O UEFA.com funciona melhor noutros browsers
Para a melhor experiência possível recomendamos a utilização do Chrome, Firefox ou Microsoft Edge.

Reflexões sobre o fim da era de sucesso da Espanha

Depois de oito anos de reinado como campeã da Europa, chegou ao fim, em França, o ciclo vitorioso da Espanha no EURO. Prestamos tributo a um futebol de sucesso que marcou uma era.

Sergio Ramos após o apito final
Sergio Ramos após o apito final ©AFP/Getty Images

Antes de mais, um tributo aos ainda campeões da Europa. 

Tinha de ser a Itália. No Europeu de 2008, a Espanha sabia que teria de ganhar à selecção italiana para arrancar rumo ao sucesso e assim foi. E, volvidos oito anos, o destino do futebol determinou que fosse a Itália a colocar um ponto final ao ciclo vitorioso do bicampeão europeu.

Giorgio Chiellini referiu ao UEFA.com que, depois de várias derrotas e desilusões diante da Espanha, a sua carreira não poderia terminar sem que conseguisse alcançar uma espécie de desforra.

Andrés Iniesta
Andrés Iniesta©AFP/Getty Images

Espanha caiu aos pés da Itália, mas (ironia) foi ela que teve o condão de inspirar os italianos a serem mais fortes, a dedicarem-se a um esforço suplementar, a realizarem sessões de treino muito exigentes no EURO e a efectuarem uma preparação táctica absolutamente rigorosa.

Depois de oito anos de reinado na Europa, o futebol da selecção espanhola conduziu mesmo a novos aspectos no futebol, a maioria dos quais positivos.

Com efeito, Espanha não só estimulou o futebol inteligente, técnico e criativo, apreciado pelos adeptos, como também demonstrou, com sucesso, que se pode ganhar títulos internacionais pondo em prática essa filosofia de jogo.

"La Roja" demonstrou ainda que os êxitos desportivos tanto podem ser alcançado com o contributo de jogadores de baixa estatura (Xavi Hernández, Andrés Iniesta e David Silva) como de elevada (Fernando Torres, Gerard Piqué e Sergio Ramos).

Após a derrota frente à Itália, que colocou um ponto final a uma era de ouro, e com os jornais desportivos espanhóis a destacarem o facto de a Espanha já não ser a melhor equipa, David de Gea e Iniesta reconheceram que os italianos tinham sido superiores.

Aliás, tem havido mesmo muita elegância da parte dos campeões europeus nos últimos anos. Humildade na hora da vitória e um discurso de reconhecimento do mérito do adversário quando este vence.

Valores para o futuro, do ponto de vista desportivo e humano.

Caso se confirme a saída de Vicente del Bosque do cargo de seleccionador, então impõe-se dar uma palavra de agradecimento a um verdadeiro "gentleman" do futebol mundial.

Há vários jogadores jovens, com nervo e valor para alimentar a equipa espanhola. Chegou, pois, o tempo de eles demonstrarem o que aprenderam nos últimos anos com alguns mestres que já deixaram a selecção, casos de Carles Puyol, Joan Capdevila, Xavi, Xabi Alonso, Fernando Torres, Marcos Senna e David Villa.

Estes foram os homens que conseguiram criar uma das melhores eras de ouro do futebol no paranorama internacional. Foi simplesmente formidável vê-los jogar.