Bento orgulhoso na despedida
quarta-feira, 27 de junho de 2012
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Paulo Bento falou no orgulho de se ter devolvido a confiança de Portugal na selecção, enquanto Vicente del Bosque brincou com o penalty marcado por Sergio Ramos: "Agora está na moda."
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Paulo Bento lamentou a falta de sorte de Portugal na vitória da Espanha no desempate por penalties nas meias-finais do UEFA EURO 2012, por 4-2, após o nulo no fim de 120 minutos. O seleccionador da equipa das "quinas" enalteceu o desempenho dos seus jogadores e falou no orgulho de se ter devolvido a confiança dos portugueses na selecção, enquanto Vicente del Bosque brincou com a forma como Sergio Ramos converteu a sua tentativa, tal qual Andrea Pirlo o fez pela Itália nos quartos-de-final ante a Inglaterra, ambos inpirados em Antonín Panenka na decisão da final de 1976 a favor da Checoslováquia: "Agora está moda."
Paulo Bento, seleccionador de Portugal
Portugal fez um Campeonato da Europa extraordinário, pela forma como competimos e contra quem competimos, a todos níveis de uma forma fantástica. Acho que estivemos melhores durante os 90 minutos do que no prolongamento, onde fomos menos eficazes porque não conseguimos aproveitar as saídas para o ataque e permitimos que a Espanha jogasse melhor no nosso meio-campo.
Nos primeiros 90 minutos podíamos ter resolvido o jogo a nosso favor e tivemos uma situação no final. Se tivéssemos de escolher perder de alguma maneira que seja como esta, saindo de cabeça levantada o mais alto possível. Agora é descansar bem, os jogadores irem para férias, já que não podemos estar em Kiev, e começar a pensar que em Setembro começamos a preparar a qualificação para o Mundial. Agora já estamos mentalizados que podemos competir contra qualquer equipa e quero felicitar os jogadores por este Campeonato da Europa.
O quinto penalty era o [Cristiano] Ronaldo, não houve alteração, apenas uma pequena confusão da ordem que foi seguida. O Bruno [Alves] avançou e do banco só o avisámos disso. Os penalties até começaram com alguma vantagem para nós, mas no penalty seguinte perdemos essa vantagem. Os jogadores têm a liberdade para treinar a forma como batem os penalties. Treinámos para isto, mas um bocadinho de sorte faz falta. Seis bolas à barra no campeonato, uma bola à barra no penalty e depois contra nós vai ao poste e entra e até o guarda-redes adivinhou o lado para onde ia a bola. Quero felicitar a Espanha pelo mérito tremendo de estar na terceira final consecutiva. Perdemos porque a Espanha foi mais eficaz nos penalties, mas não tivemos uma pontinha de sorte durante toda a competição, não volta a dar. É continuar à procura dela e algum dia chegará. Agora é descansar bem e preparar a equipa para o Mundial 2014.
A Espanha acabou por jogar mais por fora com as entradas de Pedro [Rodríguez] e [Jesús] Navas, mas os dois jogadores não nos criaram grandes problemas e não vieram grandes oportunidades daí. Foi um jogo extremamente intenso, extremamente competitivo. Fomos uma equipa coesa. Para mim fica a forma como competimos e como jogámos e, acima de tudo, mesmo ficando pelas meias-finais e só uma vez na nossa história tínhamos conseguido chegar à final, se tenha devolvido a confiança na selecção e de ter deixado o país orgulhoso. Este Europeu fez, tal como a mim, sentir orgulho em ser português. Parabéns à Espanha, vamos regressar ao nosso país mais tristes, mas com um orgulho.
Vicente del Bosque, seleccionador da Espanha
Durante os 90 minutos houve uma supremacia defensiva de ambas as equipas, o equilíbrio foi o constante. E depois foi a lotaria dos penalties. A sorte caiu a nosso favor, mas queria felicitar a selecção portuguesa porque fez um grande torneio.
Não pretendemos defender, mas estamos a jogar estamos a jogar bastante melhor na defesa do que parecem as características dos nossos jogadores. Xavi [Hernández] estava muito cansado e queríamos meter mais velocidade pelos flancos com o Pedro e com o Jesús. E acho que foi oportuno. Abrimos o campo, e foi mais difícil para eles pressionarem-nos. E creio que no prolongamento foi muito importante essa vitalidade nos flancos.
Todos se ofereceram para marcar os penalties. Cesc Fàbregas é um dos jogadores mais seguros a marcar e disse que queria bater o quinto porque nos ia dar o triunfo. Ramos viu que o Rui Patricio se estava a lançar para o lado e decidiu fazer como Andrea Pirlo no outro dia. Agora está moda.
Todos os jogadores colaboram no controlo a Ronaldo, [Álvaro] Arbeloa, [Gerard] Piqué, Sergio [Busquets], a defesa em geral. O Álvaro cumpriu como tem cumprido todo o ano. Eles controlaram-nos bem e temos de melhorar esse aspecto [criar oportunidades]. Com a entrada de Pedro, Fàbregas e Jesús tivemos mais oportunidades no prolongamento. Seja quem for o vencedor vai ser uma grande final e não tenho nenhuma preferência.