Thiago Silva sobre o Atlético, a aprendizagem contínua e a escola italiana
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
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O defesa brasileiro do Chelsea analisou a eliminatória entre Chelsea e Atlético, o processo de aprendizagem e o sucesso na Europa.
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O experiente defesa Thiago Silva esteve perto de conquistar a UEFA Champions League na época passada, com o Paris, mas esta época tem nova oportunidade de alcançar o tão almejado título.
Amante de desafios, aceitou o do Chelsea, campeão em 2013 e que agora está num novo ciclo, com a chegada do treinador Thomas Tuchel. No regresso da competição, os "blues" terão pela frente o sempre difícil Atlético, que, tal como o próprio Thiago Silva, tem um amargo de boca que deseja corrigir. Confira a entrevista ao UEFA.com.
Processo de aprendizagem no Fluminense
Um jogador de 22 anos, especialmente um defesa, ainda está no início da carreira. Para um defesa é tudo um pouco mais difícil, temos que ter mais experiência, a responsabilidade é muito maior. Acho que o Thiago de 22 anos era um jogador que queria aprender, e isso acabou por acontecer com todos os treinadores que tive no clube. Cada um com os seus pequenos conselhos. Eu sempre fui muito atento aos detalhes para que pudesse aprender o mais rapidamente possível. Construímos uma equipa de muito sucesso no Fluminense e acredito que todos os treinadores e os defesas mais experientes com quem tive a oportunidade de trabalhar me ajudaram a crescer.
Sobre aprender com duas referências mundiais
Observar o [Paolo] Maldini e treinar com ele ajudou muito. Quando comecei a jogar tinha um grande professor ao meu lado, o [Alessandro] Nesta. Ter a oportunidade de passar seis meses a aprender com um dos maiores da história e, depois, poder aprender em campo com um dos melhores professores que tive, o Nesta, foi um começo incrível. Sem o saber, o Maldini acabou por ser uma grande influência para mim. Pude ver a sua preparação para os treinos e para os jogos, e ver como uma ética de trabalho rigorosa fez com que, aos 41 anos, ainda estivesse a jogar ao mais alto nível.
O aluno que passa a professor
A meu ver, o futebol italiano ensina muito no capítulo defensivo. Aprendi muito em Itália e essa experiência permitiu-me transmitir tudo o que aprendi no Milan aos meus companheiros do Paris. É curioso porque passei de aluno a professor, por assim dizer, pois o Marquinhos e o [Presnel] Kimpembe encaram-me como um modelo a seguir. No entanto, mudar para um novo país não foi fácil. O campeonato italiano era mais competitivo do que o francês na altura, mas fui para o Paris porque confiava que o clube poderia lutar pela conquista da UEFA Champions League.
Sobre a chegada à Premier League
Não estava preocupado por chegar com esta idade mas estava ciente do desafio. Todos sabem que esta é uma das ligas mais competitivas do Mundo. Logo no meu primeiro jogo cometi um erro que provavelmente não se esperava vindo de mim e que resultou no segundo golo do adversário. Mas a partir desse dia comecei a estudar mais atentamente os avançados adversários: como pressionam os defesas e o que eu poderia fazer de diferente para lhes ganhar os duelos.
A eliminatória com o Atlético Madrid
É uma equipa muito forte, principalmente na fase a eliminar. O [Diego] Simeone é um grande treinador e merece admiração pelo que já fez no Atlético [de Madrid], com duas presenças em finais da UEFA Champions League. Estamos a ir na direcção certa agora, a ganhar, e sentimo-nos muito motivados. No entanto, estamos num novo começo, com um novo treinador, um novo estilo. Eu já conheço o Atlético muito bem, mas os meus colegas não, por isso o Atlético, neste momento - e especialmente porque lidera o campeonato espanhol -, é o favorito na eliminatória. Mas num jogo com duas grandes equipas como este, dificilmente se pode afirmar com certeza quem irá ganhar.