Campeã Espanha luta contra o desgaste

Juan Mata é um dos jogadores da selecção espanhola que venceram provas esta temporada – no total, os comandados de Vicente Del Bosque somaram, entre competições internas e europeias, 40 medalhas.

Um número impressionante, que mostra como o domínio do futebol espanhol na Europa não se limita à selecção que chega à Polónia com o estatuto de campeã europeia e mundial. Este torneio pode permitir a Mata deixar a sua marca na selecção, como fez a nível de clubes. As duas medalhas com que contribui para a lista das 40 são a da UEFA Champions League e a da Taça de Inglaterra – o título que conquistou em 2010 pode não o deixar tão orgulhoso, devido aos poucos minutos que jogou no Mundial da África do Sul.

Desta vez, o pequeno criativo, eleito Jogador do Ano no Chelsea FC, parece ter a experiência e, acima de tudo, o talento suficientes para fazer esquecer a ausência de David Villa. Mas para isso é preciso que a prolongada utilização este ano, ao serviço do Chelsea, não afecte o seu rendimento na selecção.

"Foi uma temporada muito exigente para muitos de nós, com muitos minutos numa grande série de competições", comentou o jogador, de 25 anos. "Mas estamos todos preparados para dar o máximo. A verdade é que o nosso orgulho e a fome de vencer pesam mais do que o cansaço físico. Isso não será problema."

Mas marcar golos sim. Ninguém tem mais golos com a camisola espanhola, do que Villa, e se as correias de transmissão da equipa, como Andrés Iniesta, Xavi Hernández, Jesús Navas e David Silva, não se encarregarem dos golos, a selecção vai ter dificuldades em renovar o título. Mata tem outra opinião: ele e o seu colega de clube, Fernando Torres, jogam quase de olhos fechados e querem contribuir para que a "roja" conquiste o terceiro grande troféu internacional consecutivo.

"Nesta equipa não são só os avançados que marcam golos, e esse pode ser o melhor modo de compensar a ausência do Villa", considerou Mata. "Mas quem olha para Torres, para Álvaro Negredo ou para Fernando Llorente, sabe que eles são capazes de fazer golos. O Torres é um dos grandes avançados-centro e será decisivo para nós, neste EURO. Regressou à melhor forma, graças à tremenda auto-confiança que tem e ao seu talento natural. Claro que sempre tentei dizer-lhe que ele não só seria convocado para este torneio, como também seria muito importante. Aprendi muito com ele e claramente merece estar aqui."