Grécia estraga festa a Portugal
sábado, 12 de junho de 2004
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Portugal 1-2 Grécia
Giorgios Karagounis e Angelos Basinas marcaram na primeira derrota do anfitrião Portugal na fase de grupos de um Europeu.
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Cerca de 50 mil pessoas preencheram de vermelho e verde o Estádio do Dragão, num apoio incondicional à equipa portuguesa, que não conseguiu ultrapassar a Grécia no arranque do UEFA EURO 2004.
Mais de sete meses depois do último encontro entre as duas equipas, que se traduziu num empate 1-1, ambos os treinadores apresentaram-se em 4x5x1, com o passe curto português frente aos lançamentos longos para a cabeça do avançado Vryzas. A equipa das “quinas” demorou alguns minutos a adaptar-se à pressão defensiva exercida a meio-campo por parte da selecção grega que, aos sete, viu esta “arma táctica” dar frutos. Paulo Ferreira perdeu uma bola a meio-campo, entregando o esférico a Karagounis, com este, através de um remate à entrada da área de pé direito, a inaugurar o marcador. Sem reacção portuguesa, voltou a ser a Grécia a dispor das seguintes oportunidades para marcar.
Jorge Andrade foi o autor do primeiro remate português, aos 15 minutos, cinco minutos antes de Rui Costa, isolado, ter cabeceado ao lado, na demonstração colectiva de acalmia, depois de um primeiro quarto de hora dominado pelo nervosismo e ansiedade resultantes do ambiente que rodeava este encontro. A equipa portuguesa começou a jogar pelas alas, o ponto fundamental da estratégia lusa, aproximando-se mais vezes da baliza adversária.
Nikopolidis defendeu uma grande penalidade de Figo no último particular e manteve as redes gregas invioláveis durante a primeira parte, depois de mais três defesas seguras a remates de Maniche, Figo e Simão, levando a Grécia em vantagem para o intervalo. Scolari tentou dar mais criatividade e imprevisibilidade na movimentação ofensiva portuguesa com as entradas de Deco e Cristiano Ronaldo para os lugares de Rui Costa e Simão, respectivamente.
Porém, foram os gregos que voltaram a ser felizes no encontro, com Seitaridis a cair dentro da área, derrubado por Cristiano Ronaldo, após mais uma bola perdida a meio-campo, desta vez por Costinha. O “trinco” Basinas, na transformação da respectiva grande penalidade, marcou o segundo golo grego, aumentando a desilusão no Estádio do Dragão.
Após o segundo golo grego, a equipa comandada por Scolari colocou “nos ombros” do jovem jogador do Manchester United a responsabilidade de levar a bola até à área helénica e Cristiano Ronaldo correspondeu positivamente, conseguindo vários cruzamentos a que Pauleta, demasiado só na frente de ataque, não pôde dar o melhor desfecho.
Scolari lançou Nuno Gomes no lugar de Costinha, aos 64 minutos, ficando Portugal a jogar com Maniche e Deco no meio-campo, atrás da dupla de avançados, num esquema arrojado, o único possível perante uma equipa grega cada vez mais remetida à sua defensiva. Otto Rehhagel, seleccionador da Grécia, refrescou o seu ataque com a entrada dos velozes Nikolaidis e Lakis, mas Portugal tomou conta do encontro, conseguindo várias oportunidades de golo. Cristiano Ronaldo, aos 81 minutos, viu o seu remate de pé direito passar a centímetros do poste esquerdo da baliza defendida por Nikopolidis.
Cinco minutos depois, foi a vez de Nuno Gomes ver o guarda-redes grego fazer a defesa do encontro ao seu remate de pé esquerdo. Nos descontos, Cristiano Ronaldo reduziu a desvantagem, num cabeceamento certeiro, após canto marcado por Figo, mas foi tarde demais para chegar ao empate, já que Pierluigi Collina apitou para o final do encontro alguns segundos depois.
"Onzes"
Portugal: Ricardo; Rui Jorge, Fernando Couto (c), Jorge Andrade, Paulo Ferreira; Simão (Ronaldo 46), Costinha (Nuno Gomes 66), Rui Costa (Deco 46), Maniche, Figo; Pauleta
Suplentes: Quim, José Moreira, Petit, Miguel, Nuno Valente, Ricardo Carvalho, Tiago, Hélder Postiga
Seleccionador: Luiz Felipe Scolari
Grécia: Nikopolidis; Fyssas, Kapsis, Dellas, Seitaridis; Giannakopoulos (Nikolaidis 68), Basinas, Zagorakis (c), Karagounis (Katsouranis 46); Vryzas, Charisteas (Lakis 74)
Suplentes: Chalkias, Katergiannakis, Venetidis, Dabizas, Tsiartas, Kafes, Georgiadis, Goumas, Papadopoulos
Seleccionador: Otto Rehhagel
Árbitro: Pierluigi Collina (Itália)
Melhor em Campo: Theo Zagorakis (Grécia)