EURO 1992: Tudo o que precisa de saber
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
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Chamada à última da hora como substituta, a Dinamarca causou enorme surpresa na Suécia. Saiba o que aconteceu.
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Quem ganhou o EURO 1992?
A Dinamarca contrariou as probabilidades e bateu a recém-unificada Alemanha por 2-0 na final do Campeonato da Europa da UEFA de 1992, a 26 de Junho de 1992. Chamada à última da hora, como substituta da Jugoslávia, a formação nórdica apurou-se à justa na fase de grupos e na final no Estádio Ullevi, em Gotemburgo, foi muito pressionada. No entanto, John Jensen e Kim Vilfort marcaram contra a corrente do jogo e deram a vitória à Dinamarca. O guarda-redes Peter Schmeichel recorda: "Só me apercebi realmente do que tínhamos conseguido quando estávamos em Copenhaga, na câmara municipal, a festejar com o resto do país. Nessa altura pensamos: 'Caramba, conseguimos mesmo, isto não é um sonho'".
Quem foram os melhores marcadores no EURO 1992?
Quatro jogadores terminaram empatados com três golos EURO '92:
Dennis Bergkamp (Países Baixos)
Tomas Brolin (Suécia)
Henrik Larsen (Dinamarca)
Karl-Heinz Riedle (Alemanha)
O melhor marcador na fase de qualificação tinha sido o jugoslavo Darko Pancev, com dez golos. Com a alcunha de "Cobra", o avançado trocou o Estrela Vermelha pelo Inter Milão no Verão de 1992, após ter perdido a oportunidade de disputar o EURO no seguimento da dissolução da Jugoslávia. Viria a representar a Macedónia do Norte e depois de encerrar a carreira abriu um café em Skopje chamado "Devetka" (Nove), inspirando-se no número que envergou na camisola enquanto jogador.
Onde se realizou o EURO 1992?
A Suécia recebeu a fase final a oito equipas, com a acção a decorrer em quatro estádios: O Estádio Ullevi, em Gotemburgo, recebeu cinco partidas (incluindo uma meia-final e a final), enquanto quatro desafios aconteceram no Råsunda, em Estocolmo (incluindo uma meia-final). O Idrottsparken (Norrkoping) e o Estádio Malmö (Malmo) receberam três jogos na fase de grupos.
Quem orientou a equipa vencedora do EURO 1992?
Em 1990, quando substituiu Sepp Piontek como seleccionador da Dinamarca, Richard Møller Nielsen não foi a primeira escolha. E a sua chegada também não entusiasmou os jogadores mais ofensivos, já que a sua atenção se centrava em defender bem. No entanto, após a Dinamarca substituir a Jugoslávia, "Ricardo", que faleceu em 2014, estabilizou a sua equipa e colocou-a no caminho para um sucesso notável. "Foi uma grande honra jogar sob o seu comando", disse o médio John Jensen. "Ele tomou as decisões certas nas alturas certas".
Quem foi o capitão vitorioso do EURO 1992?
O defesa-central Lars Olsen envergou a braçadeira de capitão da Dinamarca no Europeu de 1992, após também ter participado na edição de 1988. Chegou à Suécia acabado de conquistar a Taça da Turquia na única época completa ao serviço do Trabzonspor, rumando aos belgas do Seraing após este torneio. Penduradas as chuteiras, enveredou pela carreira de treinador, tendo orientado alguns dos principais clubes dinamarqueses, para além da selecção islandesa, entre 2011 e 2019.
Qual foi o formato do EURO 1992?
Realizado entre 10 e 26 de Junho, o EURO 1992 foi a nona edição da competição e a última a ter uma fase de grupos com oito equipas. Os vencedores de grupos (Suécia e Países Baixos) defrontaram os segundos classificados (Alemanha e Dinamarca) nas meias-finais. Não houve jogo de atribuição do terceiro lugar.
Quantas equipas participaram no EURO 1992?
