O UEFA.com funciona melhor noutros browsers
Para a melhor experiência possível recomendamos a utilização do Chrome, Firefox ou Microsoft Edge.

Marcelino dá troféu à Espanha

As preocupações antes do jogo sobre se este iria realizar-se foram esquecidas quando Marcelino marcou o golo da vitória perto do fim e bateu o lendário Lev Yashin.

Jesús Pereda (mais à esquerda) inaugura o marcador
Jesús Pereda (mais à esquerda) inaugura o marcador ©Getty Images

Espanha 2-1 União Soviética
(Pereda 6, Marcelino 84; Khusainov 8)
Final
Madrid, 21 de Junho de 1964

Havia realmente alguma inquietação antes do jogo? Alguém acreditava honestamente que a Espanha poderia faltar, tal como tinha feito quatro anos antes? A jogar em casa, com uma selecção que tinha excelentes hipóteses de conquistar o seu primeiro grande troféu e um potencial de propaganda pronto para ser explorado pelo seu ditador de longa data? Claro que não: Franco esteve presente para assistir ao jogo.

Viu os seus compatriotas realizarem um início de jogo brilhante, sofrerem um revés imediato e depois acalmarem antes da pressão final ("cautelas defensivas"). Os quatro golos da Espanha no torneio resultaram de cruzamentos vindos da direita. Aqui, um desses lances, logo no início, por Luis Suárez, foi desviado por Edouard Mudrik e rematado com tanta força por Jesús Pereda que o fez saltar vários metros no ar. Lev Yashin, apanhado à queima-roupa, não teve qualquer hipótese.

Mas Fernando Olivella enganou Galimzian Khusainov, que tinha marcado de livre – depois do qual duas boas, mas não excelentes, equipas se anularam uma à outra. Feliciano Rivilla, rápido e inteligente, travou um duelo interessante com o voluntarioso Khusainov, enquanto Albert Schesternev teve pela frente Marcelino.

Apesar dos seus defesas se terem aguentado bem, a inclusão de um médio-defensivo extra na União Soviética, Alexei Korneev, acabou por resultar em seu desfavor, pois deixou Valeri Voronin sem apoio no jogo ofensivo. O golo da vitória surgiu quando Suárez pôs a bola novamente na direita; Pereda cruzou e o cabeceamento fulminante de Marcelino entrou junto à base do poste. Quatro dias depois, Marcelino apontou o tento da vitória, também por 2-1, do Real Zaragoza na final da Taça das Cidades com Feira.

O segundo torneio tinha registado melhorias em relação ao primeiro, quando a Espanha desistiu do jogo dos quartos-de-final frente à USSR, devido a razões políticas. E se o novo campeão foi apenas primeiro entre iguais, o seu último golo teve qualidade suficiente para vencer qualquer jogo. Mesmo o lendário Yashin, ainda em excelente forma aos 34 anos, ficou parado a olhar para o lance.

O que aconteceu a seguir?
Na qualidade de campeã da Europa, a Espanha apurou-se automaticamente para o Campeonato do Mundo de 1966, mas, com o plantel de há dois anos praticamente inalterado, não conseguiu passar para além da primeira fase – e foi só no UEFA EURO 2008 que a Espanha regressou aos dias de glória. A USSR tornou-se presença mais constante nas partes finais dos grandes torneios, tendo alcançado as meias-finais em Inglaterra, em 1966, e no Campeonato da Europa de 1968, para além de ter sido finalista vencida no Europeu de 1972, frente à República Federal da Alemanha.