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Exorcizar fantasmas de 2004

Em entrevista ao euro2008.com, Ricardo Carvalho recordou o sabor agridoce do torneio realizado em Portugal e a vontade de chegar longe.

Ricardo Carvalho acredita numa boa campanha da selecção portuguesa
Ricardo Carvalho acredita numa boa campanha da selecção portuguesa ©Getty Images

Ricardo Carvalho foi um dos jogadores mais marcantes do UEFA EURO 2004™. Era uma promessa na altura, mas depois de ter recebido a confiança de Luiz Felipe Scolari no segundo jogo do torneio, nunca mais perdeu o lugar na liderança do sector defensivo de Portugal. Em entrevista ao euro2008.com, o central do Chelsea FC recordou o sabor agridoce do torneio realizado no seu país e garantiu a vontade da selecção das "quinas" chegar longe no UEFA EURO 2008™. 

Currículo invejável
Se o futebolista português tivesse que escolher o ano da sua vida, 2004 seria difícil de ultrapassar, pelo menos a nível profissional. Tornou-se campeão europeu ao serviço do FC Porto, um ano depois de conquistar com os portistas a Taça UEFA. No campeonato da Europa, assegurou um lugar no centro da defesa e chegou à final do torneio. Portugal caiu perante a Grécia, mas Ricardo Carvalho realizaria pouco depois outro sonho, quando ingressou no Chelsea FC, onde viria a vencer duas Premier Leagues, duas Taças da Liga e uma Taça de Inglaterra.

Ano fantástico
"É indescritível a sensação que tive nestes três momentos", disse Ricardo Carvalho ao euro2008.com, descrevendo esse período de há quatro anos como "fantástico", apesar da derrota na final do UEFA EURO 2004 ™. "Ganhar a UEFA Champions League era um sonho e depois da expectativa que criámos durante o Euro e da campanha que fizemos, teria sido muito importante termos ganho. Quando se chega à final e se perde, fica sempre a sensação que poderíamos ter feito um pouco melhor, mas foi uma campanha fantástica", considerou o jogador.

Evitar contas
Já com a concentração dedicada apenas ao torneio da Suíça e da Alemanha, o defesa explicou que havia a necessidade de exorcizar um fantasma no jogo inaugural da competição. "Ficámos um bocado marcados com o primeiro jogo em 2004 e depois tivemos que correr atrás dos resultados. Sabíamos que não podíamos repetir o que fizemos. Entrar a perder na competição seria um desgaste muito grande, seria andar a fazer contas", sublinhou Ricardo Carvalho. 

Força do colectivo
Ultrapassada a Turquia, a República Checa é o obstáculo seguinte, a quem o futebolista não poupou elogios. "É uma equipa coesa. Vi uma parte do jogo. Teve a sua oportunidade de golo, marcou e depois soube defender. Soube sofrer quando teve de sofrer", realçou, numa referência à partida dos homens de Karel Brückner contra a Suíça. Esta qualidade não perturba Ricardo Carvalho, desde que Portugal funcione como um todo. "Temos individualidades do meio-campo para a frente que resolvem, mas penso que temos, acima de tudo, de jogar como equipa. Na defesa estivemos bastante bem e conseguimos construir, estar compactos e coesos. Foi importante darmos a confiança necessária", afirmou.

Renovação
A evolução da equipa portuguesa desde o campeonato da Europa realizado em Portugal foi outro dos temas abordados por Ricardo Carvalho. "Em 2004 perdemos dois jogadores que eram importantes para nós, o Rui Costa e o Fernando Couto, mas a maior parte deles continuaram até ao Mundial. E depois do Mundial houve uma renovação, em que perdemos Figo, Pauleta e Costinha", recordou, sem dramatismos. "Isto é normal no futebol". E confessou a sua alegria por ter novas responsabilidades perante a nova geração. "Scolari acha que eu tenho perfil para ajudar os mais novos e ser um dos capitães. Orgulha-me bastante. E se for visto para os mais novos como um exemplo, então é muito bom", apontou.

Reserva e qualidades
Quando questionado sobre as suas qualidades, Ricardo Carvalho mostrou-se mais reservado do que quando está no relvado a jogar por Portugal. "Não gosto de falar muito sobre mim". Mas depois acabou por revelar-se mais um pouco: "Sou uma pessoa que tento dar tudo o que posso e estar sempre no meu melhor. Quando é assim penso que me torno um bom defesa. Tenho como característica ser rápido e antecipar-me bem", disse. Uma receita adicional para o sucesso: "Acima de tudo temos de estar bem connosco e sentirmo-nos bem fisicamente para darmos o nosso melhor".

Os favoritos
Ricardo Carvalho sublinhou que a equipa portuguesa pode "chegar longe", mas sem pressões. "Há equipas mais favoritas do que nós, mas também temos bons jogadores". E enumerou algumas das selecções que, segundo pensa, podem lutar pelo troféu este mês: "A Holanda está muito forte. Depois há sempre a Espanha, a Alemanha e a França".

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