Casillas quer continuar a brilhar
quinta-feira, 26 de junho de 2008
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O capitão da selecção espanhola lembrou que o jogo frente à Rússia representa uma oportunidade que a sua equipa não deve desperdiçar.
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Iker Casillas é um homem sem mãos a medir neste momento, entre treinos intensivos, conversas sobre tácticas com o seleccionador Luis Aragonés e autógrafos aos adeptos, para além de estar prestes a capitanear a Espanha na sua primeira semifinal de uma grande competição em 24 anos. Mas quando finalmente se deita de noite e encosta a cabeça à sua almofada, os pensamentos soltam-se.
Sonhos cor-de-rosa
"Todos têm aquele período de cerca de dez minutos em que tentam adormecer e a sua mente divaga - é aí que sonho com o momento de erguer o troféu", revela. "O nosso cérebro, naturalmente, vira-se para o que está à nossa espera e somos livres de sonhar. Já fizemos história, mas todos pensamos que ainda não é suficiente e queremos levar a Taça para casa. Para isso, porém, teremos de voltar a vencer a Rússia". No jogo dos quartos-de-final, frente à Itália, Casillas defendeu as terceira e quarta grandes penalidades da sua carreira na selecção, negando o golo a Daniele De Rossi e a Antonio Di Natale, tal como já havia feito a Kevin Kilbane e David Connolly, no Campeonato do Mundo de 2002, frente à República da Irlanda. Mas eliminar a selecção britânica não serviu de muito à Espanha, que acabou por ficar pelo caminho logo na ronda seguinte, frente à Coreia do Sul - curiosamente orientada por um senhor do futebol mundial que dá pelo nome de Guus Hiddink. E as curiosidades não acabam aqui. Para além de ser o treinador da próxima adversária da Espanha no EURO, o técnico holandês foi também quem deu a Casillas a primeira experiência num grande palco internacional.
Teste dos penalties
"Hiddink e eu estivemos juntos no Real Madrid [CF], mas como eu ainda era muito novo na altura, ela apenas me chamou uma ou duas vezes à equipa", recorda o número 1 espanhol. "Mas acabou por me levar para a final da Taça Intercontinental, frente ao [CR] Vasco de Gama, como suplente, quando tinha apenas 17 anos e ainda fazia parte das camadas jovens". Debruçando-se sobre o encontro de quinta-feira, Casillas acrescentou: "É uma espécie de armadilha voltarmos a defrontar a equipa de Hiddink, porque temo que as pessoas julguem que vá ser uma partida fácil pelo simples facto de termos vencido 4-1 [no encontro da primeira jornada do Grupo D]. Assistimos a todos os jogos que a Rússia disputou desde então e foi impressionante, em especial frente à Holanda". Casillas mostra-se determinado em vencer o encontro dentro dos 90 minutos, e não apenas por a Espanha ter saído derrotada do último desempate por pontapés da marca de grande penalidade frente à Coreia do Sul comandada por Hiddink. "Por muito bem que tenha corrido com a Itália, prefiro sempre vencer dentro do tempo regulamentar", garantiu. "É melhor para os nervos de toda a gente, incluindo para os meus".
Admiração pela Rússia
Parte da admiração de "San Iker" - como é conhecido entre os adeptos espanhóis - pela Rússia deve-se ao facto de esta lhe fazer lembrar a Espanha: "Vai ser um grande jogo, porque as duas equipas apostam no ataque e têm a mesma filosofia de jogo - a Rússia impressionou-me". Embora o seu objectivo seja ajudar a Espanha a chegar à glória no próximo domingo, há algo dentro de Casillas que lamenta o facto de a Espanha não ter pela frente a Holanda nas meias-finais. "Com todos os holandeses que temos no plantel do Real, o ambiente no balneário em Madrid iria estar ao rubro se os vencêssemos", brincou. Mas Casillas, o homem a quem Aragonés dá nota máxima em todos os aspectos de jogo, depressa retomou a atitude séria. "A chave para vencermos a Rússia passa por controlarmos a posse de bola. Ambas as equipas tiveram de disputar um prolongamento nos quartos-de-final, e quanto mais posse de bola tivermos, menos teremos de correr. Quero ver os meus colegas fazerem os russos correrem atrás da bola. Esta é uma oportunidade única para a Espanha e não a podemos deixar escapar".