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O EURO 2008™ de A a Z

Foram muitos os momentos memoráveis ao longo do UEFA EURO 2008™: de Arshavin a Zidane, passando por transplantes de rim e reviravoltas à moda turca, com referências a passeios em nu integral pelo meio.

Bastian Schweinsteiger respeita as ordens de Angela Merkel
Bastian Schweinsteiger respeita as ordens de Angela Merkel ©Getty Images

Este artigo foi publicado inicialmente em Junho de 2008.

Foram muitos os momentos memoráveis ao longo de um glorioso mês de futebol durante a realização do UEFA EURO 2008™, na Áustria e Suíça: de Arshavin a Zidane, passando por transplantes de rim e reviravoltas à moda turca, e com referências a passeios pelo parque em nu integral pelo meio.

Arshavin – Sem ele a Rússia passava por dificuldades; com ele tornou-se numa possível candidata ao título. Afastado dos dois primeiros jogos devido a castigo, "Shava" - como é conhecido - apareceu de rompante no terceiro jogo para deixar de imediato a sua marca. Desconhecido mesmo para jogadores como Xavi Hernández antes do início da prova, todos o ficaram a conhecer.

Bob Marley – Apesar de não ser o mais óbvio dos amantes de reggae, Leo Beenhakker resumiu o ambiente vivido no estágio da selecção da Polónia ao afirmar: "Quando trabalhei com a selecção de Trindade e Tobago durante o último Campeonato do Mundo, acordei todas as manhãs ao som de Bob Marley, mas agora acordo sempre com uma dor de cabeça!".

Co-anfitriões - Áustria e Suíça podem ambas ter ficado pelo caminho na fase de grupos, mas nem isso nem as impiedosas condições atmosféricas prejudicaram o fantástico ambiente vivido nas oito cidades anfitriãs da prova. De facto, até ao fim do torneio cerca de quatro milhões de pessoas visitaram as Fan Zones do UEFA EURO 2008™.

Drama – A Turquia mostrou ser uma selecção a levar em conta até ao fim, guardando sempre grandes emoções para o final dos seus jogos com espectaculares reviravoltas até que um golo de Philipp Lahm deitou por terra as aspirações turcas. Mas a selecção comandada por Fatih Terim não foi a única a marcar perto do fim; dos 77 golos apontados na prova, 18 surgiram nos derradeiros cinco minutos dos encontros.

Eficácia - A Alemanha fez três remates na direcção da baliza na sua vitória por 3-2 sobre a Turquia, nas meias-finais, concretizando, portanto, todos eles. Se os turcos tivessem alcançado a mesma eficácia nesse encontro, o resultado teria sido 11-3 a favor da selecção orientada por Fatith Terim.

"Feel the Rush" - A canção oficial do torneio podia até ser a "Can You Hear Me?" de Enrique Iglesias, mas foi a música das mascotes - "Feel the Rush", de Shaggy - a que, provavelmente, desencadeou mais passos de dança.

Geração de Ouro - Bulgária, Croácia, França, Roménia. A maior parte das selecções passou por um período em que se viu abençoada por um grupo de jogadores sobredotados - mas duas? No início da década de 90, Portugal fervilhava em talentos e se a presença nas meias-finais do UEFA EURO 2000™ foi o que de melhor dai resultou, uma nova geração com Cristiano Ronaldo à cabeça elevou ainda mais as expectativas da selecção portuguesa.

Hat-trick – Os três golos de David Villa frente à Rússia, no primeiro jogo da Espanha, tornaram o ponta-de-lança do Valencia CF apenas no sétimo jogador da história dos Campeonatos da Europa a marcar por três vezes no mesmo jogo, depois de Patrick Kluivert, Sérgio Conceição, Marco van Basten, Michel Platini (duas vezes), Klaus Allofs e Dieter Müller.

Ivica Vastic – Com 38 anos e 257 dias, Ivica Vastic tornou-se no mais velho jogador a marcar um golo numa fase final de um campeonato da europa, ao bater com êxito a grande penalidade frente à Polónia. Jan Koller e Christian Panucci, ambos de 35 anos, também marcaram, colocando-se nos segundo e terceiro lugares dessa lista.

Juan Carlos – Após ter assistido ao vivo à vitória da Espanha sobre a Itália nos quartos-de-final, o Rei Juan Carlos foi questionado sobre se a selecção do seu país seria favorita para o encontro das meias-finais. "Sim", respondeu, "temos 50 por cento de hipóteses".

Klasnić – Não são muitas as pessoas que conseguem correr mais do que 15 minutos seguidos depois de terem passado por dois transplantes de rim. Ainda menos a jogar futebol. Nenhuma, antes de Ivan Klasnić, havia coroado a sua recuperação com um golo na fase final de um Campeonato da Europa.

Laranja – A Holanda conquistou o coração dos cidadãos de Berna durante o torneio, mas estes não tinham outra alternativa. Mais de 100 mil adeptos da Holanda desceram à capital federal da Suíça para assistirem ao embate da sua selecção com a França, pintando a cidade de laranja.

