Vitória justa com sofrimento a mais para Bento
quarta-feira, 13 de junho de 2012
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Paulo Bento falou de "carácter e identidade" na vitória de Portugal sobre a Dinamarca, por 3-2, enquanto Morten Olsen lamentou o "sentimento horrível ter perdido pontos no fim" após chegar ao empate.
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O seleccionador de Portugal, Paulo Bento, falou de "carácter e identidade" na vitória da sua equipa sobre a Dinamarca, por 3-2, enquanto o homólogo Morten Olsen lamentou o "sentimento horrível ter perdido pontos no fim" após chegar ao empate depois de ter estado a perder por 2-0.
Morten Olsen, seleccionador da Dinamarca
É um sentimento horrível ter perdido pontos tão perto do fim. Estivemos bem nos primeiros dez minutos, dispusemos de alguns cantos, mas depois os portugueses tomaram conta do jogo, embora sem serem perigosos. Lutámos para encontrar o nosso ritmo. Estivemos melhor na segunda parte, voltámos ao jogo e, se tinha ficado orgulhoso dos jogadores com a vitória sobre a Holanda, mais fiquei pela segunda parte que fizeram. Corremos muito. No final, os portugueses talvez tenham tido alguma sorte, não conseguimos a recompensa que queríamos mas isto é futebol.
Tivemos algumas lesões e agora vamos defrontar a Alemanha. É duro estar nesta posição, mas é assim. Foi um jogo muito equilibrado. Fizemos uma segunda parte fantástica, marcámos dois golos fantásticos, mas isso não conta.
Sentimos a falta de Niki Zimling [saiu lesionado logo aos 16 minutos]. No último golo os jogadores já estavam cansados, mas também tivemos uma grande oportunidade perto do fim. Logicamente vamos ter de analisar as lesões e ainda não falei com os médicos, são lesões musculares [Zimling e Dennis Rommedahl]. O mesmo com [Daniel] Agger, mas ele mostrou por que é o capitão de equipa. Vamos ver a amanhã quem temos disponível para domingo.
Paulo Bento, seleccionador de Portugal
Faz uma diferença enorme o facto de marca golos, mas não se resume só a isso. Continuámos a jogar bem, defensivamente com boa organização e sob o ponto de vista ofensivo fomos mais eficazes, essencialmente na primeira parte. E penso que se o jogo tivesse isso para 2-0 ao intervalo teria sido mais justo, mas o 2-1 colocou-os de novo no jogo. Na segunda parte tentámos o 3-1 e arranjar espaços para sair par o ataque.
Valeu-nos o carácter, a identidade. Acabámos por conseguir uma vitória justa, com algum sofrimento. Devia ter sido mais tranquila. Realizámos dois bons jogos e boas exibições. Sempre disse que as coisas se iriam resolver na última jornada. Os golos vão continuar a aparecer, sejam do Cristiano Ronaldo, sejam de outro. É um jogador excepcional. Não teve eficácia em duas situações que encontrou, mas não há seguramente nenhum jogador com sentimento de frustração, mas sim de responsabilidade.
A dinâmica do jogo poderá permitir em algumas fases do jogo inverter o triângulo do meio-campo. Fizemos uma alteração após o 2-2, porque não era a substituição que íamos e depois quando marcarmos o 3-2 houve a ideia de fechar a porta lá atrás com cinco elementos.
Não senti que a equipa estivesse desligada e desconcentrada. Há mérito também da selecção dinamarquesa na forma como constrói o primeiro golo. Tivemos o jogo controlado e devíamos ter chegado ao intervalo a ganhar por 2-0. Entrámos bem na segunda parte e podíamos ter acabado com o jogo antes do 2-2, pois teria terminado aí. A equipa teve reacção à adversidade. Vamos desfrutar da vitória, deu-nos só três pontos e a possibilidade de disputar o último jogo ainda com hipóteses. O jogo com a Holanda terá um grau de dificuldade também elevado.