Espanha quer quebrar jejum
sexta-feira, 27 de junho de 2008
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A Espanha vai procurar colocar um ponto final a 44 anos de jejum em títulos de grandes competições quando enfrentar a Alemanha na final do UEFA EURO 2008™, em Viena.
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A Espanha vai procurar colocar um ponto final a 44 anos de jejum em títulos de grandes competições quando enfrentar a Alemanha na final do UEFA EURO 2008™, em Viena.
• O único grande troféu conquistado pela Espanha data de 1964, quando a selecção espanhola, na qualidade de anfitriã, bateu a URSS na final e conquistou o Campeonato da Europa desse ano.
• Pela frente, contudo, os espanhóis terão a mais bem sucedida selecção da história da competição. A Alemanha vai disputar a sua sexta final – um recorde – e tenta erguer a Taça Henri Delaunay pela quarta vez, depois dos triunfos em 1972, 1980 e 1996.
• A selecção alemã, orientada por Joachim Löw, chegou à final depois de bater a Turquia por 3-2 nas meias-finais, na quarta-feira, em Basileia. Os turcos ganharam vantagem aos 22 minutos, por intermédio de Uğur Boral, mas Bastian Schweinsteiger restabeleceu a igualdade quatro minutos depois. Na segunda parte, Miroslav Klose, aos 79 minutos, colocou pela primeira vez a Alemanha na frente do marcador. Semih Şentürk ainda voltou a empatar para a Turquia pouco depois, antes de Philipp Lahm apontar o golo do triunfo dos germânicos no último minuto do tempo regulamentar.
• Vinte e quatro horas depois, a Espanha marcou encontro com a Alemanha na final, ao bater de forma esclarecedora a Rússia por 3-0 na outra meia-final. A selecção comandada por Luis Aragonés ganhou vantagem com um golo de Xavi Hernández aos 50 minutos e a partir daí não mais parou, marcando por mais duas vezes antes do apito final, por intermédio de Daniel Güiza (73 minutos) e David Silva (82').
• Se a Espanha conseguir ultrapassar esta última barreira e vencer a Alemanha, o seu seleccionador, Aragonés, tornar-se-á no mais velho treinador a conquistar o Campeonato da Europa. O técnico espanhol terá 69 anos e 337 dias na data do jogo da final.
• A Espanha tenta também tornar-se na primeira selecção, desde a França em 1984, a conquistar o título de Campeã da Europa depois de ganhar todos os encontros na fase de grupos.
• Os espanhóis começaram a sua participação na prova de forma impressionante, com David Villa a apontar um "hat-trick" na vitória, por 4-1, sobre a Rússia. Com os seus três golos nesse jogo (20, 44 e 75 minutos), Villa tornou-se no primeiro jogador desde 2000 a facturar um "hat-trick" na fase final de um Campeonato da Europa. Cesc Fàbregas (no primeiro minuto do tempo de compensação) apontou o quarto e último golo da Espanha nesse encontro, depois de Roman Pavlyuchenko ter reduzido para os russos aos 86 minutos.
• No jogo seguinte, a Espanha bateu a Suécia por 2-1, com Villa a marcar o golo da vitória perto do final, já no segundo minuto dos descontos concedido pelo árbitro do encontro. Fernando Torres (15 minutos) e Zlatan Ibrahimović (34') tinham marcado os outros golos do encontro. Com essa vitória, a Espanha garantiu desde logo o primeiro lugar do grupo e o consequente apuramento para os quartos-de-final, mas ainda assim confirmou a sua força no derradeiro jogo do Grupo D, ao bater a Grécia por 2-1. Angelos Charisteas ainda deu vantagem aos gregos no primeiro tempo, mas Rubén de la Red (61 minutos) e Güiza (88') deram a volta ao marcador.
• A Espanha confirmou a sua candidatura à conquista da prova nos quartos-de-final, ao deixar pelo caminho a campeã do Mundo Itália. A selecção espanhola não vencia a sua congénere italiana em jogos oficiais desde 1920, mas os pupilos de Aragonés colocaram um ponto final nessa maldição com uma vitória por 4-2 no desempate por pontapés da marca de grande penalidade, depois de se ter verificado um nulo no final dos 120 minutos de jogo.
• Depois de Iker Casillas ter defendido os penalties cobrados por Daniele De Rossi e Antonio Di Natale, Fàbregas apontou com êxito a grande penalidade que colocou a Espanha nas meias-finais. Dos quatro jogadores espanhóis que bateram grandes penalidades nesse desempate, Villa, Santi Cazorla e Marcos Senna foram bem sucedidos, sendo que apenas Güiza permitiu a defesa a Gianluigi Buffon.
