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Da festa à tragédia

Aquilo que deveria ter sido um dia de festa para Portugal terminou em tristeza, depois de a Grécia ter vencido o jogo de abertura da competição.

Não devia ter sido assim. Supostamente, este seria o dia de Portugal. Cinco anos depois de ter surpreendido a vizinha Espanha ao ganhar o direito de organizar a sua primeira grande competição desportiva - período ao longo do qual foram construídos ou reformulados dez novos estádios -, o dia deveria ser de festa.

"Proibido não festejar"
Portugal iniciou o UEFA EURO 2004™ no Estádio do Dragão, casa do mais recente campeão europeu de clubes, o FC Porto. E, de acordo com a edição deste sábado do jornal A Bola, o diário desportivo com maior tiragem no país: "Hoje é proibido não haver festa, não haver sorrisos e, já agora, não haver uma vitória."

Sorrisos gregos
No entanto, no final do jogo de abertura do Grupo A, frente à Grécia, os únicos sorrisos eram aqueles exibidos pelos jogadores e adeptos gregos. Um golo em cada parte, primeiro por Georgios Karagounis e, depois, através de Angelos Basinas, este de grande penalidade, valeram aos gregos uma vitória por 2-1, o seu primeiro triunfo na fase final de um torneio. O sucesso helénico deixou Portugal com o triste recorde de ter sido o primeiro país a organizar o evento que perdeu o jogo de abertura, desde que o Campeonato da Europa tem fases finais.

Ansiedade dos locais
Assim como alguém que estraga a festa a uma criança, a Grécia não poderia ter feito melhor para arrefecer o ambiente efeverscente no Estádio do Dragão. Fernando Couto admitiu "alguma ansiedade" à volta deste jogo e os helénicos aproveitaram esse facto para silenciar os adeptos da casa.

Vitória confirmada
Angelos Charisteas já havia falhado um remate quando estava em posição privilegiada em frente à baliza antes de, aos sete minutos, Karagounis ter avançado sobre a área portuguesa e ter desfeiteado Ricardo com um remate de longe, após ter interceptado um passe de Paulo Ferreira. Quando Basinas fez o segundo tento, na cobrança de uma grande penalidade, cinco minutos depois do intervalo, tornou-se evidente por que motivo a bem organizada selecção grega esteve, recentemente, 15 jogos sem perder.

Dia da bandeira
Portugal, que conseguiu reduzir a desvantagem no último minuto, através de um cabeceamento de Cristiano Ronaldo, tem de reagrupar-se para o segundo jogo, frente à Rússia, na quarta-feira. O que, certamente, não faltará é o apoio dos adeptos, apesar dos assobios que foram ouvidos. Luiz Felipe Scolari pediu ao país para demonstrar o seu apoio através da exibição de bandeiras nacionais.

Vista colorida
Até a edição de sexta-feira do semanário "Expresso" incluía uma bandeira portuguesa grátis, sendo que foram vendidos 180,000 exemplares. As bandeiras estavam à vista nas varandas dos apartamentos perto do Estádio do Dragão - e também dentro das bancadas, coloridas de vermelho e verde, à excepção de um sector repleto de adeptos gregos.

Contagem decrescente
Os ecrãs atrás de cada uma das balizas fizeram a contagem decrescente para o pontapé-de-saída e, quando faltavam 48 minutos para o apito inicial, um barulho ensurdecedor fez-se ouvir quando a selecção da casa subiu ao relvado para efectuar o aquecimento. O sucesso dos anos 80 "'Everybody Wants To Rule The World" ("Todos Querem Governar o Mundo") soava nos altifalantes, mas, para estes jogadores, conquistar apenas a Europa já seria bom.

Cerimónia de abertura
A cerimónia de abertura teve início 15 minutos antes do apito inicial e relembrou o passado de Portugal na exploração marítima. O tapete verde transformou-se num mar azul, com centenas de figurantes com fatos azuis a agitarem faixas da mesma cor. Pelo meio do "oceano" passavam diferentes peixes e, ao centro, estava uma embarcação do século XV, uma réplica das caravelas que atravessaram o Atlântico para chegar às Américas e à Índia, durante a era portuguesa dos Descobrimentos. Nas bancadas, os adeptos iam também agitando pompons azuis, vermelhos e dourados.

Atmosfera ao rubro
Depois, as faixas azuis viraram-se ao contrário e passaram a ser exibidas as bandeiras dos 16 países em competição. O Kinas, a mascote do torneio, foi presença obrigatória, ao passo que crianças envergando camisolas de selecções nacionais agitavam bandeiras,  e o símbolo do torneio foi representado no círculo central. A atmosfera ficou ao rubro quando foi ouvido o hino nacional de Portugal antes do início do encontro. Mas, depois, o futebol estragou a festa à selecção da casa.