Holanda não entra em euforias
sexta-feira, 13 de junho de 2008
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Depois da exibição de gala frente à Itália, Marco van Basten revelou-se pragmático antes do jogo com a França, que procura melhorar após o nulo inicial.
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Holanda e França podem até só ter jogado ainda uma partida no Grupo C do UEFA EURO 2008™, mas o ambiente no seio das duas selecções não poderia ser mais contrastante à entrada para o encontro de sexta-feira, no Stade de Suisse, em Berna. Enquanto o seleccionador holandês Marco van Basten procurou, sobretudo, acalmar a euforia após a excelente vitória por 3-0 sobre a Itália, o seu homólogo francês, Raymond Domenech, tentou assegurar aos adeptos franceses que a selecção gaulesa está pronta para melhorar o desempenho apresentado no nulo com a Roménia.
"Começar de novo"
Van Basten, campeão da Europa enquanto jogador em 1988, procura tornar-se no primeiro homem a conquistar o título tanto na qualidade de jogador como de treinador e não poderia ter começado da melhor forma, com um claro triunfo sobre a campeã mundial. Nova vitória colocará, desde já, a equipa "laranja" nos quartos-de-final, mas o antigo ponta-de-lança do AFC Ajax e do AC Milan tenta não se deixar levar pelo entusiasmo. "Jogámos bem frente à Itália, mas não se ganha um torneio num jogo", lembrou Van Basten. "Em vez de pensar já nos quartos-de-final, temos de manter os pés assentes no chão e começar tudo de novo frente à França, que é uma selecção muito forte e experiente".
Robben de de volta
A Holanda deverá apostar frente aos gauleses na mesma formação com que derrotou a "squadra azzurra", com Orlando Engelaar e Nigel de Jong a protegerem a defesa e três jogadores no apoio ao ponta-de-lança Ruud van Nistelrooy. O triunfo da passada segunda-feira teve por base rápidos contra-ataques e Van Basten espera que a sua equipa repita a receita. "Quem tem de atacar é a França. Nós já somámos uma vitória, pelo que a pressão está do lado deles", frisou. Ainda assim, Van Basten sabe que tem ao seu dispor um imenso arsenal de ataque - ainda para mais com o regresso de Arjen Robben, que esta quinta-feira voltou aos treinos, recuperado de uma lesão na virilha. "Robben está apto para defrontar a França", confirmou Van Basten, que terá agora de decidir se mexe no "onze" inicial que tão boa conta deu de si.
"Exibição brilhante"
Do lado da França, é praticamente certo que Domenech procederá, pelo menos, a uma alteração em relação à formação que empatou com a Roménia, fazendo entrar o recuperado Thierry Henry para a frente de ataque. O seleccionador francês tropeçou nos degraus das escadas a caminho da conferência de imprensa, mas depressa negou que tal se devesse à ansiedade, garantindo que os seus jogadores não iriam escorregar na partida de sexta-feira. "Sabemos o que temos de fazer e vamos dar o nosso melhor para conquistar os três pontos", assegurou o técnico de 56 anos. "Pessoalmente, espero uma exibição brilhante da França, mas infelizmente não tenho a capacidade de prever o que vai acontecer. Baseamos a nossa equipa numa defesa consistente e a Holanda tem atacantes fantásticos, por isso creio que vamos assistir a um bom e emocionante jogo".
Semelhanças com o Mundial
Existem algumas as semelhanças em relação à campanha da França no Campeonato do Mundo de 2006 - quando os gauleses se estrearam com um empate a zero com a Suíça e acabaram por chegar a final da prova -, mas Domenech acredita que a sua equipa vai voltar a mostrar o seu valor quando tal for imperativo. "Sentir o perigo e o medo da eliminação é importante para os desportistas ao mais alto nível", salientou Domenech, que não quis revelar se o habitual capitão Patrick Vieira estará totalmente recuperado da sua lesão na coxa. "Iria sempre ser uma luta complicada, e espero que essa situação traga o que de melhor há nos meus jogadores".