de fazer o 2-0 já em cima do apito final, recebeu a bola sobre o lado esquerdo com todo o flanco livre à sua frente. Frente a Francesco Toldo, rematou com o seu melhor pé e bateu sem apelo nem agravo o internacional italiano.
Inter desilude
O Inter, que pretendia ser a primeira equipa a alcançar cinco finais da Taça UEFA, acabou por constituir uma desilusão, tanto mais que apesar de todo o esforço dos seus jogadores para esbater o prejuízo da derrota da primeira mão, a verdade é que nunca conseguiu colocar Barthez sobre grande pressão.
Barthez seguro
De resto, sempre que foi chamado a intervir, o guarda-redes francês demonstrou bravura e segurança, mesmo quando tinha de sair de entre os postes para colocar um ponto final nos vários cruzamentos que os jogadores do Inter foram bombeando para a sua área. Aos 52 minutos, foi com alívio que Barthez viu o sempre esforçado Júlio Cruz rematar exactamente na sua direcção, após uma excelente assistência de Cristiano Zanetti.
Matías Almeyda por cima
Na primeira parte, o mesmo Cruz, que ocupou no onze o lugar do lesionado Christian Vieri, conseguiu isolar de forma inteligente o compatriota Matias Almeyda, mas apesar de se encontrar em boa posição para marcar, o médio argentino desperdiçou a oportunidade, atirando por cima da barra.
Com Vieri podia ser diferente
A ausência de Vieri acabou por se revelar fatal para o Inter, já que costuma ser o poderoso ponta-de-lança transalpino a resolver os problemas de concretização da formação milanesa. Kily González também desfrutou de uma excelente oportunidade logo ao início, mas um mau tempo de entrada ao lance acabou por significar mais um desperdício, com a bola a passar à sua frente sem que lhe conseguisse tocar. Ao segundo poste, Obafemi Martins ainda chegou ao esférico, mas acabou por cabecear ao lado, à semelhança do que depois acabou por acontecer com Cruz numa jogada em tudo idêntica.
Drogba ausente
A ausência do avançado Didier Drogba, que após os festejos do golo na primeira mão acabou por ver um cartão amarelo que o afastou desta partida, não ajudava os franceses. Como esperado, o técnico José Anigo deu a titularidade a Ahmed Hossam Mido, que falhou o jogo do Stade Velodrome também por castigo disciplinar, ficando o egípcio como o único avançado da equipa e Steve Marlet, recuperado da lesão que o apoquentou, como reserva no banco de suplentes. O mesmo Marlet haveria de estar em destaque, quando após ser chamado ao jogo já no decorrer do segundo tempo, obrigou Toldo a puxar dos galões para evitar que, em duas situações, conseguisse abrir o marcador.
Muro defensivo
No outro lado do campo, os avançados do Inter não conseguiam encontrar a fórmula para ultrapassar o verdadeiro muro defensivo montado pelos três centrais apresentados por Anigo. Abdoulaye Méïté, Brahim Hemdani e Habib Beye nunca deram uma nesga de espaço para que Cruz e Martins pudessem desenvolver as suas jogadas.
Empenho e organização
Sempre que um jogador do Marselha se esquecia de marcar o seu adversário, um outro companheiro aparecia para fechar os caminhos para a baliza de Barthez. Foi exactamente esse empenho e organização, que se alargou durante o jogo a todos os sectores do terreno, que gradualmente encolheram a ambição e a esperança da equipa da casa.
Celtic.
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