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1996: Futebol regressa a casa

A Alemanha frustrou a anfitriã Inglaterra nos penalties antes do "golo de ouro" de Oliver Bierhoff abater a República Checa na final.

EURO '96 ©Getty Images

Seria difícil escolher um cenário melhor para acolher aquela que foi a maior edição de um Campeonato da Europa, até à data, do que o país responsável pela criação do futebol moderno. Dezasseis selecções marcaram presença em Inglaterra no Verão de 1996, mas ao mesmo tempo que os britânicos comemoraram o "regresso do futebol a casa", foram os velhos rivais germânicos a fazer a festa.

O ambiente em torno do torneio foi o melhor que se poderia pedir, graças aos renovados estádios ingleses, palcos de excelentes espectáculos e entusiasmo por parte dos adeptos, mesmo que alguns temessem que Paul Gascoigne e Alan Shearer, jogadores-chave entre os ingleses, pudessem ficar de fora. Apesar disso, depois de ter contado com Shearer durante os 21 meses em que ficou sem marcar, o seleccionador Terry Venables contou com a compreensão dos adeptos, apesar de ter chamado o avançado.

Após um empate ante a Suíça (1-1), jogo em que Shearer voltou aos golos, a Inglaterra bateu a Escócia por 2-0, com Gascoigne a assinar o segundo golo. Melhor ainda foi a expressiva vitória frente à Holanda, por 4-1, com Shearer e Teddy Sheringham a apontarem dois golos cada. O único tento dos holandeses, apontado por Patrick Kluivert, valeu à turma "laranja" um lugar nos quartos-de-final, em detrimento da Escócia.

A Itália e os detentores do troféu, a Dinamarca, tiveram menos sorte, já que ficaram pelo caminho na fase de grupos, antes dos quartos-de-final, onde vigorou pela primeira vez a regra do golo de ouro. Karel Poborský foi uma das surpresas do torneio na República Checa, principalmente quando marcou um golo memorável nos quartos-de-final, frente a Portugal, com um chapéu magnífico. Os alemães seguiram em frente graças a um golo de Matthias Sammer, ao passo que França e Inglaterra precisaram das grandes penalidades para deixar pelo caminho Holanda e Espanha, respectivamente.

Curiosamente, ambas as selecções viriam a ser eliminadas nas meias-finais, também na decisão dos penalties. Os “bleus” foram eliminados pela República Checa após 120 minutos sem golos, e 20 anos depois do famoso penalty de Antonín Panenka, os checos voltavam a marcar presença na final da prova. Assim como em 1976, a República Checa voltou a encontrar a Alemanha no jogo decisivo. Na outra meia-final, Shearer deu alento aos adeptos da casa, com um golo logo aos três minutos, mas Stefan Kuntz viria a empatar a contenda. Nas grandes penalidades, coube a Gareth Southgate falhar o pontapé decisivo, com os alemães a fazerem a festa.

Em contraste com a desilusão dos ingleses, mais de 76,000 espectadores marcaram presença em Wembley para ver a quinta final da Alemanha. A última tinha terminado da pior forma, com uma derrota ante a Dinamarca, em 1992, cenário que voltou a pairar no ar quando Patrik Berger converteu uma grande penalidade para os checos. Contudo, Berti Vogts lançou no jogo o atacante Oliver Bierhoff, que apontou de cabeça o tento do empate. No prolongamento, o mesmo Bierhoff colocou os alemães em vantagem - com um remate em jeito -, dando o título à sua equipa, que se sagrara campeã europeia devido à regra do golo de ouro, algo que sucedeu pela primeira vez na história dos Europeus.

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