Conte entusiasmado com Éder e com a qualificação da Itália
sexta-feira, 17 de junho de 2016
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"Escolhi estes jogadores e eles compensam-me quando estão em campo, todos os 23", afirmou Antonio Conte após a qualificação da Itália numa vitória tardia contra a Suécia.
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Antonio Conte, seleccionador da Itália
Acima de tudo, penso que todos devem estar muito satisfeitos porque poucos poderiam antever que a Itália se qualificaria para os oitavos-de-final com apenas dois jogos. Muitos chegaram mesmo a duvidar que chegássemos a esta fase, mas o que é facto é que estar nos oitavos-de-final tão cedo é muito compensador. Os rapazes merecem-no porque houve alguns jogadores um pouco ansiosos na primeira parte e alguns "esqueletos" [herdados do último Campeonato do Mundo da FIFA].
A primeira parte foi verdadeiramente difícil, contra uma Suécia muito física que criou barreiras, embora tenhamos conseguido atacar da melhor forma. Penso que a Suécia nunca teve uma oportunidade de golo. O Buffon não teve uma única defesa para fazer. Isto prova que começamos a crescer e a ganhar o respeito que só alguns nos deram antes.
Muitos jogadores que escolhi foram questionados e não apenas o Éder. O que me interessa é escolher os jogadores com base no que vejo, e não tendo em conta para quem jogam ou se são "bons rapazes". O que importa é que possam ajudar a equipa. Nos últimos dois anos tive a sorte de ter o Éder, que foi decisivo na qualificação e espero que assim continue. Escolhi estes jogadores e eles compensam-me quando estão em campo, todos os 23.
Erik Hamrén, seleccionador da Suécia
Se olharmos para o jogo, penso que estivemos muito bem. Defendemos como devíamos e conseguimos fechar o jogo da Itália, mas perto do final perdemos um pouco da concentração. A linha dianteira jogou muito bem na primeira parte, quando tivemos algumas oportunidades, mas não fomos suficientemente firmes nos últimos 20 minutos nem criámos as oportunidades que precisávamos. Os jogadores trabalharam muito e é uma pena não terem obtido a sua recompensa.
Estaria mais satisfeito se tivéssemos marcado golos, como é evidente. Mas estamos a dar o nosso melhor. Hoje encontrámos uma equipa muito forte defensivamente, e até a Bélgica, que tem uma fortíssima equipa atacante, não marcou contra a Itália. É claro que queremos criar mais oportunidades, e garanto que estamos a tentar.
O Zlatan [Ibrahimović] fez o que tinha a fazer nos últimos dois jogos. Hoje foi muito difícil para ele porque a Itália defendeu muito bem, mas tivemos mais posse de bola neste jogo do que frente à Irlanda. É claro que um avançado central precisa do suporte dos médios, mas o Zlatan é um dos melhores avançados que já conheci. É um vencedor, e se está desapontado, penso que todos devemos aceitá-lo e compreendê-lo. Estamos todos desapontados.
Éder, autor do golo da Itália e melhor em campo
Estou satisfeito não apenas por mim, mas por toda a equipa, porque sei o quanto trabalhámos e como fomos cuidadosos na preparação para este EURO.
Ganhar os dois primeiros jogos é muito bom, particularmente porque nem toda a gente o esperava. Mas somos organizados, trabalhamos muito, damos tudo no terreno e no final obtemos o resultado.
[O golo] foi bom porque surgiu no final de um jogo difícil. Nós estudámos a Suécia e sabíamos que eles criam uma barreira muito difícil de manobrar. Mas depois de muito trabalho veio o golo que nos deu mais confiança para continuarmos. [Lorenzo] Insigne e [Ciro] Immobile não jogaram, mas vieram congratular-me no final. Isto é também o que nos faz manter firmes.
Simone Zaza, avançado da Itália
Estamos satisfeitos, mesmo não tendo atingido o nível de desempenho do jogo anterior. Ganhámos três pontos num jogo duro contra uma equipa fisicamente forte, por isso estamos entusiasmados.
[A força da Suécia] está no seu poder físico e no facto de ser forte e correr muito. Além disso eles têm uma "super estrela" na dianteira, um dos melhores avançados do mundo, e por isso são uma equipa difícil de enfrentar. Mas nós fomos melhores na segunda parte e conseguimos marcar.
Não é retórica dizer que o nosso plantel é realmente incrível. Lembro-me do primeiro jogo, quando Graziano [Pellè] marcou o segundo golo e o árbitro quis expulsar-nos (aos suplentes) do campo porque invadimos o terreno. A força deste colectivo é o próprio grupo. É óbvio que todos gostariam de jogar o mais possível, mas estamos aqui para esta aventura e gostávamos de levá-la até ao fim.
Kim Källström, médio da Suécia
Merecemos mais do que o resultado que tivemos hoje. Às vezes o futebol pode ser brutal. Não há nada mais desmoralizante do que conceder um golo quase no fim do jogo, depois de termos trabalhado tanto ao longo dos 90 minutos. É difícil de engolir.
[Contra a Bélgica] só podemos ambicionar ganhar. Não é preciso ser um génio da matemática para percebê-lo. O que o futebol tem de bom é que há sempre um novo jogo para nos fazer olhar para a frente.
Andreas Granqvist, defesa da Suécia
Tivemos uma excelente primeira parte, mantendo os italianos longe do golo, com muita posse de bola e a criar oportunidades. Mantivemo-nos equilibrados na segunda parte, mas eles conseguiram aquele golo tardio e isso significa que perdemos.
É claro que este é um momento um pouco amargo. Temos de garantir uma vitória contra a Bélgica para termos a possibilidade da qualificação. Quatro pontos devem chegar para nos qualificarmos pelo menos como uma das três melhores equipas.