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In the Zone: A lição defensiva do Villarreal frente ao Bayern

O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a impressionante vitória do Villarreal na Alemanha com uma notável exibição defensiva na qual apenas permitiu um golo ao Bayern antes de garantir um lugar nas meias-finais.

In the Zone: A solidez do Villarreal

O Villarreal chegou pela segunda vez às meias-finais da UEFA Champions League, 16 anos após a primeira presença, com uma demonstração de disciplina e organização impressionantes contra o Bayern, na terça-feira.

Para o treinador Unai Emery, foi mais uma conquista após o triunfo nos oitavos-de-final contra a Juventus e deixa o detentor da UEFA Europa League a apenas um passo da estreia numa final da Champions League. Neste artigo levado a si pela Fedex, o painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa um sucesso construído sobre bases defensivas sólidas.

Como foi: Bayern 1-1 Villarreal


Golos

Resumo: Bayern 1-1 Villarreal

1-0: Robert Lewandowski (52)
O 13º e último golo de Lewandowski na presente campanha da Champions League surgiu na sequência de um mau passe de Dani Parejo sob pressão, enquanto tentava sair a jogar. Kingsley Coman interceptou a bola e o Bayern foi lesto a mudar a velocidade do jogo, com Leon Goretzka a fazer um passe rápido para Thomas Müller e este fazer o passe para o remate rasteiro de Lewandowski junto ao poste, já dentro da grande área.

1-1: Samu Chukwueze (88)
Em parte responsável pelo golo do Bayern, Parejo mostrou excelente visão ao fugir à da pressão e deixar a bola em Giovani Lo Celso, que a conduziu pelo meio-campo antes do passe para Gerard Moreno nas as costas do defesa Dayot Upamecano, do Bayern. Moreno viu a desmarcação de Chukwueze e fez um passe diagonal fora do alcance de Davies para o poste mais distante, onde o nigeriano, com um remate de pé esquerdo, fez a bola passar por cima de Manuel Neuer. Foi o único remate do Villarreal à baliza do Bayern.

Melhor em Campo: Raúl Albiol (Villarreal)

O capitão do Villarreal arrecadou o prémio de Melhor em Campo pela fantástica exibição no centro da defesa da equipa espanhola. O painel de Observadores Técnicos da UEFA afirmou: "Demonstrou grande liderança no relvado – um verdadeiro modelo. Foi muito forte nos lances pelo ar e em situações de um contra um. Leu o jogo com inteligência."

Tácticas das equipas

Bayern

O esquema do Bayern em 3-2-4-1
O esquema do Bayern em 3-2-4-1

Depois de ter apresentado a sua equipa em 4-2-3-1 na primeira mão, o técnico dos visitados, Julian Nagelsmann, voltou ao 3-2-4-1 que havia utilizado na vitória em casa contra o Salzburgo nos oitavos-de-final. Isso significou utilizar três defesa-centrais, Benjamin Pavard (nº5), Upamecano (nº2) e Lucas Hernández (nº21), que jogaram subidos e construíram o jogo com o apoio de um ou de ambos os médios-centro, Joshua Kimmich (nº6) e Goretzka (nº8). À frente deles estavam cinco jogadores de ataque: Coman (nº11) e Leroy Sané (nº10) nas alas, Müller (nº25) e Jamal Musiala (nº42) a jogar nas costas de Lewandowski (nº9).

Diante do bloco defensivo coeso do Villarreal, o conjunto bávaro tentou utilizar a largura dada por Coman e Sané (que fizeram sete cruzamentos cada), enquanto Müller e Musiala trabalhavam nas entrelinhas e Lewandowski, ou médio-atacante, tentava amarrar os defesas-centrais. O objectivo era ultrapassar a defesa do Villarreal, seja através de uma sobrecarga nos flancos, uma troca de posições no jogo (por exemplo, de um dos defesas para Sané como se vê no vídeo acima) ou um passe directo desde trás.

