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Que Portugal esperar em França sem Danny?

Danny lesionou-se com gravidade e vai falhar o UEFA EURO 2016, pelo que Fernando Santos terá de optar por substituir directamente o jogador do Zenit ou mudar o sistema táctico de Portugal.

Danny é baixa importante para Portugal
Danny é baixa importante para Portugal ©AFP/Getty Images

“Estavam desejosos de ajudar a selecção e participaram na fase de qualificação. São, seguramente, perdas para a nossa equipa no EURO”, afirmou recentemente o seleccionador de Portugal, Fernando Santos, a propósito das lesões que afastam o avançado do FC Zenit, Danny, e o lateral-esquerdo do Mónaco, Fábio Coentrão, do UEFA EURO 2016, em França.

Trata-se de duas baixas importantes de jogadores com os quais o treinador contava utilizar com frequência, tendo em conta os jogos de apuramento e não só. A ausência de Coentrão será colmatada com a chamada de um outro atleta para a mesma posição – obviamente –, sendo Eliseu e Raphäel Guerreiro as escolhas aparentemente mais esperadas. No entanto, a perda de Danny traz outros problemas e decisões para Fernando Santos, pois terá de tentar resolver o dilema táctico provocado pela lesão do jogador. “Não vou ter uma matriz [táctica] única. Com as características dos nossos jogadores o que pode resultar melhor é entre o 4-4-2 e o 4-3-3”, explicou o técnico recentemente numa entrevista a um canal de televisão português. E é nessa perspectiva que a ausência de Danny poderá causar algum transtorno a Fernando Santos.

Danny cabeceia perante o sérvio Aleksandar Mitrović
Danny cabeceia perante o sérvio Aleksandar Mitrović©Getty Images

Dos 15 jogos de Portugal com Fernando Santos ao leme – entre oficiais e amigáveis –, Danny participou em 12, o que denota bem a confiança que o treinador deposita no atleta. Isto explica-se, para além das questões individuais, com razões tácticas.

Tal como referiu o seleccionador luso, Portugal não tem um sistema de jogo claramente definido, alternando ao longo das partidas entre o 4-4-2 e o 4-3-3, tirando partido da grande mobilidade dos seus jogadores – e da ausência de um ponta-de-lança de raiz que se afirme em definitivo na equipa. Danny servia como uma espécie de “híbrido” nesta ideia de jogo. Tanto integrava o trio atacante em acções ofensivas, ao lado de Cristiano Ronaldo e Nani, os mais adiantados, como recuava e encabeçava um meio-campo em forma de losango – uma espécie de vagabundo que tanto actuava como número 10, ou organizador de jogo, como caía nas alas.

Esta flexibilidade táctica de Portugal sai muito afectada com o problema físico de Danny num joelho, que o obrigará a paragem de cerca de oito meses, após cirurgia. O que poderá Fernando Santos fazer para resolver esta questão? Tem, à primeira vista, duas opções: a primeira é manter a filosofia e procurar outro jogador capaz de desempenhar as mesmas funções, ou aproximadas. Neste caso, a estrela do SC Braga, Rafa Silva, poderá ser opção, pois tanto pode jogar a médio-ofensivo pelo centro, como no apoio ao ponta-de-lança, ou mesmo a extremo-esquerdo. E Rafa já foi testado na selecção das “quinas” neste papel em jogos amigáveis.

Danny (de branco) frente à Arménia
Danny (de branco) frente à Arménia©AFP/Getty Images

Mas há também Bernardo Silva, médio-criativo por excelência, um nº10 versátil que também pode jogar a ala-direito (como o faz recorrentemente no Mónaco) e chegar-se à grande área adversária; a segunda opção é entregar-se em definitivo a um dos sistemas, o 4-4-2 ou o 4-3-3 puro, com Ronaldo na esquerda e Nani na direita, apostando num ponta-de-lança puro.

Neste último caso, Éder parece ser a escolha mais óbvia, mas certamente o técnico luso terá mais jogadores referenciados que podem ser opção e, quem sabe, constituir surpresa na convocatória final de 23 jogadores a levar para França. Tem a palavra Fernando Santos no dia 17 de Maio, data em que serão revelados os eleitos de Portugal para o UEFA EURO 2016.