Manuel Pellegrini e o reencontro com velhos amigos na final da UEFA Conference League entre Real Betis e Chelsea
segunda-feira, 26 de maio de 2025
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"As duas equipas vão protagonizar um jogo muito interessante", diz à UEFA Manuel Pellegrini, treinador do Real Betis, preparando-se para defrontar dois antigos pupilos na final da UEFA Conference League, frente ao Chelsea.
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Aos 71 anos, o treinador chileno Manuel Pellegrini tem imensa experiência, mas vai viver algo de novo na final da UEFA Conference League, em Wrocław: O duelo entre Real Betis e Chelsea será a sua primeira final europeia.
Pellegrini conhece Enzo Maresca, o treinador do Chelsea, e Willy Caballero, o seu adjunto, por terem sido seus jogadores no Málaga, entre 2011 e 2012. O antigo treinador do Real Madrid, que ganhou a Premier League com o Manchester City em 2013/14, está entusiasmado por ver os seus antigos pupilos a terem sucesso, mas espera que o Real Betis que moldou nas últimas cinco épocas superá-los na final.
Sobre o apuramento para a final
Sinto-me muito feliz pelo trabalho árduo que temos feito durante todos estes anos em que estou no clube. Com mais destaque para a presente época, como é óbvio, mas o que estamos a colher agora começou lá atrás. Sempre tivemos grandes ambições de alcançar grandes feitos.
Tentámos sempre incutir um estilo de jogo que não se altera consoante o adversário. Consideramos os aspectos táticos da outra equipa mas focamo-nos mais em impor a nossa própria identidade.
Sobre Isco e Antony
O Isco é um modelo a seguir para os jovens jogadores por tudo o que conquistou. É um exemplo na forma como treina ao máximo todos os dias e das exigências que impõe a si próprio, tanto com bola como sem ela. É autocrítico e não culpa ninguém, apenas a si próprio. Revejo-me nele, pois foi assim que abordei as coisas ao longo da minha vida.
O Antony acrescentou muito à equipa desde a sua chegada, sem dúvida. Mostra isso com golos e as várias assistências que fez, bem como a qualidade que acrescentou à equipa. Considerando o jogador que é, percebe-se porque é que o Manchester United pagou uma quantia tão avultada ao Ajax. Além da componente futebolística, também dá outra coisa à equipa, que é a alegria e a energia. Esse espírito alegra é contagiante para os outros.
Sobre Enzo Maresca, treinador do Chelsea
Enzo é um treinador que vai ter uma longa carreira no futebol. Ele é muito inteligente. O Willy Caballero [treinador-adjunto do Chelsea] também trabalhou comigo no Málaga e depois voltámos a encontrar-nos do Manchester City. Foram dois jogadores com muita experiência em diferentes países e grande qualidade, destacando-se também fora de campo, como pessoas excepcionais.
Muitas vezes é possível saber que jogadores se podem tornar bons treinadores, pela impressão que causam nos outros e pela forma como absorvem os conceitos no treino. Com o Enzo e o Willy, tinha a certeza de que se tornariam treinadores influentes a nível global.
Sobre os pontos fortes do Betis
Primeiro que tudo, a crença de que podemos entrar em campo e fazer um bom jogo contra qualquer adversário. Em segundo lugar, como treinador, sempre fui a favor da ideia de que as equipas entram em campo para dar espectáculo. Não acho que o futebol possa morrer como espectáculo, adoptando uma abordagem mais resultadista, marcando um golo e depois tentando especular com o jogo. Isso é menorizar tudo o que um jogo de futebol deve ser. Todos sabemos que ganhar é sempre muito importante, mas acho que a forma como ganhamos é ainda mais importante.
O Chelsea, conhecendo o Enzo [Maresca] como conheço, é uma equipa que entra em campo para praticar um bom futebol desde o apito inicial. As duas equipas vão protagonizar um jogo muito interessante, ainda que com uma certa dose de cautela tendo em conta o equilíbrio entre ambos, mas acredito que o Chelsea vai tentar pegar no controlo do jogo desde o início.