• Com os quatro golos que apontou até ao momento, o ponta-de-lança espanhol David Villa é o melhor marcador da prova, podendo tornar-se no primeiro jogador depois de Marco van Basten, em 1988, a terminar no topo da lista de melhores marcadores e a sagrar-se, simultaneamente, campeão europeu.
•A Alemanha começou a sua campanha no Grupo B com uma vitória por 2-0 sobre a Polónia, graças a dois golos de Lukas Podolski, mas perdeu o jogo seguinte, por 2-1, frente à Croácia. O golo de Podolski aos 79 minutos serviu apenas de consolação aos germânicos, em desvantagem no marcador devido aos tentos dos croatas Darijo Srna e Ivica Olić.
• Os comandados de Löw recuperaram e, no terceiro e decisivo jogo do grupo, venceram em Viena a co-anfitriã Áustria, por 1-0, na sequência de um livre que acabou com Michael Ballack a desferir um potente remate para o fundo da baliza austríaca. Os alemães terminaram, assim, no segundo lugar do seu grupo e encontraram Portugal nos quartos-de-final. Cedo os alemães ganharam uma vantagem de 2-0 no marcador, com golos de Schweinsteiger e Klose, mas Nuno Gomes reduziu a desvantagem da selecção portuguesa ainda antes do intervalo. Ballack, de cabeça, voltou a dar dois golos de vantagem aos alemães, de nada valendo a Portugal o golo de Hélder Postiga perto do final, que colocou o resultado final em 3-2 para a Alemanha.
• A Alemanha ganhou três e perdeu duas das cinco finais de Campeonatos da Europa em que já marcou presença. Os adeptos alemães mais supersticiosos não olharão com muito bons olhos para a sequência de resultados, dado que cada final vencida (1972, 1980, 1996) foi intercalada por uma final perdida (1976, 1992).
• Ainda enquanto República Federal Alemã, a "mannschaft" ergueu a taça Henri Delaunay pela primeira vez em Bruxelas, em 1972, depois de vencer a URSS por 3-0. Gerd Müller (27 e 58 minutos) e Herbert Wimmer (52') fizeram os golos.
• Quatro anos mais tarde, em Belgrado, os alemães acabaram derrotados pela Checoslováquia por 5-3 no desempate por pontapés da marca de grande penalidade, mas voltaram a sagrar-se campeões europeus em 1980, em Roma, graças a uma vitória por 2-1 sobre a Bélgica. Horst Hrubech foi o herói alemão ao apontar os dois golos da sua selecção, o segundo dos quais a dois minutos do apito final, depois de René Vandereycken ter restabelecido a igualdade no marcador para os belgas aos 75 minutos.
• Depois de perder a final de 1992 para a Dinamarca, em Gotemburgo, a Alemanha festejou o seu terceiro titulo europeu na edição seguinte da prova, em Inglaterra. Oliver Bierhoff, hoje director-técnico da sua selecção, foi o homem do jogo no Estádio de Wembley, restabelecendo a igualdade aos 73 minutos, depois de Patrik Berger ter dado vantagem à República Checa, de penalty, aos 59 minutos, e decidindo o jogo ao apontar o primeiro "golo de ouro" da história dos Campeonatos da Europa, à passagem quinto minuto do prolongamento.
• Esta será a terceira final de um Campeonato da Europa disputada pela Espanha.
• A selecção espanhola ergueu o troféu Henri Delaunay em 1964, quando bateu a então campeã URSS na final, por 2-1, em Madrid. "Chus" Pereda abriu o activo para os espanhóis logo aos seis minutos do encontro disputado no Estádio Santiago Bernabéu e, embora Galimzian Khusainov ainda tenha empatado para os soviéticos, Marcelino garantiu o triunfo da selecção da casa, apontando o segundo golo da Espanha aos 84 minutos.
• Vinte anos mais tarde, a Espanha perdeu a final do Campeonato da Europa de 1984 diante da anfitriã França. Golos de Michel Platini (57 minutos) e de Bruno Bellone (90') fizeram a diferença no Parque dos Príncipes.
• A Alemanha leva vantagem no frente-a-frente entre as duas selecções até ao momento, com oito vitórias contra cinco da Espanha. Verificaram-se já seis empates em jogos entre as duas selecções.
• Polónia e Ucrânia serão as co-anfitriãs da fase final do UEFA EURO 2012™.