Entrevista com João Félix
sábado, 11 de abril de 2020
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João Félix fala sobre o Benfica, o Atlético, Diego Simeone e também Cristiano Ronaldo.
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Todas as semanas, o UEFA.com apresenta entrevistas com protagonistas da UEFA Champions League.
Falámos na última semana de Janeiro com o avançado português João Félix sobre o Benfica e a mudança mediática para o Atlético no Verão passado, sobre Diego Simeone e também Cristiano Ronaldo: “Jogar com ele é o sonho de qualquer miúdo”, disse.
Começou a jogar futebol em Viseu e mais tarde mudou-se para o Porto, mas acabou por ir parar ao Benfica. Como foi essa mudança?
Senti que tinha de mudar, tinha de voltar a ser feliz. Surgiu a oportunidade de ir para o Benfica e claro que não pude recusar.
É um dos vários talentos saídos do Benfica Campus. Quais são os pontos fortes da academia do clube no Seixal?
O acompanhamento. Estão sempre disponíveis para ajudar e para desenvolver os jogadores. Quem lá está sente-se em casa, pois é tudo bastante acolhedor e as pessoas são fantásticas – e possui umas infra-estruturas que poucos clubes têm. Tive de começar a ser responsável muito mais cedo do que a maioria das crianças – saí de casa com 11 anos – e penso que isso me ajudou muito na questão da responsabilidade e de lidar com toda esta pressão.
Jogou pelo Benfica nas competições europeias, primeiro na Youth League e depois na Europa League, antes de chegar à Champions League. Que recordações guarda dessas partidas europeias?
Joguei duas épocas na Youth League e numa delas fomos à final. Foi muito bom, porque para nós chegar ali era como chegar a uma final da Champions League. Vivemos uma semana muito boa quando ganhámos a meia-final contra o Real Madrid. Depois até começámos a ganhar a final, mas infelizmente perdemos…
Recordo-me do “hat-trick” ao Frankfurt [na Europa League]. É um dia que vou lembrar para sempre porque foi o meu primeiro e em que bati o recorde de jogador mais novo a fazer um “hat-trick” na prova.
Não conseguiu conter as lágrimas após o terceiro golo contra o Frankfurt. Foi um momento bastante emotivo…
Foi um acumular de emoções e saiu de forma natural. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.
Como se sentiu quando, de repente, todas as atenções se viraram para si quando se transferiu para o Atlético?
Não estava habituado, atribuíram-me um protagonismo muito elevado. Mas é bom, é sinal de que estamos a fazer as coisas bem e que o nosso trabalho é reconhecido.
E como está a decorrer a sua adaptação ao Atlético e a Madrid?
Está a correr bem. A cidade é tranquila e vivo num sítio muito calmo. Sinto-me em casa.
Que impacto teve Simeone na sua forma de jogar?
Se calhar um pouco no aspecto defensivo. Já evoluí um pouco nesse aspecto, mas não é que não defendesse no Benfica... Todos os treinadores me ensinaram coisas diferentes e todos foram importantes para o meu crescimento. Simeone ajudou-me muito na questão defensiva.
Fale-nos do seu primeiro encontro com Ronaldo quando foi convocado pela primeira vez para a selecção de Portugal…
Na altura disse que parecia que estava num jogo [de vídeo], porque estava habituado a vê-lo só a televisão, nunca assim tão de perto. Foi estranho, parecia que [ele] tinha três metros… Mesmo durante essa semana foi estranho, mas ele gosta de entrosar a malta e isso ajudou muito à minha inclusão no plantel.
E como foi defrontá-lo depois na [fase de grupos da] UEFA Champions League [contra a Juventus]?
Foi engraçado. Foi a primeira vez que joguei contra ele. Estava habituado só a vê-lo na televisão e a ganhar provas como a Champions League. Jogar contra ele e depois com ele… é o sonho de qualquer miúdo
Usa o 7 na camisola, o mesmo número de Ronaldo e de outros grandes jogadores. Foi escolha sua?
Queria o 79, mas não foi possível. Aquele que mais gosto a seguir é o 10, mas já estava ocupado, por isso acabei por ficar com o 7.
Esta entrevista foi feita em Janeiro de 2020.