Olsen encantado com empate

O treinador da Dinamarca, Morten Olsen, mostrou-se encantado com a "fantástica vontade de vencer" demonstrada pelos seus jogadores no nulo registado frente à Itália, no jogo de abertura do Grupo C do UEFA EURO 2004™, realizado, esta segunda-feira, em Guimarães.

Guarda-redes em grande plano
A Dinamarca realizou uma extraordinária exibição frente a uma equipa de Itália que, em alguns momentos, pareceu desconjuntada, mas que conseguiu, ainda assim, criar uma sequência de oportunidades de golo, num encontro emocionante realizado sob um Sol escaldante no Estádio D. Afonso Henriques. Não fossem as excepcionais exibições dos guarda-redes Gianluigi Buffon e Thomas Sørensen e o resultado teria sido bem diferente.

A inteligência de Tomasson
Apesar de ter sido Sørensen a ganhar o prémio Melhor em Campo da Carlsberg, muito por culpa de duas excelentes defesas consecutivas a remates de Alessandro Del Piero e Francesco Totti pouco antes do intervalo, a verdade é que houve, igualmente, outras grandes exibições do lado da Dinamarca. Jon Dahl Tomasson, em particular, foi o verdadeiro líder do ataque da sua equipa, demonstrando talento e inteligência.

Controlo na primeira parte
Em 1992, quando conquistou o Campeonato da Europa, a Dinamarca começou a sua campanha de forma semelhante - com um empate sem golos frente à Inglaterra. No entanto, Olsen recusa fazer comparações, apesar de afirmar que há razões para optimismo. "Controlámos o jogo na primeira parte, apesar de os italianos terem disposto de algumas oportunidades e o nosso guarda-redes, Thomas Sørensen, ter evitado males maiores em algumas ocasiões", referiu.

Dois pontos perdidos
"Mostrámos hoje uma fantástica vontade de ganhar e física e tacticamente, os jogadores fizeram exactamente o que tínhamos combinado antes do jogo. Antes, talvez tivesse ficado satisfeito com um empate, mas agora vejo que merecíamos ganhar, pelo que me sinto como se tivéssemos perdido dois pontos em vez de termos ganho um".

Laursen elogiado
Olsen realçou o trabalho do defesa central Martin Laursen, que actuou no AC Milan na última época, e elegeu-o o melhor em campo da sua equipa: "Penso que o Laursen merece ganhar o prémio de Melhor em Campo. Foi extraordinário no centro da defesa. Por seu turno, o guarda-redes Sørensen frisou: "O resultado de hoje não nos surpreende. Nos últimos dois anos, temos praticado um futebol consistente e de alta qualidade".

Del Piero no centro
A Itália começou o jogo com Christian Vieri como o único ponta-de-lança, apoiado pelo trio atacante constituído por Alessandro Del Piero, Francesco Totti e Mauro Camoranesi. No entanto, o avançado transalpino pouco conseguiu fazer durante a primeira parte, perante uma bem organizada defensiva dinamarquesa. Del Piero deixou a ala esquerda para passar a ocupar um lugar mais central no ataque após o intervalo, e a alteração equilibrou, de imediato, o futebol italiano na ofensiva.

A lição de Trapattoni
O seleccionador italiano, Giovanni Trapattoni, referiu: "Apenas jogámos bem na segunda parte. Totti teve muito mais influência quando recuou um pouco mais e [Gennaro] Gattuso também conseguiu fazer a diferença quando entrou, porque nos ajudou a empurrar os dinamarqueses para o seu meio-campo. Ao princípio, não conseguimos jogar como gostamos, mas, pelo menos, sabemos agora como actuar nos próximos jogos".

Muito calor
A Itália vai agora defrontar a Suécia e a Bulgária nos dois últimos jogos do Grupo C e Trapattoni desejou que essas duas equipas empatassem no encontro desta segunda-feira ao fim da tarde, o que não veio a acontecer, pois os suecos golearam os búlgaros por 5-0. "Seria uma ajuda para as nossas pretensões de chegar aos quartos-de-final", explicou. "Agora, que já jogámos a primeira partida, temos uma ideia melhor sobre como vai decorrer este grupo. Tivemos a oportunidade de testar as nossas capacidades frente a uma boa equipa e, apesar de termos jogado bastante bem na segunda parte, o calor não nos ajudou".