Carta dos médicos do EURO reitera mensagem antidoping
terça-feira, 20 de março de 2012
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Os médicos das selecções que vão estar no EURO 2012 comprometeram-se a lutar por um torneio limpo, em mais um exemplo da importância das campanhas antidoping da UEFA.
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Todos os futebolistas, desde os mais jovens, ainda em formação, até aos mais experientes profissionais, recebem constantemente a mensagem de que tomar drogas e substâncias ilícitas que potenciem as suas capacidades lhes irá sair muito caro e talvez lhes possa custar mesmo as suas carreiras.
A recente assinatura, em Varsóvia, por parte dos médicos das selecções nacionais das 16 selecções que vão estar no UEFA EURO 2012, de uma carta de compromisso no apoio à missão da UEFA por um torneio limpo na Polónia e Ucrânia, foi o mais recente passo na incansável campanha da UEFA para destacar que as drogas e o doping não têm lugar no desporto.
A UEFA e as federações nacionais que a integram estão unidas no passar desta mensagem aos futebolistas de todas as idades: 'O corpo é deles, a responsabilidade e a carreira também'. "A carta representa o nosso compromisso para com esta causa", salientou Alan Byrne, médico da selecção da República da Irlanda, que assinou a referida missiva em nome da respectiva federação nacional. "Se olharmos para o doping em geral, suponho que todos queiram jogar num campo equilibrado e que não esteja inclinado à partida, essa é a primeira questão. Ninguém gosta de batota, e o doping é batota."
Para o UEFA EURO 2012, os médicos das selecções prometeram apoiar a estratégia da UEFA, assegurando que os jogadores e as equipas técnicas das respectivas selecções são informados adequadamente sobre as questões relacionadas com o doping e que este, em todas as suas formas, não será tolerado dentro da equipa. Esta mensagem transmitida aos jogadores de todos os níveis e escalões é de que tomar drogas é uma forma estúpida de prejudicar uma carreira promissora ou de deitar para o caixote do lixo tudo o que já se alcançou. "Passamos muito tempo a falar com os treinadores das camadas jovens na Irlanda sobre o seu papel em termos da educação dos jogadores, em especial nestas questões relacionadas com o doping", referiu Byrne ao UEFA.com.
Byrne destaca que os futebolistas devem, não só por si mas também pelos adeptos, em especial pelos mais jovens e entusiastas, promover um sério alerta sobre os perigos do doping. "Os jogadores de futebol são modelos para os jovens", realçou. "E creio que temos a obrigação de mostrar à sociedade que queremos um desporto livre das drogas, de forma a que isso possa, depois, ser extrapolado para o mundo extra-desporto."
A equipa de médicos que estará no EURO encontra-se consciente da enorme responsabilidade que tem em ajudar a evitar o consumo de drogas no futebol e noutros desportos, bem como na sociedade em geral. "A carta é uma declaração por parte de todos os médicos das selecções de que vão preservar a ética antidoping da UEFA e do futebol em geral", frisou Byrne. "Estamos a colocar o nosso nome, como conselheiros médicos, nesta carta para apoiar a posição da UEFA."
Para além de assinar esta carta, a Federação Irlandesa de Futebol (FAI) tem-se mostrado muito activa no aconselhar dos jogadores que vão partir em busca da glória este Verão, na Polónia e Ucrânia. "A FAI falou com os seus jogadores há duas semanas, durante o último encontro da selecção, num seminário onde os aconselhou sobre todas estas questões relacionadas com o doping", explicou Byrne.
Eles estão bastante familiarizados com elas, mas é sempre bom reforçá-las. Sinto sempre que é importante passar a mensagem, em especial junto dos jogadores mais jovens que estão agora a dar os primeiros passos no desporto. Penso que todos sabemos que isto é senso comum, e que ao assinar esta carta apenas o estamos a formalizar."
A luta antidoping da UEFA tem vindo a dar frutos há já largos anos: o organismo máximo do futebol europeu leva a cabo testes de controlo antidoping em todas as suas competições e os jogadores que participam nas competições da UEFA podem ser submetidos a esses testes não só após um jogo como também verem-se controlados fora da competição.
Os jovens futebolistas, em particular, encontram-se mais vulneráveis aos perigos do consumo de drogas. Assim, a UEFA desenvolve sessões educativas junto das equipas femininas e masculinas que participam nos seus torneios para jovens. É, por exemplo, dito aos jogadores que são realizados por ano mais de 30 mil testes de controlo de doping no futebol em todo o Mundo, com 60 por cento dos testes que acusam resultados positivos a revelarem o consumo de substâncias recreativas, como cannabis ou cocaína.
O risco de tomar medicamentos comuns ou suplementos alimentares é igualmente sublinhado nessas sessões, uma vez que qualquer um deles pode conter substâncias proibidas. Durante a temporada de 2010/11, mais de 1.800 jogadores foram controlados durante as competições da UEFA. Destes, 742 foram controlados na UEFA Champions League (441 dos quais fora da competição), 560 na UEFA Europa League e mais de 500 em outras competições, incluindo futsal, torneios femininos e de escalões jovens.
O facto de em 2010/11 apenas terem sido registados dois casos positivos mostra que estes podem ser esporádicos, mas há que pensar que um caso que seja é sempre um caso a mais.