Suíça aguenta e frustra croatas

Suíça e Croácia empataram a zero no primeiro jogo do Grupo B na única partida do UEFA EURO 2004 que, até agora, não registou qualquer golo.

Esta foi a primeira vez que os dois países se encontraram desde a independência da Croácia e ambas as equipas tinham a vitória em mente, antes dos compromissos com a França e a Inglaterra, os outros dois conjuntos do Grupo B. Os croatas, apontados como favoritos e, que jogaram praticamente toda a segunda parte com mais um elemento (devido à expulsão de Vogel), só se podem queixar deles próprios, por não terem chegado ao golo.

A Suíça chegou a Portugal como claro "outsider", mas sem nada a perder, após ultrapassar alguns adversários mais fortes na fase de qualificação. A Croácia, por seu turno, tem algo mais a provar, uma vez que o seu objectivo é regressar aos dias de glória que lhe garantiram o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1998.

A selecção croata entrou melhor em campo demonstrando uma tendência mais atacante e procurando controlar o jogo a meio-campo. A Suíça, a jogar atrás da linha da bola, tentava explorar o contra-ataque através da velocidade de Yakin e Chapuisat. Aos 15 minutos, depois de um excelente entendimento entre estes dois homens, os suíços concretizaram a primeira jogada de golo eminente da partida, com Butina a ter que aplicar-se depois de um perigoso remate de Frei.

A selecção helvética voltou a estar perto do golo aos 26 minutos. Hakan Yakin apontou um canto do lado direito e Haas cabeceou, com a bola a passar perto do poste de Stiel. Estas jogadas motivaram os suíços que conseguiam, aos poucos, sacudir a pressão croata que, apesar de controlar o jogo, não criava grandes oportunidades de golo.

A melhor de toda a partida surgiu a seis minutos do intervalo, através de um lance de bola parada. Nenad Bjelica cruzou para o coração da área, Simunic cabeceou, obrigando Stiel a uma grande defesa, mas a bola ainda sobrou para Olic que cabeceou, novamente, com o esférico a embater na parte superior da trave. A Croácia começou e acabou melhor a primeira parte. Quarenta cinco minutos bastante movimentados e equilibrados.

O segundo tempo começou praticamente com a expulsão de Vogel. O centro-campista suíço viu o segundo amarelo após ter sido derrubado, pelas costas, o benfiquista Sokota, e protestado junto de Lucílio Batista. Uma contrariedade para os helvéticos, que enfrentavam uma maior pressão croata com a entrada do veterano Milan Rapajic para o lugar de Olic. Com o avançar do cronómetro, a qualidade do jogo decaiu, com a Suíça cada vez mais retraída e a Croácia a tentar chegar ao golo, embora, à semelhança do primeiro tempo, não o fizesse da melhor forma, demonstrando muitas dificuldades no último terreno de jogo.

Aos 70 minutos, os suíços não ganharam para o susto, após Stiel ter sido surpreendido pela trajectória da bola, que passou sobre a sua cabeça que correu atrás da Adidas Roteiro para evitar que esta transpusesse a linha de golo. Sete minutos depois a Suíça esteve perto de adiantar-se no marcador, através de um remate fortíssimo e traiçoeiro, de Huggel, de fora da área, que Butina defendeu para canto com muita dificuldade. Foi a última oportunidade digna desse nome num jogo em que ambos os ataques estiveram pouco felizes.

"Onzes"

Equipa da Suíça antes do jogo com a CroáciaBongarts/Getty Images

Suíça: Stiel (c); Spycher, Müller, Murat Yakin, Haas; Wicky (Henchoz 83), Vogel, Hakan Yakin (Gygax 87), Huggel; Frei, Chapuisat (Celestini 55)
Suplentes: Zuberbühler, Berner, Zwyssig, Magnin, Barnetta, Rama, Vonlanthen
Seleccionador: Jakob Kuhn

Croácia: Butina; Živković (c), Šimunić, Robert Kovač, Šimić (Srna 61); Olić (Rapaić 46), Bjelica (Roso 74), Niko Kovač, Mornar; Šokota, Pršo
Suplentes: Vasilj, Didulica, Tokić, Tomas, Neretljak, Leko, Babić, Klasnić
Seleccionador: Otto Barić

Árbitro: Lucílio Batista (Portugal)

Melhor em Campo: Jörg Stiel (Suíça)