Trezeguet relembra glória da França em 2000
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
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David Trezeguet tornou-se no penúltimo jogador da França campeã no EURO 2000 a terminar a carreira e por isso revisitamos o seu "golo de ouro" nessa prova.
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Na curta história do "golo dourado", dois únicos jogadores tiveram a felicidade de dar títulos dessa forma numa final do Campeonato da Europa da UEFA: Oliver Bierhoff e David Trezeguet. Numa altura em que o avançado francês anuncia o fim de carreira aos 37 anos, concentramo-nos no seu momento mais inesquecível e voltamos ao UEFA EURO 2000.
Memórias do UEFA EURO 2000
Pessoalmente, tenho de começar pela final, contra a Itália, porque tive a sorte de marcar um golo importante. Mas o Europeu, globalmente, foi disputado a um nível muito elevado, com uma excelente organização da Holanda e da Bélgica. Sabíamos que tínhamos hipóteses de chegar ao título e tudo correu bem, jogámos sempre um bom futebol. Estávamos muito bem preparados em todos os aspectos e ficámos muito contentes por vencer a prova.
Percurso complicado rumo à final
Houve três jogos-chave. Começando pela jornada inaugural, frente à Dinamarca, porque reconhecíamos a importância de entrar no torneio a vencer. Depois nas meias-finais, frente a Portugal, que se revelou um adversário particularmente difícil – ganhámos graças a uma grande penalidade. E por fim na final, frente à Itália, que foi disputada com bastante intensidade e também foi muito difícil. Felizmente, arranjámos maneira de vencer esses jogos cruciais.
Final
Foi um jogo muito difícil. Os italianos marcaram primeiro e ficámos com a ideia que ia ser muito complicado vencer o jogo. Eles foram muito disciplinados tacticamente, como são todas as equipas do campeonato italiano. O nosso treinador, Roger Lemerre, terminou o jogo com quatro atacantes e tivemos a sorte de empatar aos 93 minutos. O título só foi decidido com um "golo dourado" no prolongamento.
Força mental da França
Em termos físicos, devo dizer que terminámos o jogo mais fortes que a Itália, e alcançar o empate naquela altura deu-nos ainda mais vontade de vencer. Penso que a Itália estava mais afectada pela fadiga e, acima de tudo, teve que enfrentar um desafio mental, depois de não vencer um jogo que estava praticamente garantido. Sabíamos que tínhamos de nos concentrar nas nossas qualidades e pontos fortes – e aproveitámos a oportunidade.
Golo de ouro
Tudo começou com uma grande jogada de Robert Pires na esquerda. Ele fintou o Fabio Cannavaro e chegou à linha final, de onde cruzou para a área. Eu estava na zona da marca de grande penalidade e aproveitei para fazer o golo. Conseguimos ser a primeira equipa a vencer o Campeonato da Europa após ter conquistado o Mundial. Foi uma grande proeza para o nosso país.
Toda a minha força estava naquele remate – tinha sido um torneio difícil para mim, porque esperava desempenhar um papel mais importante. Ao início, fiquei feliz pelos meus colegas de equipa, depois, fiquei feliz pela minha família e, depois, fiquei feliz por mim. Tínhamos o sonho de ser campeões mundiais e europeus. Deu-me uma enorme satisfação na altura, algo que ainda sinto.