Bento resignado, Löw satisfeito
sábado, 9 de junho de 2012
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Paulo Bento realçou a "reacção fantástica" de Portugal após o golo de Mario Gomez, enquanto Joachim Löw ficou satisfeito com o arranque da Alemanha na prova que considera como uma corrida de Fórmula 1.
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Joachim Löw, seleccionador da Alemanha
O início do Campeonato da Europa e é como na Formula 1. Não há aquecimento e é preciso estar pronto desde o início e ganhar o primeiro jogo. Ambas as equipas entraram tensas, ainda para mais depois do resultado do outro jogo. Sabiam que quem perdesse iria ficar em má posição. Ambas as equipas estiveram fortes na defesa. Fomos mais compactos e disciplinados na defesa e por isso pudemos talvez atacar um pouco melhor e conquistar os três pontos. Foi um jogo muito equilibrado. Trabalhámos muito, mas podemos melhorar especialmente o ritmo no ataque.
[Jérôme] Boateng e [Phillip] Lahm estiveram muito bem no um-para-um, nunca perderam o sentido de posicionamento e isso foi muito bom frente a Portugal, uma equipa muito rápida. Tomei a decisão há três dias [de colocar Gomez titular em vez de Miroslav Klose]. Falei com o Miro, ele precisa ainda de algo. O Gomez jogou durante toda a época, marcou muitos golos e mostrou que tipo de jogador é – uma oportunidade, um golo. Fez o papel dele e depois queria dar mais frescura, correu muito, o mesmo para o Mesut [Özil], e queríamos fazê-los descansar. Em jogos tão intensos, aos 75 minutos é altura para fazer entrar jogadores frescos. O Bastian [Schweinsteiger] tem estado lesionado e tinha jogado muito. Mas foi muito importante ter estado em campo, a sua presença em campo significou muito para a organização da equipa.
Jogo tenso na primeira parte? Era o primeiro jogo e ninguém queria perder claro. Era muito importante não cometer erros contra jogadores como Ronaldo, Nani, Moutinho, era claro que se errássemos iriam aproveitar. Jogámos com cuidado e no ataque estivemos fortes. Lutámos muito.
Preferia um empate, mas agora a Holanda está pressionada – apenas vi a primeira parte. Tiveram muitas oportunidades e fiquei surpreendido por não terem marcado. Tem as costas contra a parede, vai ser o tudo ou nada para eles.
Paulo Bento, seleccionador de Portugal
Sabíamos que seria um jogo muito complicado e equilibrado. Isso aconteceu nos primeiros 45 minutos. Conseguimos controlar o jogo do ponto de vista defensivo. Não fomos tão fortes na saída para o ataque e no último passe. Houve mais domínio da Alemanha, mas tivemos a melhor oportunidade num lance de bola parada. Depois não mudou muito, houve o golo numa altura que até estávamos a dominar. Abola acabda por cair numa zona onde estava
Tivemos uma reacção fantástica. A equipa não perdeu a identidade, foi à procura do golo e criámos oportunidades suficientes para pelo menos empatar. Como tenho dito, foi jogar com nunca e perder como sempre. O futebol precisa de eficácia e não a temos tido, mas houve personalidade. Há que continuar à procura da sorte. Portugal fez hoje aqui um jogo muito bom, controlou a primeira parte do ponto de vista defensivo e teve maior domínio na segunda. Quem joga como nós fizemos não tem o direito de ficar fragilizado do ponto de vista emocional.
A Dinamarca tem três pontos. Estamos mais pressionados, mas estamos habituados a isso como foi na qualificação. Vamos sentir muitas dificuldades, pois vamos, mas sem nenhum sentimento de vingança, que isso não existe no futebol. Os pontos são essenciais para chegar ao último jogo em condições de passar. Não são o patinho feio ou não teriam ficado à nossa frente [na qualificação para o Mundial de 2010 e UEFA EURO 2012]. Temos de ir buscar o jogo do Dragão [triunfo de 3-1 na fase de apuramento]. Não me surpreende que tenha ganho à Holanda. Tenho esperança de isto se resolve na última jornada.