Masopust recorda geração de 1960

Josef Masopust foi a estrela da selecção da Checoslováquia que chegou às meias-finais da primeira edição do Campeonato da Europa, que decorreu em França, em 1960. Apesar de ter perdido com a URSS, que viria a conquistar o troféu, o médio seria peça decisiva na caminhada a seguir do seu país até à final do Campeonato do Mundo de 1962 e foi agraciado com a Bola de Ouro nesse ano. Jogador de Ouro da República Checa em 2004, como melhor jogador do país nos últimos 50 anos, esta antiga estrela do FK Dukla Praha fala das suas experiências nos anos 60.

Como viu a meia-final contra a URSS?

Josef Masopust: Até essa altura o nosso registo contra a URSS era muito desfavorável. Não éramos capazes de os bater porque eles tinham grandes valores individuais, com destaque para o guarda-redes Lev Yashin e o médio Igor Netto. Foi uma derrota pesada, por 3-0, tem de ser dito. Infelizmente perdemos, ou melhor, a URSS venceu merecidamente.

O que significou para si a escolha como Futebolista Europeu do Ano em 1962?

Masopust: Penso, antes de mais, que foi devido ao grande contributo dos meus colegas do FK Dukla Praha e da selecção nacional. O Dukla de Praga venceu o campeonato várias vezes seguidas, enquanto no Chile, no Campeonato do Mundo, fizemos um árduo percurso até à final. Tudo isto teve uma grande influência, razão pela qual ganhei o troféu.

É possível comparar a equipa de 1960 com a que ganhou o Europeu em 1976 e foi finalista vencida em 1996?

Masopust: Penso que nos aspectos básicos elas eram todas muito parecidas. Depende muito to talento individual de cada jogador e o facto de a equipa estar muito entrosada. Em 1960, a base do conjunto era o Dukla de Praga. Em Belgrado, em 1976, os seus alicerces eram a defesa do ŠK Slovan Bratislava e a última era composta pelos melhores jogadores do nosso campeonato.