Portugal com pouca margem de erro
terça-feira, 12 de junho de 2012
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Num jogo em que "só serve a vitória" a Portugal, Paulo Bento reconheceu ser preciso "melhorar os índices de eficácia" e confirmou Hélder Postiga a titular ante a bem conhecida Dinamarca.
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“Amanhã joga o Hélder [Postiga]”. Foi desta forma que o seleccionador de Portugal, Paulo Bento, fez questão de dissipar a dúvida quanto ao ponta-de-lança a actuar de início na segunda jornada do Grupo B frente à Dinamarca, agendado para esta quarta-feira, na Arena Lviv, enquanto Morten Olsen continua a sacudir a pressão: "Não somos favoritos."
Com o jogador sentado ao seu lado na conferência de imprensa de antevisão da partida, Bento foi directo ao assunto, mesmo sabendo que as estatísticas referem que Postiga não efectuou qualquer remate à baliza da Alemanha na derrota de 1-0 e que Portugal ostenta somente um golo marcado nos quatro jogos realizados este ano. “Não me preocupa”, salientou. “Não é a única forma de avaliar um ponta-de-lança. O jogo não é só atacar, também é pressionar… Valorizo muito que haja gente que o saiba fazer e possa fazer, e por isso amanhã vai continuar a jogar.”
Depois da derrota ante os alemães e do triunfo dos dinamarqueses frente à Holanda, pelo mesmo desfecho, há pouca margem de erro para Portugal se pretender continuar a acalentar esperanças de passar aos quartos-de-final. “Estamos mais pressionados do que antes do jogo com a Alemanha”, reconheceu Bento. “Outro resultado não nos serve, só a vitória, mas teremos de ser equilibrados e pacientes. Só nos basta ganhar, não é preciso mais do que isso, melhorando os nossos índices de eficácia. Sabemos que a bola dentro da baliza é um dos fundamentos do futebol.”
Em relação ao oponente e ao surpreendente triunfo sobre a Holanda, uma das favoritas à conquista do UEFA EURO 2012, Bento referiu: “Não me surpreendeu. Demonstrou forte organização e defensivamente soube fechar o espaço, mas teve alguma felicidade por a Holanda não ter concretizado. Tem jogadores que seguram bem a bola e que podem explorar o contra-ataque. Temos de controlar o adversário nos seus momentos fortes, como na saída para o contra-ataque.”
“Não acho que haja favoritos”, continuou. São duas equipas muito equilibradas. A vantagem poderá estar do lado da Dinamarca, pelo facto que poder jogar com os dois resultados. Esgotaremos todas as possibilidades neste jogo. A opção do Postiga tem a ver com a estratégia para este jogo.” Do outro lado, Olsen sacudiu mais uma vez a pressão: "Não somos favoritos contra Portugal, não éramos contra a Holanda e não somos conta a Alemanha. Os portugueses têm de ganhar, não basta jogar bem.”
Dinamarca e Portugal conhecem-se bem, pois defrontaram-se cinco vezes no espaço de seis anos e o saldo é favorável à selecção de Olsen, com três vitórias. “Tivemos alguma sorte em dois jogos qualificação”, reconheceu Olsen, a sonhar poder repetir o feito de há 20 anos, quando o país surpreendeu meio mundo e sagrou-se campeã da Europa, não obstante o discurso cauteloso. “Temos de sonhar, mas é preciso ter atenção como é diferente hoje o futebol. Passar a fase de grupos será como se tivéssemos ganho o torneio em 1992.
Depois de concluir o apuramento para o Mundial de 2010 no primeiro lugar, à frente de Portugal, os dinamarqueses averbaram a única derrota deste ciclo na qualificação para o UEFA EURO 2012, numa partida grata para Bento. Em Outubro de 2010, dois golos de Nani e um de Cristiano Ronaldo no Estádio do Dragão, no Porto, contra o autogolo de Ricardo Carvalho, assinalaram da melhor forma a estreia de Bento no comando da selecção lusitana. No fim, é esse o desfecho que Bento quer para quarta-feira.