Holandeses pressionados no exame alemão
terça-feira, 12 de junho de 2012
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O seleccionador holandês, Bert van Marwijk, admitiu estar "irritado e tenso", mas o seu homólogo alemão, Joachim Löw, espera encontrar uma equipa holandesa muito mexida, esta quarta-feira.
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Se, no final da partida com a Dinamarca, o seleccionador holandês acusou a irritação pela derrota sofrida, os três dias que entretanto se passaram não parecem ter servido para Bert van Marwijk ficar mais animado.
O técnico holandês reconheceu sem problemas que a sua equipa está pressionada, depois da surpreendente derrota com os nórdicos, mas o jogo marcado para esta quarta-feira, frente à Alemanha, dificilmente será a melhor escolha para relançar a candidatura holandesa ao título europeu. A própria história o diz: a final do Mundial de 1974, a meia-final do Campeonato da Europa de 1988 e o abrasador encontro no Mundial de 1990 assim o demonstram.
Junte-se a isto os 3-0 num particular, com a Alemanha, no ano passado, e fica fácil perceber porque é que Van Marwijk e a sua selecção, a trabalhar em temperaturas que rondam os 30ºC, estão acalorados: "Claro que o ambiente é tenso", disse o técnico, de 60 anos. "Um jogo importante como este, principalmente depois de uma derrota, aumenta sempre a tensão, aqui e na Holanda. É por isso que, de vez em quando, nos irritamos, mas é por isso que vamos ter de estar ainda mais motivados."
Questionado sobre mil e um assuntos, da questão Klaas-Jan Huntelaar e/ou Robin van Persie à decisão de manter a equipa na Polónia, Van Marwijk não teve vida fácil. Mas os muitos jornalistas presentes na cidade onde fica a Praça Svobody, uma das maiores da Europa, perceberam que pressionar o técnico só o faria andar às voltas.
"Estamos a preparar-nos para um dos jogos mais importantes dos últimos anos", considerou. "Como os vamos vencer? Isso não direi aqui, mas sim à minha equipa. A Alemanha é uma formação muito forte, mas podemos ganhar. Como o faremos, e onde o faremos, não lhe vou dizer."
Joris Mathijsen cumpriu a totalidade da sessão de treino aberta desta terça-feira, depois de falhar o jogo com a Dinamarca devido a uma lesão muscular, pelo que agora ambos os treinadores têm toda a selecção à sua disposição. Mas Joachim Löw parece estar menos pressionado, no momento de definir os titulares: a vitória por 1-0 sobre Portugal foi a 12ª consecutiva em jogos oficiais. Mas o técnico responsável por esse registo não brinca.
"Ambas as equipas têm soluções fantásticas no ataque", considerou. "A nossa defesa vai ser pressionada, mas o que importa é que os jogadores mostrem a nossa qualidade como equipa. Não vai ser possível defender sempre com apoio [de um colega] em todos os lances, porque [os holandeses] são muito rápidos, os nossos defesas terão de estar bem no um-contra-um. A Holanda precisa de ter a bola, têm um futebol ofensivo e jogadores de classe mundial no ataque, que dificultam a vida a qualquer defesa. Não acredito que mudem completamente o seu estilo de jogo, ou a sua táctica, só porque perderam o último desafio."
Löw não costuma ser dado a exageros e sublinha que, apesar da história entre as duas selecções, neste jogo tudo começa do zero. "Há uma grande rivalidade, com jogos lendários em competições", comentou. "São os melhores jogos, os mais interessantes, dos últimos 20 ou 30 anos. Será muito intenso e tecnicamente será muito bom, mas o que aconteceu no passado já passou à história." Como também os holandeses poderão passar, se perderem esta quarta-feira.