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Olsen volta a encantar noruegueses

Egil Olsen foi tão popular na primeira passagem pela selecção da Noruega que virou nome de gelado e os "Drillos" podem ser reeditados se conseguir chegar ao EURO 2012.

Egil Olsen está mais uma vez a mostrar a sua competência como treinador da Noruega
Egil Olsen está mais uma vez a mostrar a sua competência como treinador da Noruega ©Getty Images

Apesar de ter protagonizado passagens pouco felizes pelo Wimbledon FC e pela selecção do Iraque, Egil Olsen voltou a dar nas vistas como treinador da Noruega, que nos próximos dias vai tentar dar mais um passo de gigante rumo ao UEFA EURO 2012.

A Noruega faz parte de uma luta a três pela liderança do Grupo H, juntamente com Portugal e Dinamarca, recebendo a Islândia e deslocando-se à Dinamarca em Setembro, mas o treinador de 69 anos, que orientou a Noruega na fase final dos Campeonatos do Mundo de 1994 e de 1998, tem recebido bastantes elogios. Na semana passada, depois de renovar contrato até 2014, 'Drillo' disse: "Estou muito motivado para continuar como treinador e estou feliz por a federação estar satisfeita com o meu trabalho, o suficiente para querer que eu continue".

Essa declaração foi uma espécie de eufemismo. O sucesso de Olsen na sua segunda passagem como técnico da selecção tem sido tão grande que a Federação Norueguesa de Futebol (NFF) não hesitou em prolongar-lhe o contrato por mais dois anos. O gesto em si é sinal do reconhecimento pelo trabalho de um treinador que, depois de ter sido chamado para substituir Åge Hareide em 2009, afirmou: "Estou muito velho para isto".

Outrora um extremo de drible fácil (dai a sua alcunha, "Drillo"), Olsen foi 16 vezes internacional pela Noruega, entre 1964 e 1971, e depois enveredou pela carreira de treinador num clube local. Ciente da sua preferência por tácticas pouco versáteis, a NFF mostrou-se relutante quando escolheu Olsen pela primeira vez, em 1990, inicialmente apostando nele como treinador-interino, mas promovendo-o após mostrar o seu valor.

A ênfase na resistência, organização e jogo de equipa continua a definir o estilo futebolístico de Olsen, mas a Noruega venera-o pela sua capacidade para transmitir indicações simples e precisas. Os seus jogadores parecem saber exactamente o que esperar dele e a habilidade de Olsen em maximizar o seu potencial em virtude das tácticas utilizadas levou a Noruega aos Mundiais de 1994 e 1998 – as primeiras presenças numa fase final depois de 1938.

A atenção dada ao esforço colectivo, em vez do brilhantismo colectivo, continua a dividir opiniões, mas os noruegueses têm grande carinho por Olsen; em 1994, até se podia comprar um gelado chamado 'Drillo'. No entanto, essa atracção desvaneceu-se na Premier League. A equipa do Wimbledon que treinou foi despromovida em 2000, com a tendência do treinador para usar galochas a ser largamente gozada. O cargo seguinte, na selecção iraquiana, também não terminou da melhor forma; soube que tinha sido despedido quando o seu substituto foi apresentado.

Parecia uma figura do passado quando foi novamente escolhido para treinar a Noruega – mais uma vez como treinador-interino – em 2009, mas enquanto a sua apetência pelo futebol directo foi diminuindo, Olsen não perdeu nenhuma da sua astúcia táctica. Uma equipa que parecia desolada na era de Hareide voltou a dar boa conta de si. "Sou o primeiro a admitir que o nosso jogo ofensivo deixa muito a desejar, mas defensivamente somos de classe mundial", disse, depois de vencer Portugal.

Olsen continua a ser uma personagem excêntrica. Publicou um livro sobre trivialidades geográficas (uma das suas obsessões) e é conhecido por detestar música. Mas caso a Noruega atinja a primeira fase final de um torneio de selecções desde o UEFA EURO 2000, os seus métodos pouco convencionais estarão acima de qualquer suspeita.