Conte troca Itália pelo Chelsea após o EURO
segunda-feira, 14 de março de 2016
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Antonio Conte vai deixar o comando da selecção de Itália depois do UEFA EURO 2016 para passar a dirigir o Chelsea e Paolo Menicucci explica o que Stamford Bridge pode esperar dele.
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A decisão do Chelsea em nomear Antonio Conte como próximo treinador para as próximas três temporadas, funções que assumirá assim que a Itália terminar a campanha no UEFA EURO 2016, terá certamente algo a ver com a sua reputação de especialista em restaurar o rendimento em equipas na mó de baixo.
Foi precisamente isso que fez quando chegou ao comando técnico da Juventus, em 2011. Os "bianconeri" haviam terminado as duas épocas anteriores na Serie A na sétima posição e encontravam-se fora das competições europeias (uma realidade que continua a ser uma possibilidade para o Chelsea na próxima época). Mas, sob as ordens de Conte, a Juventus conquistou de imediato o "scudetto" e sem perder qualquer jogo. Seguiram-se mais dois títulos de campeão com o antigo capitão ao leme e o terceiro – em 2013/14 – incluiu um recorde de 102 pontos na Serie A.
"Tenho orgulho por ser seleccionador nacional e apenas um cargo tão atractivo como o de treinador do Chelsea poderia seguir-se", afirmou Conte sobre a sua contratação, para substituir o técnico-interino, Guus Hiddink, a partir de 2016/17.
"Um verdadeiro martelo", foi como o defesa Leonardo Bonucci descreveu Conte, que, ao início, se concentrava em melhorar a mentalidade dos seus jogadores. "Seguimo-lo desde o início e conseguimos transferir para o campo conceitos como sacrifício e competitividade", explicou Bonucci.
"Ele é duro, mas também um treinador fenomenal", acrescentou Carlos Tévez. "Cada jogo é mesmo como uma final para ele. É fanático pelo trabalho e quer vencer qualquer partida".
Tacticamente, Conte fundou o seu sucesso em boa medida num sistema de 3-5-2. No entanto, sempre mostrou flexibilidade dentro dessa estrutura. Com efeito, o próprio 3-5-2 foi a prova de que Conte não tenta obrigar jogadores a actuarem em posições que não se coadunam com as suas características, mas mostrou-se capaz de se adaptar aos recursos humanos disponíveis – porque, antes de chegar a Turim, a sua formação favorita era 4-2-4.
"Eu usava dois homens de ataque bem abertos nas alas e dois pontas-de-lança", admitiu Conte. "Também queria jogar dessa forma na Juventus, mas não tinha os jogadores apropriados para isso."
O antigo médio de 46 anos assumiu o cargo de seleccionador de Itália após os "azzurri" não terem conseguido passar a fase de grupos do Mundial 2014, na sequência de derrotas com a Costa Rica e o Uruguai. Sob a sua liderança, a Itália apurou-se invicta para a fase final do UEFA EURO 2016 e dominou um grupo que incluía selecções incómodas como Croácia, Noruega ou Bulgária. Mas, mais importante do que isso, Conte construiu uma unidade sólida após as dificuldades que surgiram durante e após o Mundial 2014.
"O treinador é um perfeccionista", disse o capitão de Itália, Gianluigi Buffon. "É um homem que acredita na disciplina e nas regras. Acho que ele era o único com força capaz para nos retirar de onde estávamos. Tem ideias muito claras e transmite-as sem hipóteses de serem incompreendidas."
"Em Itália, chamam-no o 'Mourinho italiano'", assinalou o também ex-treinador do Chelsea, Gianluca Vialli. "Tem o mesmo tipo de personalidade e também é um vencedor. As suas equipas jogam de uma forma bastante humilde, com humildade e bastante orgulho. Estão sempre bem-preparadas tacticamente."
Trata-se de uma comparação com o qual o próprio José Mourinho concorda. "Gosto disso", afirmou certa vez o técnico português ao diário desportivo Tuttosport. "Sinto-me honrado. Ele sabe aquilo que quer e é um verdadeiro vencedor."
Os adeptos do Chelsea esperam que Conte cause o mesmo impacto que Mourinho causou a partir do momento em que chegou ao clube, decorria o ano de 2004.