Memórias das meias-finais: Espanha

A campeã Espanha tenta tornar-se na primeira equipa a ganhar três torneios consecutivos, mas os pupilos de Vicente del Bosque vão ter que ultrapassar o vizinho ibérico Portugal na primeira meia-final do UEFA EURO 2012, em Donetsk, de modo a manter vivo esse sonho. O UEFA.com pediu a três dos heróis da selecção "roja" em meias-finais anteriores para partilharem as suas memórias sobre as vitórias que alcançaram.

17/06/1964 Espanha 2-1 Hungria (Madrid)

Luis Suárez: Era uma boa equipa, mas talvez não uma das melhores que a Espanha já teve. No entanto, jogávamos bem juntos. Éramos muito compactos e os jogadores compreendiam e complementavam-se uns aos outros, em parte porque eram oriundos de poucas equipas diferentes. Depois havia um jogador com bastante experiência internacional – eu! Era o jogador mais velho e já jogava no estrangeiro. Tivemos muito apoio do povo espanhol. Os adeptos identificavam-se bastante connosco, talvez também por ser uma equipa muito jovem, que estava disposta a conseguir algo. E isso ajudou-nos muito; proporcionou muita calma no seio da equipa, e na verdade acabou por afastar a pressão de nós.

24/06/1984 Dinamarca 1-1 Espanha (ap, Espanha venceu por 5-4 nos penalties) (Lyon)

Emilio Butragueño: Tudo era tão novo para mim que talvez não tenha apreciado devidamente a importância desse jogo. Só depois de passados vários anos é que apreciamos o quão difícil é chegar às meias-finais de um Campeonato da Europa. Julgo que esse jogo foi em Marselha, e recordo-me de estar feliz pelos meus colegas, que tinham realizado um esforço fantástico, mas, como o jogador mais jovem e recente no plantel, ainda não me tinha acostumado ao ambiente próprio do futebol profissional de alto nível.

26/06/2008 Rússia 0-3 Espanha (Viena)
 
Iker Casillas: Esse resultado [4-1 no jogo da fase de grupos] não reflectiu o que aconteceu no relvado. A Rússia teve oportunidades. Recordo-me que quando estava 1-0 e eles tiveram uma oportunidade no flanco direito, em que a bola foi à malha lateral da baliza. Acertaram duas vezes no poste, num livre e num remate. Marcámos o segundo golo na jogada seguinte. O 4-1 foi um resultado muito pesado. Não creio que tenha sido um resultado justo. A Rússia merecia mais e podia ter feito muito melhor. Esse jogo foi muito útil para nós uma vez chegados às meias-finais, o saber que a Rússia não era assim tão fraca como diziam. De facto, bateram a Holanda com categoria. Mas quando defrontámos a Rússia nas meias-finais, jogámos muito bem.