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A chave do sucesso lusitano

Análise estatística: Um dos principais factores que justificam o domínio que Portugal exerceu sobre a Turquia foi a qualidade de passe.

A chave do sucesso lusitano
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Portugal venceu de forma merecida a Turquia, por 2-0, no seu primeiro jogo no UEFA EURO 2008™ e, como consequência, assumiu a liderança do Grupo A.

Domínio
Portugal controlou o desafio do princípio ao fim, em parte porque a forma como preencheu o meio-campo impediu que os turcos chegassem com perigo à grande área. De facto, a Turquia terminou a partida com um único remate efectuado à baliza - de longa distância e sem verdadeiro perigo para o guardião Ricardo, que, à excepção de algumas bolas lançadas em profundidade e pontapés-de-canto, não teve grande trabalho ao longo dos 90 minutos.

Posse de bola determinante
Portugal dominou o jogo, o que é visível pela percentagem de posse de bola. Ao intervalo tinha 63 por cento e até marcar o primeiro golo o jogo foi praticamente de sentido único. A equipa de Luiz Filpe Scolari também foi mais disciplinada, cometendo apenas dez faltas, quatro delas depois do golo inaugural, contra 23 da Turquia - um indicador da qualidade, bem como da quantidade da sua posse de bola.

Ocasiões de golo
Ambos os golos surgiram de jogadores inesperados, que nunca tinham marcado por Portugal. E ambos foram resultado de uma forma de jogar mais aberta e ofensiva, em vez da contenção. A Turquia não criou uma única oportunidade de golo flagrante e só ameaçou a baliza lusa ocasionalmente, através de cruzamentos e pontapés de canto. Em oposição, Portugal fez oito remates à baliza, dois dos quais ao poste - por intermédio de Cristiano Ronaldo e Nuno Gomes - e um outro que embateu na barra da baliza, da autoria do capitão português (Nuno Gomes), num remate de cabeça.

A armadilha do fora-de-jogo
O controlo que Portugal exerceu no jogo através do domínio da posse de bola foi realçado sucessivamente pela forma como abordou os lances de ataque, direccionando a bola, em longos passes diagonais, para os seus extremos, Ronaldo e Simão, o que conseguiu com sucesso. A Turquia tentou colocar os jogadores adversários em fora-de-jogo, principalmente durante a primeira parte, na qual conseguiram anular ataques de Portugal dessa forma por seis vezes.

Ataque
Até ao primeiro golo, Portugal foi a formação mais ofensiva. Só na primeira metade do encontro dispôs de sete cantos - dois deles marcados à maneira curta - contra apenas dois do seu opositor. E foi só depois de sofrer um golo que a Turquia ganhou este duelo estatístico particular, conseguindo três cantos, contra nenhum de Portugal. De facto, a Turquia pareceu ganhar ascendência na partida após estar em desvantagem no marcador, mas pouco fez para aproveitar uma crescente posse de bola. O seu controlo foi ineficiente no último terço do terreno - consequência da inteligente marcação à zona posta em prática por Petit, João Moutinho e Deco.

Qualidade de passe
Outro factor fundamental que ajuda a explicar o domínio de Portugal foi a qualidade de passe revelada pelos dois médios-centro - Petit teve uma taxa de sucesso de 86 por cento e Moutinho atingiu uns impressionantes 89 por cento. A Turquia teve menos qualidade de passe nessa zona do terreno, com o capitão Emre Belözoğlu a ter uma taxa de sucesso de 70 por cento, uma vez que o domínio total de Portugal no meio-campo o impediu de desenvolver o seu jogo em direcção à grande área, de modo a criar perigo.

Insatisfeitos com o resultado
Quando a Turquia partiu em busca do empate, no último quarto-de-hora do jogo, Portugal apostou principalmente no contra-ataque para criar perigo. Não satisfeitos com a vantagem mínima, os jogadores portugueses continuaram a pressionar bem à frente, com Nani a substituir Nuno Gomes e a juntar-se ao seu companheiro de equipa no Manchester United FC, Ronaldo, incomodando permanentemente os defesas turcos. E foi através de uma jogada desenvolvida pelos flancos que Ronaldo começou a delinear o segundo golo português, que viria a ser concretizado por Raul Meireles, selando dessa forma um triunfo justo.