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Alemanha aguarda "jogo do século"

Com mais de dois milhões de turcos a residirem na Alemanha, o embate de quarta-feira entre as duas selecções promete ser pleno de emoções fortes.

Muitos carros ostentam as bandeiras da Turquia e Alemanha
Muitos carros ostentam as bandeiras da Turquia e Alemanha ©Getty Images

O encontro entre Alemanha e Turquia pode não parecer um derby, mas de certa maneira é exactamente isso que a meia-final de quarta-feira parece.

Laços fortes
Cerca de sete milhões de cidadãos estrangeiros vivem na Alemanha, sendo que dois milhões são turcos, enquanto outros 400.000 têm descendência daquele país. Em 1960, o impulso económico que a República Federal da Alemanha conheceu provocou falta de mão-de-obra, originando uma chegada em massa de cidadãos turcos. Em oposição, anualmente, quatro milhões de turistas alemães escolhem as praias turcas para passar férias. Os laços entre os dois países são fortes, mas a relação existente entre as duas comunidades nem sempre tem sido fácil. No entanto, nos anos recentes, a situação tem melhorado. A terceira e quarta gerações de turco-alemães criaram negócios de sucesso no seu país de adopção, possibilitando mais emprego e contribuindo de forma importante para o crescimento da economia nacional. A integração é agora plena.

Ligações futebolísticas
O futebol também se encarregou de desempenhar o seu papel, tornando mais próximas estas duas culturas. Os jogadores turcos Hamit Altıntop e Hakan Balta nasceram na Alemanha, com centenas de milhares de outros jogadores em situação idêntica a jogarem nos diferentes escalões. Isto levou a Federação Turca a criar uma delegação em território germânico, para possibilitar a prospecção de jogadores que possam seguir os passos de Altıntop e Balta, e que já teve sucesso em 2005, no Campeonato da Europa de Sub-17, quando Nuri Şahin, nascido em Ludenscheid, foi um dos obreiros do triunfo turco na prova. Outros atletas de descendência turca, como Mehmet Scholl, representaram a Alemanha, enquanto o alemão Sepp Pontiek desempenhou um papel fundamental na afirmação da Turquia no panorama internacional, quando dirigiu esta selecção, coadjuvado por Fatih Terim, o actual seleccionador.

Festejos exuberantes
Em 2006, ano em que a Turquia falhou a fase final do Mundial, muitos turco-alemães começaram a apoiar a nação anfitriã pela primeira vez, ostentando bandeiras de ambos os países nos carros, nas suas residências e nos locais de trabalho. No UEFA EURO 2008™ foram forçados a fazer uma escolha. "Falei com a minha namorada, que está em Berlim", disse o defesa alemão Arne Friedrich, depois da vitória da Turquia nos quartos-de-final. "Ela disse-me que os festejos dos adeptos turcos nas ruas foram indescritíveis. Vai ser um evento futebolístico muito especial na quarta-feira, quando as duas selecções se defrontarem". O seu sentimento tem sido partilhado por muitos ouvintes turcos nas rádios alemãs. "Este vai ser o jogo do século para nós", declarou um deles.

Todos vencedores
Cerca de meio milhão de pessoas são esperadas na Fan Mile, em Berlim, na noite de quarta-feira, para assistir ao jogo. "Não podia ter sido melhor para Berlim estas duas equipas encontrarem-se na competição", referiu o porta-voz da Fan Mile, Michael Wirtz. Já Kenan Kolat, presidente da Associação das Comunidades Turcas na Alemanha, acrescentou: "Já estamos na final, independentemente de quem seguir em frente. Uso as duas bandeiras no meu carro. A Turquia é a nossa pátria e a Alemanha o nosso país de adopção. Ambas estão no nosso coração e esta é uma forma positiva de o mostrar".