"Laranja" imparável segue em frente
sexta-feira, 13 de junho de 2008
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Países Baixos 4-1 França
Dirk Kuyt, Robin van Persie, Arjen Robben e Wesley Sneijder marcaram os golos que confirmaram os holandeses nos quartos-de-final.
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A selecção dos Países Baixos garantiu um lugar nos quartos-de-final do UEFA EURO 2008 como líder do Grupo C, ao derrotar a França, por 4-1, em partida da segunda jornada realizada no Stade de Suisse, em Berna.
Num jogo electrizante, Dirk Kuyt levou a equipa "laranja" a vencer para o intervalo, antes de Robin van Persie ter aumentado a vantagem e Arjen Robben responder de pronto ao tento de Thierry Henry e repor a diferença de dois golos entre os dois conjuntos, enquanto Wesley Sneijder fechaou a contagem nos descontos.
Depois do nulo inaugural frente à Roménia, o seleccionador gaulês, Raymond Domenech, procedeu a três alterações no “onze” inicial na partida disputada na capital helvética. Ainda sem poder contar com Patrick Vieira no meio-campo, aproveitou a recuperação de Thierry Henry para alterar completamente o ataque, colocando o dianteiro do FC Barcelona no lugar de Nikolas Anelka e Sidney Gouvou no de Karim Benzema, além de Patrice Evra em vez de Eric Abidal.
Com claras indicações para actuar mais no centro do terreno, em vez da sua habitual posição num dos flancos, Frank Ribéry surgiu em boa posição dentro da área logo aos cinco minutos, mas o seu remate de cabeça saiu ligeiramente ao lado a baliza de Edwin van der Sar. No entanto, os Países Baixos marcaram cinco minutos volvidos após a ameaça francesa. Willam Gallas cortou no último instante para canto a tentativa de remate de Kuyt, mas na marcação do respectivo canto o avançado do Liverpool FC inaugurou mesmo a contenda, de cabeça e na pequena área, perante a apatia de Florent Malouda.
Enquanto Marco van Basten não mexeu nos titulares que tão boa conta de si deram frente à Itália, as mudanças produzidas pelo homólogo adversário tiveram efeito na fluidez ofensiva da equipa, ainda que sem resultados práticos na primeira parte. A partir dos 23 minutos, Van der Sar começou então a dar nas vistas. Começou por desviar pela linha de fundo um pontapé perigoso de Gouvou, antes de negar por três vezes no espaço de um minuto, entre os 34 e 35, os intentos de Malouda, Gouvou e Ribéry, ao suster com segurança os remates do trio no melhor período da formação “tricolor” durante a etapa inicial.
Van Basten trocou Orlando Engelaar pelo regressado Arjen Robben, mas foi a França a entrar mais perigosa após o reatamento. Aos 50 minutos, os jogadores franceses reclamaram grande penalidade quando um remate de Henry à queima-roupa desviou em André Ooijer. A formação vice-campeã mundial pressionou e viu o avançado desperdiçar aos 54 minutos a melhor oportunidade de golo da equipa até essa altura. Um passe acrobático de Malouda isolou Henry, mas o chapéu sobre Van der Sar saiu por cima da trave.
A entrada de Robin van Persie no lugar do esgotado Kuyt deu mais velocidade ao jogo da equipa dos Países Baixos e o atacante do Arsenal FC não podia ter tido melhor entrada no encontro, pois, quatro minutos após pisar o relvado, em mais uma jogada de contra-ataque e na primeira vez em que tocou na bola, aumentou a vantagem da selecção “laranja” aos 59 minutos. Robben fugiu rápido pela esquerda, viu o seu companheiro desmarcado no coração da área e endossou-lhe o esférico, embora Coupet tenha sido infeliz porque o remate de Van Persie ainda bateu nele antes de cruzar a linha de golo.
Nunca se dando por vencida, a França reduziu no minuto 71, por Henry, ao desviar com êxito um cruzamento rasteiro de Willy Sagnol da direita. O melhor marcador de sempre dos "bleus" (45 golos) pegou na bola e levou-a para o centro do terreno, mas no final da jogada seguinte acabou sentado na relva, incrédulo com o violento tiro de pé esquerdo de Robben de ângulo difícil. O tento acabou com as dúvidas sobre o desfecho do encontro, pese embora o esforço da França frente aos contra-ataques quase mortíferos dos Países Baixos, mas houve ainda tempo para Sneijder marcar o quarto golo num remate de fora da área.
Reacções
Marco van Basten, seleccionador dos Países Baixos: "Não acho que tenha sido fácil - jogámos muito bem contra a Itália e hoje tivemos um pouco de sorte, marcámos o golo no momento certo e isso ajudou-nos muito."
Ruud van Nistelrooy, avançado dos Países Baixos: "Ainda estamos a tentar perceber o que aconteceu. Não podíamos esperar isto, pois não estávamos na melhor forma antes do início do torneio. Agora parece que tudo se está a encaixar."
Wesley Sneijder, médio dos Países Baixos: "Este jogo foi óptimo, puro prazer. A [vitória por 3-0] contra a Itália foi um jogo fantástico, e hoje fizemos exactamente o mesmo. Temos muita qualidade individual mas o mais importante é que somos uma equipa - todos trabalham muito."
Raymond Domenech, seleccionador de França: "A defesa costumava ser o nosso ponto forte - tínhamos uma defesa sólida, mas acabámos por cair num momento do do jogo em que costumávamos ser muito fortes. É sempre preciso um pouco de sorte e o nosso adversário teve sorte, embora tenha feito o mesmo contra a Itália, por isso também têm muitas qualidade."
Equipas
Países Baixos: Van der Sar; Boulahrouz, Ooijer, Mathijsen, Van Bronckhorst; De Jong, Engelaar (Robben 46); Kuyt (Van Persie 55), Van der Vaart (Bouma 78), Sneijder; Van Nistelrooy
Suplentes: Timmer, Stekelenburg, Heitinga, De Zeeuw, Melchiot, De Cler, Huntelaar, Afellay, Vennegoor of Hesselink
Seleccionador: Marco van Basten
França: Coupet; Sagnol, Thuram, Gallas, Evra; Govou (Anelka 75), Toulalan, Makélélé, Malouda (Gomis 60); Ribéry, Henry
Suplentes: Mandanda, Frey, Boumsong, Abidal, Vieira, Benzema, Nasri, Clerc, Squillaci, Diarra
Seleccionador: Raymond Domenech
Árbitro: Herbert Fandel (Alemanha)
Melhor em Campo: Wesley Sneijder (Países Baixos)