Oito equipas participaram na fase final, enquanto a fase de qualificação foi disputada por 34 (Ilhas Faroé e Liechtenstein estrearam-se). A Suécia apurou-se automaticamente na qualidade de anfitrião. A reunificação da Alemanha aconteceu durante a fase de qualificação, o que significa que a República Democrática da Alemanha desistiu e a República Federal da Alemanha jogou como Alemanha. A União Soviética dissolveu-se após o apuramento da sua selecção para a fase final, como vencedora do Grupo 3. Assim, no torneio nórdico, a mesma equipa (representando 12 repúblicas pós-soviéticas) participou sob o nome CEI (Confederação de Estados Independentes).
Como funcionou a fase de qualificação do EURO 1992?
As 34 selecções participantes na fase de qualificação foram divididas em sete grupos: seis contendo cinco equipas e um outro com quatro formações. O Grupo 5 tornou-se um grupo de quatro selecções após a desistência da República Democrática da Alemanha, com a República Federal Alemã a passar a ter o nome de Alemanha após a reunificação. Em princípio, os sete vencedores dos grupos iriam juntar-se à anfitriã Suécia na fase final. Na prática, contudo, a vencedora do Grupo 4, a Jugoslávia, foi suspensa a nível internacional em Maio de 1992, com o seu lugar na fase final a ser ocupado pela segunda classificada do respectivo agrupamento, a Dinamarca.
Qual foi a Equipa do Torneio do EURO 1992?
GR: Peter Schmeichel (Dinamarca)
DF: Jocelyn Angloma (França)
DF: Laurent Blanc (França)
DF: Andreas Brehme (Alemanha)
DF: Jürgen Kohler (Alemanha)
MD: Ruud Gullit (Países Baixos)
MD: Brian Laudrup (Dinamarca)
MD: Stefan Effenberg (Alemanha)
MD: Thomas Hässler (Alemanha)
AV: Dennis Bergkamp (Países Baixos)
AV: Marco van Basten (Países Baixos)
Quem marcou o primeiro golo no EURO 1992?
Jan Eriksson não foi utilizado no Campeonato do Mundo de 1990, mas compensou, e com efeito imediato, no EURO '92, cabeceando para o golo inaugural da fase final aos 24 minutos do jogo entre Suécia e França (terminou empatado a um), após cruzamento de Anders Limpar. Também facturou frente à Inglaterra, fazendo o empate numa partida que os nórdicos viriam a ganhar por 2-1.
Curiosamente, o primeiro golo na fase de qualificação, marcado por Arnór Gudjohnsen aos 41 minutos do empate caseiro da Islândia frente à Albânia, aconteceu a 30 de Maio de 1990, ou seja, antes do início do Mundial desse ano. Arnór Gudjohnsen talvez seja mais conhecido por ser o pai de Eidur Gudjohnsen, que viria a jogar pelo Chelsea. Aos 17 anos, o jovem substituiu o pai (na altura com 34) num jogo frente à Estónia, realizado em Abril de 1996.
Cinco factos essenciais sobre o EURO 1992
• A conquista da Dinamarca aconteceu poucos dias após um referendo realizado no país, cuja decisão foi ficar fora da União Europeia. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Uffe Ellemann-Jensen, disse: "Se não nos podemos juntar a eles, então que os consigamos vencer".
• O sucesso dinamarquês foi ainda mais notável pelo facto de só em 1986 os clubes dinamarqueses terem enveredado pela profissionalização, com o Brøndby a ser o precursor.
• A Escócia tinha-se qualificado para todos os Mundiais desde 1974, mas o torneio na Suécia assinalou a sua estreia num Europeu.
• A França tornou-se no primeiro país a terminar a fase de qualificação para um Europeu só com vitórias: um total de oito, num grupo que incluía a Espanha.
• O Europeu de 1992 foi o primeiro grande torneio de selecções no qual os jogadores envergaram o nome e número (de 1 a 20) na camisola.