Heróis do EURO: 1984 – Joël Bats
sábado, 9 de abril de 2016
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O enigmático Joël Bats desapareceu quando foi pescar na véspera do triunfo da França na final de 1984, destacando-se ainda mais como um guarda-redes que fazia as coisas à sua maneira.
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Na véspera da final do Campeonato da Europa de 1984, Joël Bats desapareceu do estágio da selecção de França. O extravagante guarda-redes, um dos jogadores mais enigmáticos de sempre a representar os “bleus”, tinha sentido uma enorme vontade de relaxar.
"Fui pescar com o Philippe Bergeroo e o Bruno Bellone, com uma cana de pesca que fizemos", explicou anos mais tarde.
Um grande susto
Formado no Sochaux, começou a dar nas vistas depois de assinar pelo Auxerre em 1980, mas dois anos depois foi-lhe diagnosticado um cancro nos testículos, um episódio assustador que o fez tomar consciência da sua mortalidade. "Passei muitas horas a pensar na vida", destacou.
Somou a primeira internacionalização em Setembro de 1983 e, apesar de ter sofrido três golos numa derrota por 3-1 com a Dinamarca, a sua chegada marcou o início de uma nova era para a selecção francesa. Há muitos anos que a França procurava uma guarda-redes titular e Bats viria a ser o primeiro a atingir as 50 internacionalizações, contribuindo com as suas exibições para que os anfitriões conquistassem o seu primeiro título europeu em 1984.
Defesas decisivas
"Antes de jogarmos com a Bélgica, o treinador deles [Guy Thys] disse que a França tinha um ponto fraco, não tinha guarda-redes", recordou. Thys foi obrigado a engolir as palavras depois da França ganhar por 5-0 na fase de grupos, mas foi nas meias-finais que Bats brilhou a grande altura, sendo decisivo no triunfo sobre Portugal, por 3-2, no prolongamento. A equipa de Michel Hidalgo conquistou o título ao bater a Espanha por 2-0 na final. Dois anos mais tarde, Bats voltou a estar em destaque ao defender as grandes penalidades de Zico e Sócrates no encontro com o Brasil nos quartos-de-final do Campeonato do Mundo e ajudando os “bleus” a conquistar o terceiro lugar.
Bats somou a 50ª e última internacionalização em 1989, antes de pendurar as luvas em 1992 e iniciar uma nova carreira como treinador. Foi adjunto do Paris e assumiu brevemente o comando do Châteauroux. Foi o treinador de guarda-redes do Lyon de 2000 a 2017, altura em que se mudou para o Montreal Impact.