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Remate fantástico de Van Basten dá título aos Países Baixos

URSS 0-2 Países Baixos
Marco van Basten terminou com a longa espera dos Países Baixos pelo tão aguardado primeiro título.

Resumo da final do EURO 1988: Holanda 2-0 URSS

O Campeonato da Europa da UEFA de 1988 terminou como tinha começado, com um encontro entre a União Soviética e os Países Baixos – no entanto, o idolatrado Marco van Basten garantiu que a selecção "laranja" não seria derrotada pela URSS, tal como tinha acontecido na fase de grupos.

Van Basten ficou de fora nessa derrota por 1-0, mas depois foi titular indiscutível e esteve ao seu melhor nível na final de Munique. Assistiu Ruud Gullit para o golo inaugural com um cabeceamento desafiador da lei da gravidade, antes de protagonizar um momento de elegância e classe pura, que viria a inspirar admiração nas décadas seguintes, com um potente remate de ângulo apertado. Dessa forma, selou uma vitória por 2-0 e o fim da tão ansiada espera da selecção "laranja" por um troféu de relevo.

EURO 1988: Tudo o que precisa saber

Uma final recheada com jogadores de alto gabarito – oito deles do Dynamo Kiev – demorou até ganhar vida. Para a União Soviética, isso acabou por não chegar a acontecer, a partir do momento em que Gennadiy Litovchenko ultrapassou um adversário e rematou à figura de Hans van Breukelen. Dois minutos depois a selecção dos Países Baixos inaugurou o marcador.

Ruud Gullit e Marco van Basten celebram o golo inaugural dos Países Baixos
Ruud Gullit e Marco van Basten celebram o golo inaugural dos Países BaixosPopperfoto via Getty Images

Erwin Koeman marcou um canto na direita; quando a bola foi afastada e regressou à sua posse, cruzou para o poste mais distante. Com a defesa a avançar no terreno, para tentar apanhar os neerlandeses em fora-de-jogo, Van Basten esticou o pescoço e tocou de cabeça para o desmarcado Gullit, cujo cabeceamento, mais em força do que em jeito, bateu Rinat Dasayev. O jogo voltou à fase de contenção, com poucas ocasiões de golo flagrantes – mas os neerlandeses aproveitaram a sua de forma espectacular.

Um mau toque de Oleksandr Zavarov permitiu a Adri van Tiggelen interceptar a bola e assistir Arnold Mühren, a realizar o seu último jogo pela selecção, bem aberto na esquerda. Este cruzou de imediato e longo para a grande área soviética, e quando a bola lhe chegou, Van Basten, descaído sobre o lado direito, estava a oito metros da baliza e a apenas cinco ou seis da linha-de-fundo, não lhe restando outra opção senão cruzar para Gullit.

Hans van Breukelen agarra a bola aos pés de Oleg Protasov
Hans van Breukelen agarra a bola aos pés de Oleg ProtasovVI-Images via Getty Images

Mas em vez disso, e cheio de confiança, desferiu de primeira um forte remate cruzado e em folha-seca, que passou por cima do melhor guarda-redes europeu e foi alojar-se na rede lateral. Mesmo os "neutrais" adeptos da Alemanha Ocidental presentes no Olympiastadion, e cujas aspirações à vitória final tinham terminado frente aos Países Baixos, nas meias-finais, levantaram-se para aplaudir; no entanto, a URSS recusava-se a desistir.

Podia ter reduzido a diferença quando Van Breukelen, sem necessidade, fez falta para penalty sobre Sergey Gotsmanov. Mas o guarda-redes corrigiu o erro, defendendo o remate rasteiro de Igor Belanov, Jogador Europeu do Ano em 1986, cuja longa corrida serviu mais para o incomodar a ele próprio do que para assustar Van Breukelen.

Um mês antes, a sua defesa num penálti tinha valido a conquista da Taça dos clubes Campeões Europeus ao PSV Eindhoven. Desta feita, teve que se contentar com um papel secundário no espectáculo de Van Basten.

Reacções

Veja os cinco golos de Van Basten no EURO 1988

Marco van Basten, avançaçdo dos Países Baixos: "Aconteceu na segunda parte e eu já estava um pouco cansado. A bola foi cruzada pelo Arnold Muhren e eu pensei: 'Posso dominá-la e depois tentar fazer alguma coisa, mesmo com adversários por perto, ou então arriscar e tentar o remate'. Reconheço que é preciso muita sorte para uma remate como aquele. Tudo correu bem. É uma daquelas coisas que, quando acontecem, funcionam na perfeição. Podemos tentar várias vezes, mas é preciso muita sorte para funcionar, e felizmente para mim, aconteceu naquele momento.

"Posso dizer-vos várias coisas, mas acima de tudo foi uma sensação fantástica. Fico feliz e grato por ter protagonizado um momento tão icónico, na minha carreira e na história da selecção. Naquela altura do jogo, pode-se dizer que pensámos: 'Fizemos o 2-0, a vitória está cada vez mais perto'. Mas o entusiasmo em torno do golo só o apercebi mais tarde. Dá para ver isso na minha reacção. Parece que estou a perguntar: 'O que está a acontecer?'"

EURO 1988: Equipa do Torneio

Equipas iniciais

Equipa dos Países Baixos perfilada antes da final do EURO 1988
Equipa dos Países Baixos perfilada antes da final do EURO 1988Popperfoto via Getty Images

URSS: Dasaev (c); Rats, Khidiyatullin, Aleynikov, Demyanenko; Gotsmanov (Baltacha 68), Mykhaylychenko, Zavarov, Lytovchenko; Belanov, Protasov (Pasulko 71)
Suplentes: Sukristovas, Sulakvelidze, Chanov
Seleccionador: Valeriy Lobanovskiy

Holanda: Van Breukelen; Van Tiggelen, Ronald Koeman, Rijkaard, Van Aerle; Erwin Koeman, Mühren, Wouters, Vanenburg; Van Basten, Gullit (c)
Suplentes: Bosman, Van’t Schip, Kieft, Hiele, Suvrijn
Seleccionador: Rinus Michels

Árbitro: Michel Vautrot (França)