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Casillas e Buffon medem forças

O UEFA.com debate os méritos de Gianluigi Buffon e de Iker Casillas, os melhores guarda-redes da sua geração e que no domingo vão liderar as respectivas equipas na final do EURO 2012.

Gianluigi Buffon (D), da Itália, e Iker Casillas, da Espanha, no final do jogo entre as duas equipas, a contar para o Grupo C
Gianluigi Buffon (D), da Itália, e Iker Casillas, da Espanha, no final do jogo entre as duas equipas, a contar para o Grupo C ©AFP/Getty Images

No domingo, dois guarda-redes vão liderar as respectivas equipas na final de um grande torneio de selecções, apenas pela segunda vez na história do futebol. No Campeonato do Mundo de 1934, o italiano Gianpiero Combi e o checoslovaco František Plánička, talvez os melhores guarda-redes da altura, envergaram a braçadeira de capitão em Roma. Quase 80 anos depois, dois dos expoentes máximos da sua geração nesta nobre arte, Gianluigi Buffon e Iker Casillas, vão igualar o feito em Kiev – Graham Hunter e Richard Aikman debatem os seus méritos.

Estatuto
Buffon: Buffon é um dos desportistas italianos mais famosos e um dos melhores guarda-redes do Mundo. No topo da modalidade desde uma estreia notável aos 17 anos, num jogo entre o Parma FC e o AC Milan, defende a baliza da selecção há uma década e meia. Veterano da campanha vitoriosa do Mundial de 2006, no domingo pode adicionar o título do EURO ao seu palmarés brilhante, na sua 120ª internacionalização. Ainda por cima, Gigi é um vencedor nato, um líder inspirador e uma pessoa simpática e inteligente fora do relvado.

Casillas: Não é preciso pensar na sua alcunha, "São Iker", para se ter uma ideia da reverência que é prestada que os adeptos do Real Madrid CF e da Espanha têm por Casillas. Talvez mais importante, certamente no seio deste plantel impressionante, é que o papel de capitão do jogador de 31 anos serviu para inspirar e unir – é um líder genuíno, a verdadeira força-motriz por trás do espírito positivo que se vive na equipa. E é um guarda-redes fantástico.

Estilo de liderança
Buffon: Basta ver Buffon a cantar o "Inno di Mameli". Poucos jogadores entoam a letra com tanta emoção quanto o veterano de 34 anos, que canta as palavras com uma paixão sentida. Uma presença grandiosa, Buffon está sempre a transmitir ordens desde a sua grande área, onde apesar de ser a última linha de defesa, geralmente é a sua voz que se sobrepõe a todas as outras durante os jogos. Tão rápido a repreender um colega de equipa como a incentiva-lo, é o líder inquestionável da sua equipa.

Casillas: Lidera pelo exemplo, e ninguém – nem mesmo quando Carles Puyol fazia parte da equipa – treina com mais intensidade e dedicação. Casillas trabalha como um louco, por vezes recusando gozar os dias de folga concedidos aos jogadores que jogaram na noite anterior. No dia seguinte lá está ele, a melhorar o seu jogo – é contagiante. Puyol, segundo o próprio Casillas, era o líder do balneário, mas foi o guarda-redes quem moderou as conversas com Xavi Hernández e Vicente del Bosque, quando o desconforto ameaçava minar as relações entre os contingentes de Real e FC Barcelona.

Mentalidade nos grandes jogos
Buffon: Depois de ter conquistado três títulos da Serie A, uma Taça UEFA, um Mundial e ter disputado 59 jogos na UEFA Champions League, Buffon não é estranho às grandes ocasiões. De facto, ele prospera no seu papel de líder da equipa e homem responsável por a Itália manter a sua reputação como uma das equipas mais difíceis de bater. "Sempre que entro em campo, digo a mim mesmo que quero reviver outra experiência, porque as emoções são muito, algo que o dia-a-dia não consegue proporcionar", disse ao UEFA.com. As suas exibições neste EURO mostraram mais uma vez o seu carácter.

Casillas: Estreou-se pela selecção em 2000, apenas duas semanas depois de completar 19 anos, sob o comando da antiga estrela do Real, José Antonio Camacho. Camacho disse que eram perceptíveis duas características no jovem: a sua aceitação fria e inabalável da pressão e uma capacidade enorme para levar a melhor nos duelos individuais. Essas virtudes têm sido bastante valiosas ao longo da sua carreira, que conta com 136 internacionalizações, um recorde nacional.

Desempenho nos penalties
Buffon: Teve sortes distintas em desempates por penalties. Fez parte da equipa da Juventus que perdeu a final de 2003 da UEFA Champions League, frente ao AC Milan, e quatro anos depois esteve entre os postes quando a Espanha eliminou a Itália, nos quartos-de-final do UEFA EURO 2008, apesar de ter defendido o penalty de Daniel Güiza. Dito isto, Buffon ajudou a Itália a conquistar o Mundial de 2006 nos penalties, apesar de o único jogador a falhar, David Trezeguet, ter atirado à barra. A história recente também está do seu lado; Gigi defendeu o remate de Ashley Cole e ajudou os "azzurri" a afastar a Inglaterra nos quartos-de-final.

Casillas: Existia um sentimento negativo dominante de que a Espanha estava amaldiçoada no desempate por penalties, depois de ter sido eliminada no EURO '96 e no Mundial de 2002 dessa forma, e no UEFA EURO 2000, após um penalty falhado frente à França. No entanto, Casillas já fez várias defesas cruciais em cada um dos três últimos torneios de selecções, contribuindo para a caminhada da Espanha – frente à Itália, em 2008, Paraguai, em 2010, e Portugal, na fase final deste Verão.

Casillas sobre Buffon
Gigi é uma grande pessoa; um modelo para todos nós. Para o mundo futebolístico já é uma lenda, e acho fantástico que continue a jogar. Para mim, foi óptimo crescer e desenvolver as minhas capacidades ao lado de um guarda-redes tão importante. Começou a carreira muito cedo. Na verdade, é três anos mais velho do que eu, mas alcançou o sucesso muito rapidamente e, desde há oito ou nove anos, está entre os três, ou cinco, melhores guarda-redes do Mundo. Os restantes guarda-redes de topo estão sempre a mudar, mas ele está sempre entre os melhores.

Buffon sobre Casillas
Casillas disse coisas boas sobre mim, por isso agora só vou dizer coisas más sobre ele! Sinceramente, não preciso de utilizar muitas palavras para dizer como ele é bom, os resultados estão à vista de todos. Ganhou tudo o que havia para ganhar e há vários anos que está ao mesmo nível elevado, que é provavelmente o mais difícil para um guarda-redes. A Espanha quase nunca sofre golos, e Casillas é o principal culpado por isso.

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