Villarreal

A estrutura compacta do Villarreal em 4-4-2
A estrutura compacta do Villarreal em 4-4-2

Os visitantes utilizaram o mesmo sistema 4-4-2 e “onze" da primeira mão, e beneficiaram de uma base sólida, a começar pelo guarda-redes Gerónimo Rulli (nº13), sempre seguro, além de quatro defesas comandados pelo experiente capitão Albiol (nº3). À frente deles estavam dois médios-centros, Étienne Capoue (nº6) e Parejo (nº5), encarregados de fechar os espaços nas áreas centrais. Desse par, Capoue concentrou-se mais em funções defensivas, enquanto Parejo forneceu sempre aos defesas uma opção de passe.

O Villarreal tinha em campo dois extremos poderosos, Lo Celso (nº17) e Francis Coquelin (nº19) e, na frente, Gerard Moreno (7º), que jogou à volta de Arnaut Danjuma (nº15). Acima de tudo, foi o esforço colectivo defensivo que chamou a atenção, e o segundo vídeo mostra como Lo Celso para perto do lateral-direito Juan Foyth (nº8) para formar por vezes uma linha de cinco defesas.

Destaques

A exibição do Villarreal teve a marca do trabalho de Emery ao incutir princípios claramente reconhecíveis na defesa e no ataque, incluindo uma armadilha de fora-de-jogo bem gizada. Como ilustra o vídeo, o Villarreal manteve um bloco recuado e compacto sem a posse da bola, tentando fechar as linhas de passe centrais com excelente movimentação dentro da sua estrutura. O seu jogo de transição foi outra característica – tanto em transições rápidas para a defesa ou, como é destacado na primeira sequência, em contra-ataques rápidos através de passes verticais ou diagonais.

Na defesa, Albiol foi fundamental pela sua liderança, leitura de jogo e poder de antecipação. De facto, juntamente com Jan Vertonghen, do Benfica, foi o que mais alívios fez nos jogos da segunda mão desta semana (13). Mas não foi só ele: Capoue (dez) e Pau Torres (sete) foram os seguintes da lista, enquanto nenhuma outra equipas da Champions League igualou o total de 48 alívios feitos o total pelos homens de Emery.

Melhor em Campo: Destaques de Albiol

De acordo com o observador da UEFA, "Emery merece todos os elogios, pois desenvolveu um plano de jogo claro e conseguiu-o transmitir à sua equipa. Cada jogador cingiu-se a este plano e sabia exactamente o que fazer e o que se esperava deles.” Isso manifestou-se no bom posicionamento que negou espaço a uma equipa do Bayern que se esforçou para criar oportunidades claras, especialmente na primeira parte. Apesar de terem tido 24 remates, apenas quatro foram na direcção da baliza.

Para o Bayern, Coman teve um desempenho notável: com sua habilidade no um contra um, conduziu nove lances de ataque, o máximo nos jogos dos quartos-de-final desta semana (com uma percentagem de sucesso de 66,7%). Quando Coman ficou nas alas, Sané driblava às vezes para dentro das áreas congestionadas, embora tenha completado quatro dos seus sete cruzamentos – um dos quais permitiu a Müller cabecear sozinho aos 71 minutos.

O Bayern intensificou o seu jogo de pressão após o reinício e isso trouxe o golo de Lewandowski, que se seguiu à intercepção de Coman. A partir daí, o campeão alemão correu mais riscos ao tentar marcar um segundo tento, e, com os seus defesas subidos no campo, houve espaço para contra-ataques. Emery procurou tirar dividendos ao enviar Chukwueze e Alfonso Pedraza aos 84 minutos para dar mais velocidade e força no contra-ataque. E foi recompensado com o golo decisivo de Chukwueze.

Avaliação dos treinadores

Julian Nagelsmann, treinador do Bayern: "A chave esteve na primeira mão. Foi aí que perdemos a eliminatória. Não jogámos bem; hoje estivemos muito bem. Tacticamente e em termos de intensidade, foi um dos nossos melhores jogos no últimos meses."

Unai Emery, treinador do Villarreal: "Acabámos por fazer um jogo perfeito na defesa. É a única forma contra equipas com esta qualidade devastadora no ataque. Nestas competições, para alcançar grandes feitos é preciso deixar para trás grandes equipas."

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