Busquets garante que a Espanha vai brilhar

Sergio Busquets mostrava-se um pouco espantado ao encarar os jornalistas reunidos em Gniewino, onde a selecção espanhola, vinda de um empate 1-1 frente à Itália na abertura do Grupo C, prepara o jogo com a República da Irlanda, conduzida por um técnico prestigiado, o italiano Giovanni Trapattoni.

"Por que não mostram mais fé e paciência?" e "Como podem questionar dos escolhidos para o meio-campo?" são frases que marcam o estilo geral das suas respostas, numa conversa centrada na questão de a exibição de domingo ter sido, ou não, um bom augúrio para a defesa espanhola do título europeu conquistado em 2008.

Os jornalistas quiseram explorar, minuciosamente, a possibilidade de o uso dos dois médios defensivos – o próprio Busquets e Xabi Alonso – ter impedido a Espanha de soltar um futebol mais inspirado e ofensivo. A sua ideia, no geral, é que usando apenas um dos dois, acompanhado por jogadores como Xavi Hernández e Andrés Iniesta, Vicente del Bosque contar com três jogadores para o ataque.

Mas Busquets, sempre disponível para responder, não se mostrou disponível para concordar. "Não temos centrocampistas a mais. A base do nosso jogo é ter jogadores com bom toque de bola no miolo e procurar ganhar vantagem com eles", explicou o homem do FC Barcelona. "Além disso, a Espanha joga assim há quatro anos".

"Penso que o futebol da selecção espanhola é analisado com muita falta de paciência. A equipa com quem empatámos não é uma qualquer – é uma selecção italiana muito forte. Mas quando não ganhamos, há sempre dúvidas, deste ou daquele. Foi exactamente isso que aconteceu no Mundial".

Ao ser informado que Trapattoni tinha dado a entender que o modo como a República da Irlanda se propõe travar a Espanha, em Gdansk, na quinta-feira, será inspirado no modo como o Chelsea FC eliminou o Barcelona nas meias-finais da UEFA Champions League, Busquets limitou-se a erguer uma sobrancelha.

A selecção espanhola habituou-se a encontrar muito poucas equipas, principalmente a meio de uma competição a eliminar, que jogue consigo de igual para igual. Olhando para os resultados da primeira jornada da fase de grupos, na Polónia e na Ucrânia, Busquets calculou, claramente, que a Espanha, para conseguir a vitória que persegue, vai precisar de tanta paciência como de talento.

"Sinceramente, não nos importa que a Irlanda se apresente assim. A Espanha vai continuar fiel à sua filosofia futebolística, que nos trouxe até aqui e nos deu tanto sucesso. Mas claro que conseguir um golo, logo cedo, seria muito bom para nós, porque isso obriga sempre o adversário a abrir-se um pouco mais. Vamos precisar de circular mais a bola e ser mais rápidos, mas até chegar esse momento vamos ter de ter calma".

"Temos visto os jogos até agora e está à vista como os jogos entre a Inglaterra e a França, ou entre a Holanda e a Dinamarca, foram equilibrados. Está tudo muito repartido e nunca escondemos que ganhar o EURO outra vez ia sempre exigir muito trabalho".