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O espírito dos heróis gregos

O seleccionador germânico da Grécia, Otto Rehhagel, realçou que o segredo do sucesso helénico residiu no "espírito de equipa", ao passo que Jacques Santini lamentou a passividade da sua equipa na primeira parte.

A Grécia causou a maior surpresa do UEFA EURO 2004™ ao apurar-se para as meias-finais da prova a expensas da detentora do título, a França, um momento inédito na história da modalidade no país que acolherá, no fim do verão, os Jogos Olímpicos, devidamente assinalado pelo seleccionador, o alemão Otto Rehhagel, que destacou o “espírito de equipa” no seio da equipa nacional como o factor determinante para esta verdadeira odisseia helénica em solo português.

Festejar com os pés no chão
“Esta é uma grande sensação. Todo o Mundo, do Rio de Janeiro a Los Angeles, ouvirá falar do futebol grego, pelo que se trata de uma grande oportunidade que não se pode desperdiçar. Temos de manter os pés bem assentes no chão. Agora, é tempo de festejar, mas, dentro de uns dias, há que começar a preparar o jogo das meias-finais”, começou por dizer um bastante pragmático Rehhagel.

“Jogámos com mais paixão”
Quanto à análise ao jogo, o seleccionador da Grécia comentou: “A táctica mostrou-se completamente acertada, mas vencemos porque jogámos com mais paixão e, por isso, há que dar os parabéns aos meus jogadores. A França teve alturas em que efectuou uma excelente circulação da bola, mas mostrámo-nos muito compactos e acabámos por ser melhores”.

”Segredo é espírito de equipa”
Questionado sobre qual era o segredo para tamanho sucesso dos gregos no EURO 2004™, Otto Rehhagel revelou: “O que tenho vindo a fazer desde há três anos é incutir espírito de equipa. Já eram excelentes jogadores, mas é o espírito de equipa que faz a diferença”.

“Ainda mais contente”
O Melhor em Campo da Carlsberg, Angelos Charisteas, estava radiante com a forma como a época lhe está a decorrer. Mais importante que a “dobradinha” alcançada ao serviço do SV Werder Bremen, é a prestação da Grécia no UEFA EURO 2004™ que faz do dianteiro um homem feliz. “É claro que conquistar o campeonato e a Taça da Alemanha é muito importante para a minha carreira, mas aqui estou a representar o meu povo e o meu país, pelo que estou ainda mais contente”.

“Podemos jogar ainda melhor”
Comentando a actuação da Grécia, o autor do único golo do encontro referiu: “Sabíamos que enfrentaríamos uma das melhores equipas do Mundo, pelo que era necessária concentração absoluta durante os 90 minutos. Mas, para além disso, também jogámos muito bem no ataque. Estou muito feliz por ter ajudado a minha equipa a fazer um grande jogo, mas sei que podemos jogar ainda melhor”.

“Falta de esclarecimento” para Santini
O seleccionador francês, Jacques Santini, que fez o seu derradeiro encontro no cargo antes de assumir o comando técnico dos ingleses do Tottenham Hotspur FC, assumiu que a França “poderá ter tido uma atitude cautelosa demais durante o primeiro tempo e na segunda parte julgávamos que as coisas mudariam a nosso favor, mas tal não aconteceu. Se tivermos em conta as oportunidades de perigo causadas, podíamos ter marcado um golo. Mas a falta de esclarecimento em determinadas alturas impediu-nos de recuperar do excelente golo marcado pelo adversário”.

”Uma experiência extraordinária”
“Colocar dois jogadores frescos nas alas, permitiu-nos abrir o jogo, mas, ao colocar Zidane numa posição recuada, poderemos ter abusado demais de passes longos. Por outro lado, individualmente também não estivemos nos nossos melhores dias. Temos um grande respeito pelos nossos adversários para não sabermos aceitar a derrota. Assumo a minha parte de responsabilidade nesta eliminação, seja ela de 99 por cento ou de apenas 1. Vivi uma experiência extraordinária, momentos bastante intensos que ficarão entre os mais importantes da minha carreira, pelo que faço um balanço positivo desta experiência.”, concluiu Jacques Santini.