Lesões – Excepção feita às lesões de Franck Ribéry, Alexander Frei e de metade dos jogadores, não se verificaram, felizmente, problemas sérios durante o EURO. Antes do início da fase final, contudo, a história foi outra. Daniel Pudil ficou de fora ao fracturar a sua mão enquanto festejava o triunfo do SK Slavia Praha no campeonato checo, enquanto o romeno Ovidiu Petre se viu afastado da prova depois de chocar com um operador de câmara enquanto jogava voleibol.

Mascotes - Há quatro anos, o Kinas havia dado nas vistas em Portugal com as suas acrobacias ao longo da linha de meio-campo. Desta feita as mascotes eram duas, com mais cabelo e com coreografias de dança bem ensaiadas. O Trix e a Flix colocaram a fasquia bastante elevada para as mascotes de 2012.

Nihat Kahveci – A três minutos do final do decisivo encontro da fase de grupos contra a República Checa, a Turquia parecia destinada a ir para casa. Aí, Nihat aproveitou da melhor forma um erro de Petr Čech e a decisão parecia encaminhar-se para um inédito prolongamento numa fase de grupos. Mas o "camisola 8" da selecção turca tinha outras ideias e garantiu a passagem da Turquia com um indefensável remate no derradeiro minuto da partida.

Outra vez Beenhakker – Novamente o seleccionador da Polónia, desta feita na abordagem ao jogo de estreia, frente à Alemanha: "Não vamos desatar a fazer coisas diferentes só por estarmos no EURO. Não vamos começar a passear nus pelo parque. Vamos seguir a nossa rotina habitual – e depois vamos a cantarolar para o estádio. Não sei é se ainda vamos estar a cantarolar quando o jogo acabar.

Portugal aterra na Suíça - Quando a selecção portuguesa chegou, comandada por Luiz Felipe Scolari, a 1 de Junho, foi alvo de uma recepção inesquecível. Uma caravana de cerca de 600 portugueses residentes na Suíça seguiu o autocarro da equipa até ao local de estágio, enquanto outros ladeavam as ruas acenando com barreiras. E cerca de 100 mil esperavam pelos jogadores para os saudarem à entrada de Neuchatel.

Quartos-de-final - A primeira vitória da Espanha sobre a Itália em jogos oficiais em 88 anos, a vitória da Alemanha sobre Portugal num emocionante jogo com cinco golos; o brilho de Arshavin na vitória da Rússia sobre a Holanda e aquele memorável Croácia-Turquia. Fabuloso!

Reina pai - O pai de Pepe Reina, Manuel, ganhou certamente o prémio para a melhor metáfora automóvel da fase final, ao referir-se a Luis Aragonés. "A condição humana necessita que sejamos ambiciosos - sempre com vontade de nos superarmos e sermos os melhores", afirmou. "E o Luís é assim, tem o combustível indispensável para o motor de um treinador de futebol. Nunca vai dizer 'Este êxito chega' ou 'Perdi a minha ambição".

Salva-vidas – Quem achava que a única coisa em comum entre Semih Şentürk e David Hasselhoff era a cor dos calções, estava enganado. Não satisfeito por já ter reacendido as esperanças turcas na fase de grupos, Şentürk retomou o seu papel de "salva-vidas" ao empatar a partida frente à Croácia no minuto 122. E quase fazia o mesmo nas meias-finais, frente à Alemanha, não fosse a resposta imediata de Philipp Lahm, a destroçar os corações turcos.

Schweinsteiger em todas – O alemão Bastian Schweinsteiger marcou, assistiu e viu os cartões amarelo e vermelho ao longo do UEFA EURO 2008™. Foi o primeiro jogador a alcançar tal feito numa fase final de um Europeu desde o dinamarquês Klaus Berggreen, em 1984. Mas Schweinsteiger terminou o torneio em bom nível. Porquê? Porque Angela Merkel lhe disse para assim ser. "Se a chanceler nos pede algo, temos de obedecer", explicou o médio alemão.

Tempestade - Foi o Junho mais molhado de que há memória na Áustria e na Suíça, forçando mesmo os organizadores a trocarem o relvado do St. Jakob-Park de Basileia antes da partida dos quartos-de-final para aí agendada. Mas foi, talvez, pior ainda em Viena, com o encontro entre Espanha e Rússia a ser disputado debaixo de um cenário mais propício a uma reedição do Frankenstein de Mary Shelley do que a um jogo de futebol.

Um ponto – Depois de surpreender o mundo do futebol no UEFA EURO 2004™, a Grécia despediu-se sem glória da fase final em 2008 depois de somar apenas um ponto no seu grupo.

Vestir a camisola – Foi grande o debate sobre a cor do segundo equipamento da Espanha, mas a questão foi resolvida de uma vez por todas por Aragonés: "Pessoalmente, não gosto desta nova cor da camisola. Mas também não sou eu que a tenho de vestir, são os jogadores. Mas não, não é amarela, é mostarda".

X - Aquele factor extra que, lamentou o seleccionador croata Slaven Bilić, a Turquia teve a rodos.

Yanbaev - O russo Renat Yanbaev foi apenas um dos vários jogadores que não somou qualquer minuto na prova.

Zidane – O UEFA EURO 2008™ foi a primeira grande competição desde o Campeonato do Mundo de 1994 a não contar com a presença do lendário Zinédine Zidane. Mas foram várias as actuações individuais que fizeram esquecer a ausência o mítico jogador francês - a começar por Arshavin...