Nolito? Sim! Como está a Espanha a destacar-se
sábado, 18 de junho de 2016
Sumário do artigo
Após observar Nolito e Álvaro Morata a destruir a Turquia na sexta-feira, o repórter da equipa Graham Hunter pensa que a Espanha voltou ao seu ritmo assustador.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
Pode parecer um lugar comum dizer que a Espanha se sente a todo o gás após uma vitória por 3-0 e a qualificação para a fase eliminatória depois de apenas duas partidas, mas não é assim. Há muito mais a indicar que o seu motor de futebol está apenas a ronronar - preparado à perfeição, sintonizado em alto desempenho e trabalhando a partir da análise de dados meticulosos.
Observemos Vicente del Bosque. O selecionador não tinha a menor dúvida sobre como iniciar o torneio com Nolito na esquerda e Álvaro Morata como avançado-centro, nem sobre retê-los depois de cada um deles ter feito uma boa exibição, mas não excepcional, no primeiro jogo. Adeptos e jornalistas tinham algumas dúvidas sobre ambas as posições.
O burburinho geral era: “Nolito pode não estar ao nível de Andrés Iniesta e de David Silva quando se trata de troca e posse de bola” e “será Morata prolífico o suficiente?”.
Del Bosque foi completamente claro. Ele sabia que o enorme valor de Nolito viria em catadupa. Não é apenas um futebolista da velha escola que vive para atormentar o lateral, é aquilo que os espanhóis chamam de jogador de “perna trocada” desta equipa. Significa isso que sendo um destro, joga na esquerda.
Veja-se o lateral-direito da Turquia e o seu dilema no primeiro golo. Arda Turan não correu com Jordi Alba e deixou Gökhan Gönül completamente exposto. Não é apenas dois-contra-um, pois Alba foi por fora e Nolito por dentro.
Isso deu ao extremo do Celta tempo para receber de Alba, mudar do pé esquerdo para o direito (quase no mesmo sítio de onde Iniesta assistiu Piqué no golo contra os checos) e enviar a bola para Morata, numa posição semelhante àquela onde surgiu Piqué a fazer o golo na segunda-feira.
Nolito ataca os jogadores e dribla-os. Veja-se como a sua corrida para dentro arrastou novamente Gökhan Gönül para fora da posição, de modo a que Alba pudesse sobrepor-se e fazer a assistência para o golo de Morata no 3-0.
O extremo é directo, cheio de fintas, remata sempre que possível e participou nos três golos. Muitos elogios para o treinador por perceber que este jogador era uma resposta parcial à ausência de Fernando Torres e de David Villa.
Nolito fez cinco golos nos últimos cinco jogos pela Espanha. Morata quatro em três. Mas ainda há mais. Muito mais.