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Thomas Müller sobre o triunfo do Bayern na Champions League em 2013

Após ter perdido na final em 2010 e 2012, o avançado alemão falou sobre a experiência de ganhar a Champions League em 2013.

Popperfoto via Getty Images

UEFA.com: Como descreve o ambiente antes da final de 2013?

Veja a final de 2013, na íntegra, às 16h00 GMT

Thomas Müller: O ambiente era tenso, pois apesar de nos termos sagrado campeões alemães, a derrota de 2012 ainda pesava bastante no nosso pensamento. E além disso era uma final 100 por cento alemã, frente ao nosso rival dos últimos tempos. Se perdessemos com o Barcelona, por exemplo, era bem diferente do que perder com o Borussia Dortmund.

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A pressão era imensa. Lembro-me que o Basti [Bastian] Schweinsteiger e Philipp Lahm, dois jogadores muito titulados, foram constantemente pressionados, com a comunicação social a dizer que, em caso de nova derrota, o se currículo perderia brilho. Esse tipo de assuntos paralelos acabou por receber mais importância do que o jogo propriamente dito.

De que mais se lembra nos preparativos para a final?

Lembro-me que, durante a época 2012/13, o Jupp Heynckes nos preparou extremamente bem, talvez demais até, mas sem dúvida que nos mostrou o que fazer para termos sucesso. Nessa temporada, quisemos corrigir o que fizemos mal na época anterior, ganhar o que não tínhamos ganho, e foi a isso que nos dedicámos.

Que recordações tem do jogo, imediatamente antes e durante?

Thomas Müller celebra com Arjen Robben, autor do golo decisivo
Thomas Müller celebra com Arjen Robben, autor do golo decisivo AFP via Getty Images

Jogar em Wembley é algo especial. É um estádio histórico numa cidade importante. E quase pareceu que a Alemanha inteira se tinha deslocado até Londres para ver quem seria campeão europeu. É um feito digno de registo. Também me lembro de Paul Breitner e, salvo erro, Lars Ricken entrarem em campo vestidos de cavaleiros. Isso também foi espectacular!

Em relação ao jogo, começámos por ser um pouco mais cautelosos do que habitualmente seríamos. Jogámos pelo seguro em vários aspectos, mas mesmo assim o Dortmund teve uma ou duas ocasiões de golo.

Mas depois, à medida que o tempo passava, fomos ficando mais à vontade e começámos a praticar o futebol que sabíamos. O golo que marcámos ajudou a essa sensação. Penso que sofremos o empate um pouco contra a corrente do jogo. Mas se tivemos um pouco de infelicidade nesse lance, isso depois foi compensado com o golo que marcámos mesmo à beira do fim.

As emoções após o apito final: sentiram-nas de imediato ou demoraram algum tempo até perceberem o feito que tinham alcançado?

No dia antes não me sentia muito bem, tive alguns problemas de estômago e terminei o jogo exausto. Mas sim, senti um alívio após o apito final e foi como se a pressão que se tinha acumulado estivesse a dissipar-se, acabando por desaparecer totalmente.

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As emoções estavam ao rubro. Em situações destas parece que estamos hipnotizados: tentamos passar incólumes aos festejos e cerimónias, para depois conseguirmos ficar a um canto a recuperar do esforço. Nós, jogadores, temos mais uma sensação de descompressão, ao contrário do misto de emoções que penso que o adepto comum sente.

Pensa que isso teve a ver com o facto de terem perdido duas finais?

Sim, acredito que isso teve um papel importante no nosso desempenho. Em 2010 não tínhamos o estatuto que tínhamos em 2013 e estávamos a passar por um processo de mudanças. Não éramos considerados favoritos, por isso também não acabámos por desiludir muito.

Em 2012 já não foi bem assim, e ainda por cima jogávamos em casa, algo que tornou a derrota mais amarga. Mas ainda assim isso não nos deixou com medo de voltarmos a falhar, ou de não conseguirmos aguentar a pressão. No meu caso, o facto de termos feito uma boa exibição foi o que me deu esperança para o futuro. Foi uma força de motivação e várias vezes pensei: "Um dia vamos conquistar este título". E foi o que acabou por acontecer.

Esta entrevista foi realizada em Janeiro.